Cinco meses depois...
Véspera de Natal...
Com o indicador e o dedão no queixo, penso enquanto olho para a mala uma última vez para ver se não estou esquecendo de nada. Observo-a aberta em cima da minha cama e faço um check-up mental das coisas que coloquei dentro dela. Huuum, acho que não estou esquecendo de nada. Faço a mesma avaliação com a frasqueira, quando vejo que está tudo certo fecho o zíper de ambas.
— Ei, tá pronta? — Vinícius entra no nosso quarto.
— Tô sim. Tudo pronto.
Ele pega minha mala e a frasqueira, e embora a mala tenha rodinhas, ele a ergue pela alça sem nenhuma dificuldade. Claro, porque meu namorado é muito forte.
— Caramba! Quantos meses acha que vai passar na casa dos meus pais?
— Será só uma semana, e eu só não peguei outra mala porque o porta malas do carro da sua irmã é pequeno.
— Mulheres — ele diz e revira os olhos. — Tá pronta pra irmos? A Cris já está lá embaixo nos esperando dentro do carro.
— Tô pronta. Podemos ir — pego minha bolsa e tranco o apartamento.
Descemos as escadas e meu namorado coloca minhas malas no porta-malas do carro da minha amiga. Quando ele fecha, um desconforto começa a surgir pelo meu corpo.
— Ãhnm... eu acho que mudei de ideia com relação a ir de moto com você.
— Ah, não. Você disse que iria comigo, agora não pode amarelar.
— Mas...
— Amor, não precisa ter medo. Não confia em mim?
— Eu confio em você. Eu não confio é nos meus braços que podem amolecer e se soltarem do seu corpo. Ou no vento forte que irá bater nos nossos corpos e nos derrubar. Andar com você de moto na cidade não é a mesma coisa que andar na rodovia.
Ele ri.
— Pode ficar tranquila com relação ao vento porque não tem a menor probabilidade dele nos derrubar. E eu garanto a você que andar de moto na rodovia é muito mais seguro que na cidade, pois a incidência de acidentes nas cidades é muito maior.
— Ei, vamos logo! — Cris reclama no volante do seu carro.
— Vamos, eu prometo que será uma viajem inesquecível.
— Ah, com certeza vai ser — digo com ironia.
— E já combinamos. A Cris vai estar sempre atrás de nós. Caso se sinta muito desconfortável, é só me dar um beliscão nas costelas que paro a moto na mesma hora e você poderá passar para o carro.
Solto os ombros pesadamente.
— Está bem.
Vinícius abre um sorriso bem largo e me entrega o capacete da moto, eu o pego e coloco sobre a minha cabeça.
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Apartamento 201 (Série Apartamento - Livro 1)
RomanceAna Júlia mora com sua melhor amiga, porém seus dias de sossego estão contados com a chegada de um novo hóspede: o irmão da sua melhor amiga. Como se não bastasse, ela acaba descobrindo que esse mesmo cara é nada mais nada menos que o homem que ela...