— Será que vamos chegar vivos? Será que essa lata velha não vai desmontar no meio do caminho? — Vinícius pergunta ao meu lado enquanto estou ao volante.
Tivemos que vir no meu carro, já que o carro da Cris e do namorado estão na oficina. Ninguém gostou da ideia de vir no meu carro. Ele balança e faz um barulho enorme pelo trânsito e parece um trator antigo, mas o importante é que funciona.
— Se você debochar do meu carro mais uma vez, juro que te jogo pra fora e te deixo no meio do nada.
— Tá bom, calei — ele passa os dedos nos lábios como se tivesse fechado um zíper.
Dirijo com cuidado pela rodovia e feliz. Não sei por que aceitei sair com Vinícius, Cris e Lucas. Eu nem poderia, já que tinha várias coisas para fazer em casa.
Mas acho que estou mesmo precisando sair para relaxar um pouco, e os três são uma ótima companhia.
Principalmente Vinícius.
Tive que me segurar muito para não beijá-lo, porque, sério, quando o vi todo lindo e cheiroso, de camisa social e todo elegante eu quis pular em cima dele e arrancar sua roupa. Ele usa uma camisa social azul que gruda em seu corpo musculoso, calça jeans apertada, e um sapato social preto super brilhoso. O cabelo está amarrado naquele mesmo coque estiloso e a barba bem feita e aparada.
Foi quase impossível me controlar.
Aliás, controle é o que não tenho tido toda vez que fico perto desse homem.
— Sem zoação agora — ele diz. — Quanto você gastou nesse carro?
— Cinco mil.
Ele fica boquiaberto.
— Não acredito que gastou cinco mil nessa carroça.
— E olha que achei esse carro numa garagem velha.
— Eu disse pra Juju que ela poderia ter comprado uma Biz usada com esse dinheiro e com certeza gastaria muito menos com gasolina. Isso aqui bebe igual pinguço — minha amiga fala grudada ao corpo do noivo no banco de trás.
— Primeiro, detesto motos. Segundo, não tenho carteira de moto. Terceiro, eu precisava urgente de um carro. O Ian sempre me levava e buscava na faculdade, mas aí terminamos e precisei comprar um carro, pois seria muito perigoso voltar pra casa de ônibus. Tive que gastar todas as economias que eu tinha para comprar esse carro.
— Mas agora pode andar de moto. Já andou alguma vezes comigo e viu que não é tão ruim assim.
— É... não é tão ruim assim — me lembro daquele dia gostoso em demos uma volta pela terra do presidente após sair da delegacia. — De todo jeito ainda não sou fã de motos.
— Ah, mas você precisa perder esse medo, pois qualquer dia desses vamos sair juntos por aí e explorar esse nosso Brasil apenas de moto.
— Ha, ha, ha, vai sonhando.
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Apartamento 201 (Série Apartamento - Livro 1)
RomanceAna Júlia mora com sua melhor amiga, porém seus dias de sossego estão contados com a chegada de um novo hóspede: o irmão da sua melhor amiga. Como se não bastasse, ela acaba descobrindo que esse mesmo cara é nada mais nada menos que o homem que ela...