Imediatamente levo a mão dentro da bolsa e tento achar o celular dentro daquele ninho de coisas. Minha mão está tremendo tanto e estou tão nervosa que não consigo achá-lo de jeito nenhum.
— O que está fazendo? — Ian pergunta franzindo uma sobrancelha.
— Vou chamar a polícia.
— Não, por favor — ele leva a mão ao meu braço e o paralisa, impedindo de continuar a procurar o celular. — Não chama a polícia, por favor. Eu só quero conversar com você. Não vou te fazer nenhum mal.
— Você sabe muito bem que não pode se aproximar de mim.
— Eu sei — ele coça a cabeça loira. — Mas eu queria tanto te ver. Queria te convidar para comer alguma coisa. Você deve estar morrendo de fome, né? Conheço um restaurante muito bom não muito longe daqui, a gente poderia...
— Ian — o corto. — Eu não vou há lugar algum com você.
— Preciso falar com você.
— Acho que não temos mais nada pra falar.
— Por favor, vem comigo — ele pede gentilmente. Tá aí uma coisa que raramente via nele, gentileza. E quando via, ela sumia rapidamente dando lugar a um homem rude e violento — Prometo que não vou demorar, só quero falar um instante com você. Você deve estar morrendo de fome pois tenho certeza de que não comeu nada desde o almoço.
Ele tem razão. Só almocei a minha marmitinha e depois não tive tempo de comer nada. Comi uma coxinha de frango cara pra dedéu na faculdade e ainda estou morrendo de fome.
Apesar disso, eu não tinha coragem de ir a lugar nenhum com o meu ex.
— Já disse que não vou a lugar algum com você.
Seu olhar percorre meu corpo.
— Você fica linda mesmo usando um uniforme de loja. A cada dia que passa fica mais linda.
— Não tão linda assim porque por sua culpa perdi quase quinze quilos — respondo de volta. — Mas depois que nos separamos consegui recuperar boa parte desses quilos — lanço-lhe um sorriso forçado. — Aprendi que devo me aceitar como sou e não viver em função da opinião dos outros.
— Quero te dar uma coisa.
Ele ergue um estojo pequeno, quadrado e preto que eu ainda não tinha visto. O abre para mim, mostrando um colar de ouro delicado e caro.
— Meu Deus!
— É lindo, não é?
— É lindo, mas eu não vou voltar pra você.
— Eu te amo — ele pega minha mão e eu a puxo de volta.
— Ian, por favor...
— Você não pode terminar tudo assim. Será que esqueceu tudo o que a gente viveu?
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Apartamento 201 (Série Apartamento - Livro 1)
RomanceAna Júlia mora com sua melhor amiga, porém seus dias de sossego estão contados com a chegada de um novo hóspede: o irmão da sua melhor amiga. Como se não bastasse, ela acaba descobrindo que esse mesmo cara é nada mais nada menos que o homem que ela...