Um ano e meio depois...
Ainda no apartamento 201...
— Vinícius!
Ouço minha esposa gritar meu nome toda furiosa e meu corpo já estremece. Quando ela dá esses gritos sempre é para me dar uma bronca. Levanto do sofá imediatamente e vou para o local de onde veio o grito. Entro no nosso quarto e ela me encara com os braços cruzados e bate o pé contra o piso ao mesmo tempo. Ela fica linda mesmo brava. Na verdade fica ainda mais linda.
— Pode me explicar o que é isso? — Ela aponta um indicador para a cama, onde deixei minha toalha molhada.
— Uma toalha? — Digo como se fosse óbvio.
— Sim, é uma toalha! E está molhada! Porra, Vinícius! Quantas vezes eu falei pra você não deixar toalha molhada em cima da cama?
— Não sei. Milhares.
— É, milhares, mas você parece não ter escutado nenhuma delas.
— Desculpa, amor. Eu esqueci. Prometo que não deixo mais — digo pegando a toalha.
— Você sempre diz isso, sempre deixa coisas espalhadas pela casa e eu sempre tenho que ficar recolhendo tudo.
A tomo pela cintura e dou uma cheirada no seu cangote. Isso sempre a deixa mais calma.
— Ainda bem que tenho você, então.
Ela me afasta.
— Não sou sua empregada — diz irritada.
— Não quis dizer isso. Desculpa. Prometo que vou tentar ser mais organizado, tá bom?
— Você sempre diz isso também — ela cruza os braços e faz uma carranca, fazendo um beicinho também.
Ah, meu Deus.
Como eu tive sorte de ter uma mulher dessa? Estamos casados há um ano e meio. Sempre temos essas briguinhas por causa da organização da casa, mas briga vai briga volta, eu me apaixono cada dia mais por essa mulher.
— Não pode fazer beicinho pra mim — a puxo para mim, pressionando-a contra o meu corpo. — Sabe o que acontece quando faz beicinho pra mim?
Ela luta para sair dos meus braços, mas quando começo a beijar seu cangote e fazer uma trilha de beijos até seu queixo, ela se rende.
— Seu brutamonte — ela arfa quando mordo sua orelha e a empurro em direção à cama. Beijo cada pedacinho de sua pele gostosa e tenho muita pressa em retirar seu short e a camiseta. Como eu amo essa mulher.
— Espera aí — ela me dá um empurrãozinho, me afastando. — A gente tem sido muito inconsequente ultimamente. Lembra daquele dia que transamos sem proteção na mesa da cozinha?
— Lembro... E lembro da vez no chuveiro... e da vez no sofá... e aqui na nossa cama — falo e a beijo ao mesmo tempo.
— A gente tem que parar com isso. Não podemos ser irresponsáveis se não vamos acabar formando um time de futebol.
— Eu não me importaria em formar um time de futebol com você.
— Vinícius! Estou falando sério. Apesar de você ser dono de uma academia muito próspera e eu ter um bom emprego como professora de português numa escola particular, nosso salário não dá pra termos um time de futebol. Temos que ser mais cuidadosos.
— Tá bom, minha professorinha — beijo seu pescoço.
Ela me afasta outra vez.
Eu suspiro.
— Já que você disse que não se importa em ter um time de futebol... acho que não se importaria em ter só um bebezinho por agora, né?
— Acho que não. Na verdade, acho que ficaria bem fe...
Olho para ela, que sorri de orelha a orelha.
— Não brinca.
— Não. Vamos ser papais.
— Ah, meu Deus!
Estou beijando tanto ela que nem sei onde beijar mais. A retiro da cama e a levanto nos ombros, rodopio com ela e caio na cama com ela outra vez. Acho que vou explodir de tanta felicidade.
— Eu amo você.
— Também te amo — ela enfia sua língua na minha e nos beijamos. Jamais me cansaria de beijar esses lábios. — Eu só espero que esse bebezinho não seja tão desorganizado como o pai, se não estou ferrada.
— Acho que a senhorinha TOC não vai deixar isso acontecer.
— É, não vou mesmo.
— Ainda bem que tenho você — digo e lhe dou um beijo arrebatador.
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Apartamento 201 (Série Apartamento - Livro 1)
RomanceAna Júlia mora com sua melhor amiga, porém seus dias de sossego estão contados com a chegada de um novo hóspede: o irmão da sua melhor amiga. Como se não bastasse, ela acaba descobrindo que esse mesmo cara é nada mais nada menos que o homem que ela...