Ana Júlia mora com sua melhor amiga, porém seus dias de sossego estão contados com a chegada de um novo hóspede: o irmão da sua melhor amiga. Como se não bastasse, ela acaba descobrindo que esse mesmo cara é nada mais nada menos que o homem que ela...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Nunca me senti tão desolada e triste em toda a minha vida.
Estou há horas sozinha numa cela suja com fedor de mofo, xixi e rato morto. E ainda levei 14 pontos na carteira e uma multa de quase dois mil reais.
Dois mil reais.
É sério.
Aquele motoqueiro nãoprecisava ter feito um boletim de ocorrência.
Honestamente, aquele cara agora faz parte da minha lista negra. Não que eu já tivesse uma lista negra, mas aquele motoqueiro estreara a minha.
Tenho direito a uma ligação, então ligo para a única pessoa que poderia me tirar dessa prisão: minha melhor amiga.
Cris não é podre de rica, mas os pais são e o pai biológico lhe manda uma mesada todo mês. Além disso, minha amiga é formada em administração e trabalha em um banco, então ela com certeza terá algum dinheiro sobrando para me tirar daqui.
Mas o telefone dela só dá na caixa postal. Tento ligar várias e várias vezes no telefone que me emprestaram. Os oficiais me encaram impacientes e eu lhes lanço um olhar do tipo "Só mais uma ligação". Estou quase desistindo quando Cris finalmente atende.
— Alô? Cris, sou eu — digo ansiosa.
— Juju? Que número estranho é esse?
— Bem... é que... estou ligando da... da... cadeia.
— Cadeia?! — Ela berra do outro lado da linha e quase me deixa surda.
— Por que você demorou tanto pra atender? Estou te ligando a um tempão e só cai na caixa postal.
— Meu celular estava descarregado e esqueci de por pra carregar. Como assim? Você está na cadeia?
— Me envolvi num acidente. Mas estou bem e ninguém se machucou sério — acrescento rapidamente. — Mas eu tinha ultrapassado o sinal vermelho e quase atropelei uma pessoa. E para piorar ainda estava sem a carteira. Será que você pode vir aqui me ajudar? Vou precisar de grana pra sair daqui.
— Minha nossa! Mas você está bem mesmo? Não está machucada?
— Não. Tô bem. Será que você pode vir aqui me ajudar?
— Claro que posso.
— Tá. Mas vem depressa. Esse lugar é horrível.
— Tá bom, prometo ir o mais rápido possível, amiga. Daqui a pouco chego aí.
— Tá, até daqui a pouco. Beijo.
— Beijo.
Mas esse daqui a pouco são longos e angustiantes minutos e fico sujeita a vários ataques, desde baratas asquerosas a ratos que mais se assemelham ao Godzilla.
