Ana Júlia mora com sua melhor amiga, porém seus dias de sossego estão contados com a chegada de um novo hóspede: o irmão da sua melhor amiga. Como se não bastasse, ela acaba descobrindo que esse mesmo cara é nada mais nada menos que o homem que ela...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ao terminarmos de comer a loirinha se oferece para lavar a louça e Cris seca e guarda, enquanto eu e Lucas vamos para a sala ver TV. Conversamos mais um pouco e pergunto mais sobre o trabalho dele e sua família, e me convenço de que ele é um bom partido para a minha irmã.
Mas não conversamos muito, pois assim que Cris termina de arrumar a cozinha ela o leva para seu quarto (e não quero nem imaginar o que vão fazer). Nem dava pra acreditar que minha menininha tinha crescido.
A loirinha vem para a sala, senta-se no outro sofá e fica mexendo no celular, nos deixando apenas com o som da tv. Estou todo empolgado com a cena onde dois carros disputam um racha proibido numa rua isolada, ansioso para saber quem chegará à reta final mesmo já sabendo quem será o vencedor. A loirinha, ao contrário, olha para a tela da tv com uma cara muito entediada e sem o mesmo interesse que o meu.
— Não tem outra coisa melhor pra ver não? — Ela diz.
— Não — digo sucinto. Até tinham outros programas legais para assistir, mas agora eu queria ver novamente o meu filme preferido do coração e que nunca cansaria ver.
— Eu não quero assistir isso.
— Mas eu quero.
Ela se rende e mexe no celular, deixa-o de lado por um tempo, olha para a tv, pega o celular de novo, deixa-o de lado de novo e olha para a tv.
Está inquieta.
— O que você vê de graça nesse filme? — Ela pergunta.
— Além de ser o melhor filme de todos os tempos?
Ela ri alto, muito alto.
— Melhor filme de todos os tempos? Fala sério.
— Então qual seria o melhor filme de todos os tempos pra você, grande cineasta?
— Hum... não sei. É difícil dizer. Tem tantos. Mas tenho certeza de que esse aí não está na lista dos melhores.
— Aposto que na sua lista só tem filmes de mulherzinha.
— O que são exatamente filmes de mulherzinha pra você? — Ela pergunta, ligeiramente ofendida, virando o rosto para me encarar.
— Todos esses filmes de romance, comédias românticas e afins — respondo.
— E o que você tem contra filmes românticos?
— Além de serem chatos pra caramba, melosos e irreais?
— Na minha opinião são filmes muito divertidos.
— Divertido? Acha aquilo divertido?
— Sim. Muito. Filmes românticos adoçam a vida, sabia? E acho que você está precisando. Talvez se assistisse mais esses filmes de "mulherzinha", você seria menos idiota — fala ácida.
