VINTE E UM

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Lá se vai mais uma noite que eu 'to virando
No vazio desse apartamento, já 'to quase pirando
Me bate o desespero empilhando garrafa
Passa o tempo só você não passa.

No estado decadente que eu 'to
A tristeza decora essa casa
Eu sei que ninguém morre de amor.
Mas cachaça e saudade mata.
Ao se mata...

Cássio

O sol está nascendo lá fora,tímido ainda mais será um belo dia. Para os outros não para mim ,estou vivendo no modo  automático à semanas, Trabalho casa treino. Cross fit tem sido uma mão na roda todas as noites. Me eu me descarrego só chego em casa me jogo na cama.

Levanto coloco minha roupa de corrida, pego os fones coloco vou correr pela Orla. Preciso dessa corrida para liberar endorfina. Meu único prazer ultimamente. Decido para num Quiosque e beber um água de Coco, para hidratar sol está começando a esquenta.
Na mesa ao lado está um casal com uma menina com cabelos longos negros, pele bem bronzeada e olhos lindos pretos, deveria ter uns 5 anos. Tomando sorvete e conversnado com um homem que deve ser seu pai, pois tem traços muitos parecidos.

- Papai você sabe o que é o amor ?

- Sim, minha filha é um sentimento. E o que papai sente toda vez que olha para você. !

- Sente? Com as mãos? Eu nunca vi esse amor papai !

- Não minha filha o amor não é algo que possamos sentir com as mãos nem com os pés. Uma coisa de alma de coração. No meu caso eu te amo, desde de quando eu vi nascendo. Você era tão pequenininha com aquela carinha toda inchadinha, aquele olho de jabuticaba, cabeluda por si só. No momento em que  eu te olhei descubri o sentindo de amar.

- Eu acho que te amo também papai.

- Eu te amo, mais minha flor.

Eu vi ali o meu maior desejo ser pai ,ter uma princesa como a Alice. Que gostasse de pique, brincar com os cachorros, tomar banho de piscina, brincar de carro de corrida no shopping, vê aqueles filmes animados que eu não entendo nada, se vestir igual. E dar os legumes pro Tigre. Ela sempre dava um jeito de dar o xuxu ou brócolis pro guloso.
Era tão engraçado ela disfarçando para dá sem ninguém percebesse. Eu me pego sorrindo, faz uma semana que elas se foram. Minha mãe decidiu ficar comigo mais uma semana. Viviane continua sendo algo que eu não sei o que fazer. Eu tenho que colocar tudo na balança, pensar com calma. Eu não à amo mesmo ou será um apego ?
Me lavanto pago a conta volto a correr. Corro mais alguns km. Chego em casa, silêncio total tigre está deitado na sua caminha não faz nem questão de se levantar para me recebe. Quando vou falar com ele. Desgramado se esconde entre as patas. É tá difícil pra mim, nem meu cachorro me quer.
Subo tomo meu banho, escolho meu terno de três peças, me arrumo. Decido ir vê a minha mãe. Assim que eu chego na porta ela está no telefone.

- Oi neném da vovó, tô morrendo de saudades. Vou comprar um presente bem lindão pra você. E te levar para comer sorvete de morango.  Pausa na ligação. Sim esse puguento também tá morrendo de saudades de você. Tio Cá foi trabalhar amor. Beijos minha linda.

Ela me percebe, sou fragado ouvindo a conversa alheia. Aliás alheia não, muito me interessa saber delas.

- Como você está?

- Vivendo. Era a Lice ? Estou com tantas saudades dela. Como está a Leonora.

- Olha depois de velha não tenho cara de telefone sem fio. Se quer mesmo saber dela , vá atrás você já conhece o endereço. Agora deixa eu ir tenho pilates marcado. Ela beija a minha testa se vai.

Vou para a garagem pego o carro sigo para à empresa. Cumprimento todos e sigo para à minha sala tenho muitos projetos para entregar. Porém a minha mente está um caos, não consigo me concentrar. Chamo a ajuda de outros engenheiros conseguimos fazer as plantas que falta do nosso último projeto. Quando dou por mim, olho no relógio e percebo que eu passei o dia sem comer nada.
E já são 20:00, minha secretária insistiu várias vezes para eu me alimentar, mais estou com a cabeça em outro planeta que tem o cheiro de jasmim. Me levanto, ao sair da minha sala noto o silêncio, como e bom está só. minha secretária já foi embora à horas atrás. Ao chegar próximo do elevador escuto o seu Bope e as portas se abrem sai aquela quem eu ando evitando a dias, com seus cabelos soltos com as pontas enrolados com um vestido preto com um decote até o umbigo, quando nossos olhares se encontram ela me fuzila.

-Tive que me deslocar para te procurar fui a sua casa e descobrir que você não estava lá. Vim na esperar de te encontrar, sabe estou te ligando à três dias, você não atende. Tenho de cara de trouxa.

- Não é nada disso, apenas estou trabalhando muito projetos, relatórios obras te disse repetidas vezes para não me atrapalhar no escritório.

- Como eu falo com você ? Te ligo você não atende, ligo para cá está em reunião. E o errado na história e você quem tem que te perdoar aqui sou eu ,só te perdoou se me levar para jantar.

-Vamos jantar então temos que conversar.

Saímos da empresa no meu carro, fomos num restaurante próximo à empresa que é vegano, ela adora.

Pedi um strogonoff de shitake, acho que o mais se aproxima da carne. Ela pediu um salada de broto de feijão. Eu fiquei olhando ela comer e procurando entender como eu me apaixonei por essa mulher. Eu não acho sentido, ela gosta de comidas veganas,eu amo carne. Ela gosta de se divertir vendo desfiles de grifes, eu gosto de passeios ao ar livre. Ela adora viagens luxuosas, eu gosto de viajar para a praia. Meu sonho é ter um filho,o dela é ser conhecida mundialmente. Sabe não temos planos juntos como casal.
- É... Viviane eu tenho um assunto chato para conversa com você...

- Chato ? Pelo amor de deus !
Diga logo.

- Acho que deveríamos dá um tempo,e e e  temos planos completamente diferentes. Eu não mais sentindo o que eu sentia antes por você. Essas viagens tudo que aconteceu nós afastaram. Eu nesse momento quero outro rumo na minha vida.

- Como termina eu perdoei você. Viagens são o meu trabalho. Eu não aceito essa separação.

- Já não cabe mais a você essa escolha. Eu não vou mais viver esse relacionamento de faixada para te agradar. Temos objetivos distintos eu vou atrás deles.

- Já até sei o que aconteceu com você. Sua mãe aquela jararaca fez a sua cabeça junto com aquela tonta e aquela piralha.

- Não coloque o nome da Leonora nisso.Ela não tem nada haver com as minhas decisões. E nem chame a Alice assim. Nossa relação já estava desgastada a muito tempo. Desde de antes do acidente.

- Duvido aquela sonsa está te rondando.

- Você tá maluca. Não tenho qualquer contato com ela.

- Assim você quer eu ache. Você mudou muito depois dela ter entrado na sua vida. E por causa daquela catarrenta. Seu sonho sempre foi ser pai.
Eu bato na mesa vôoa comida para tudo que é lado.

-Chega você querer me acusar tudo bem, agora colocar uma criança que não tem idade suficiente para se defende e um absurdo.

Viro as costas e vou embora. A deixando pra trás sem pensar duas vezes.

Assim que eu saiu do restaurante o carro já está a minha espera. Entro no carro, soco o volante repetida vezes. Viviane passa dos limites. Vou em direção à praia.
Preciso ficar só pensar....
Largo o carro na beira da orla , tiro a gravata e sapato jogo pro lado, corro em direção a água. Fico ali por horas sentado olhando o balanço das águas.
Quando eu sentindo meus pelos arrepiar de frio , levanto e vou embora. Vou catando as coisas , jogadas na areia. Quando vou andando em direção à um quiosque para comprar uma água. Vejo uma mulher muito parecida com a Leonora entrando num táxi, acompanhada por um homem. Pisco por diversas vezes, Incrédulo. Ela parece me reconhece também ela grita.

-Você quebrou ele... meu pobre....  Tanos.

Tento correr na direção que eu deixei o carro, mais e tarde demais o táxi se vai e se mistura ao trânsito.

Amor por AcidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora