Amor por Acidente

T H A M Y

A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.

O

liver Goldsmith

Me sinto culpada por não poder proteger quem amo. Sempre me sinto impotente, mesmo sabendo que relativamente eu não poderia fazer nada para ajudar. Tenho esse estigma desde da morte de meus pais. Ao decorrer da vida, aprendi a esquecer as coisas ruins que vivi . Tenho relapsos de alguns momentos felizes ao lado da minha mãe até mesmo do meu pai. Agora tudo está voltando com força, Estou parada na subida desse morro. Lutando  interiormente contra meus demônios. Atrás da única figura feminina que tenho afeto. Por mais que se tenha passado anos, tudo continua com antes. Pessoas subindo e descendo à todo momento, cheiro de churrasco,barulho de crianças correndo de uma lado para outro. Casas amontoadas umas nas outras, algumas no só no tijolo, outras pintadas, com bastante marcas de tiros. Anos afastada, reconheço alguns rostos familiares. Reuno todas as minhas forças e ligo a moto.

Minha vida tá um caos, nunca fui apegada a rótulos nos meus  relacionamento. Só que aquele  não era bem um relacionamento  sempre fui julgada pela minha cor, nesse caso não foi diferente, não posso culpa-lo , família vem em primeiro lugar . Mais foi melhor assim,águas passadas...
Nesse momento única coisa que iria me fazer bem, seriam os meus pais.Eles são as melhores pessoas que a vida poderia me dá. Mas a minha mania de independência sempre falou mais alto, sou muito difícil.

[...]

Passei uma noite péssima, não que minhas outras sejam melhores. Mas essa acordei por diversas vezes. Estou parando de tomar meus remédios controlados.
Tive pesadelos com a Leonora é comigo. Deve ser por conta de tudo que tem ocorrido.
Pego a primeira roupa que vejo na frente,  corro para o banheiro. Me  arrumo feito jato, mesmo assim estou atrasada como de costume.
Estou passando meu reboco matinal, para esconder essa olheira que insistente em marcar presença.
Quando meu celular começar toca, single lads, em algum canto da casa, para ser sincera nem sei onde ele está. Ando até o corredor ouço um barulho mais alto, pela distancia do som ,ele está em na sala, embaixo do sofá para ser mais exato como ele pode parar ali ? Ele está com o fone.

Só poder ter sido a Berenice, ou
Berê para os mais íntimos, ela é  uma gatinha(sem raça definida) que eu salvei a um ano, de ser triturada e moída no caminho de lixo, ela era uma filhotinha tão fofa,  a colocaram em uma caixa de papelão em uma caçamba. Eu fui correndo por o lixo, pois estava na hora do caminhão passar e ouvir um miado fininho.  Hoje em dia ela é minha única companhia depois que meus pais se mudaram para Londres. Aperto o botão atendo.

- Pronto

- Bom dia, Thamaris. Desculpa ligar já cedo.

- Não tem problemas afinal somos quase parentes. Aconteceu algo com a Leo ??
Como ela está?

- Nada de novo até o momento. Ela está aparentemente bem, só  se fazendo de forte. Acabei de deixá-la no bistrô. Eu fiz de tudo para não há deixá-la só. Porém a mesma disse que precisava distraí a cabeça eu achei válido, ali tem você. Pedi que colocassem uma viatura próxima ao restaurante para que caso tentem algo. Ela em casa poderia pirar. Estou indo à delegacia para saber como foi o interrogatório dos milicianos presos. Depois irei dá uma passada na empresa tenho algumas reuniões pela manhã com um empresário de Veneza.
Após o almoço passo para buscá-la.
Você pode cuidar dela por mim?
Ela é teimosa, bem ... Você sabe , qualquer coisa não exite em me ligar, ok ?

- Claro pode deixar. Ela é minha irmã.

- Muito Obrigada. Agora tenho que desligar, cheguei na delegacia.
.
- Eu também estou mega atrasada.