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Emily me liberou para ir para casa. Sai praticamente correndo de dentro do prédio, precisava entender muitas coisas e o caminho de volta para casa era uma ótima opção, pois em casa, teria o Nate para não me deixar em paz.

Fiquei me questionando se Miranda era travesti, mas dissipei isso da mente, pois se fosse, teria algo na mídia falando sobre, e os documentos dela, tive acesso a todos desde a cópia original mais antiga, então exclui isso dos pensamentos. Iria enlouquecer literalmente, e cheguei tão rápido em casa, e pela primeira vez reclamei disso. Tentei não ficar muito dispersa em casa, já que minha relação com o Nate estava indo de mal a pior. Mas, vez ou outra me pegava lembrando da sensação de sentir o pau da Miranda crescendo.

Será que ela sentiu tesão em mim? Adoraria ser fodida por ela ali.

Meu corpo todo se arrepiou, e Nate se incomodou por eu estar distante e mordendo os lábios, tentei ignorar a desconfiança dele, tirando minha roupa e me oferecendo sem nenhuma vergonha a ele, transamos, mas não foi como eu esperava, há muito tempo não era mais gostoso, na verdade, desde quando comecei a sentir desejos por Miranda, cheguei até assistir filme lésbico.

Mas agora sei que ela tem pau...

Dormi quase nada, Miranda não saiu dos meus pensamentos nem sequer por um minuto, acordei mais cedo e me arrumei de uma forma aceitável para ela, não sei porquê, mas mais que nunca queria que ela me visse impecável, diferente das outras vezes, passei um batom bem escuro.

No caminho para o prédio Elias-Clark, parei para pegar o café da Miranda, quente como o inferno, exatamente do jeito que ela gostava. Minutos depois da minha chegada, o elevador se abre, ela joga o casaco e bolsa em cima da minha mesa, e sem olhar para mim, me chama. Como uma cadelinha obediente sigo sem pestanejar com meu bloco de anotações e uma caneta em mãos.

— Andrea Sanches — Ela fala com calma, e meu coração bate de forma acelerada, não poderia ser boa coisa, normalmente só falamos o nome completo de alguém quando é uma assunto grave, engoli em seco. — Você sabe que com uma ligação eu posso destruí todo o seu futuro e de toda sua família, não é? Já pensou você não consiguindo emprego nem de garçonete — Ela sentou e relaxou na cadeira, brincando com o seu colar de pérolas, como se falasse trivialidades sem importância alguma, talvez para ela não tivesse mesmo. — Ja pensou, Andrea? Eu tenho poder suficientemente para você não conseguir emprego nem como prostituta, se bem que... qual bordel vai querer uma garota gorda que não sabe sequer a diferença de azul? Hoje em dia é muito difícil achar um emprego, Andrea... — Ela arrumou sua postura, agora me encarando — Será isso que vai acontecer, Andrea, caso você ouse abrir a boca para contar sobre o que sabe de mim.

Meu coração doeu ao ouvir cada palavra dela, parecia que meus olhos estavam sendo expostos a pimenta mais ardida do México, pois estava ardendo muito, parecia que pegava fogo, e se eu estivesse em frente a um espelho, teria certeza absoluta que estavam vermelhos, pois eu estava a todo custo tentando engolir o choro.

Como ela tem coragem de me ameaçar por algo tão idiota assim?

Que merda, ela pensa que eu não tenho princípios, que vou sair por ai gritando que Miranda tem um pau? Quão idiota ela é de pensar que vão acreditar em mim e não na Miranda Priestly, a senhora Dragão, dama de ferro?

— Não precisa me ameaçar Miranda, pois o seu segredo estará bem guardado, eu posso ser a garota gorda, tola, que não sabia diferenciar um azul, mas essa garota gorda aqui, tem princípios, tem palavra, ética e caráter, eu jamais falaria algo para prejudicar alguém, agora antes que eu acabe descobrindo mais algum segredo seu, vou arrumar minhas coisas e ir embora. Me demito antes que você me deixe na sarjeta sem poder trabalhar em lugar algum. Inclusive como prostituta, e quer saber de uma coisa, Miranda? Você é uma idiota que pensa que todos a tua volta estão prestes a te apunhalar pelas costas, mas é tão egoísta e está acostumada com tanta gente filho da puta que pensa que todos são assim como você. Uma cretina! — Tentei o quanto pude, mas não consegui evitar que uma lágrima caisse de meu olho dando passagem para muitas que vieram depois.

Girei nos calcanhares se segui para minha mesa, peguei apenas minha bolsa, depois mandaria alguém buscar minhas coisas, eu só queria sumir dali o mais rápido possível.

RecônditoOnde histórias criam vida. Descubra agora