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— Eu só preciso de um tempo para organizar o meu divórcio, Stephen está doido para se livrar desse casamento, não vai ser difícil. — Ela fala tocando em meus cabelos.

Depois do sofá viemos para o meu quarto, para minha cama e fizemos amor novamente. Eu me perdi em seus braços até não aguentarmos mais. O sexo com Miranda sempre me deixa louca.

— A gente não voltou, Miranda. — Profiro abrindo meus olhos. Ela parece confusa. — Se você tivesse endurecido você teria ficado com ela, ela não teria te ameaçado e mesmo sendo por interesse dela, vocês estariam juntas porque era cômodo para você. — Meus olhos enchem-se de lágrimas ao afirmar isso.

— Não, Andreah, não estaríamos. — Miranda coloca meu cabelo atrás da minha orelha. — Eu nunca tive interesse nela. Você estava me pressionando, eu estava com medo. Eu estava com medo de te amar, e quis te afastar, mas antes mesmo de tentarmos ir para cama, eu tinha certeza que era você que eu queria. Eu só quis afastar você.

— Para de mentira, Miranda, depois do beijo eu me afastei e mesmo assim você quis ir para os finalmente com ela. — Falo brava tirando sua mão de mim.

Eu me levanto buscando meu robe me cubro com ele e sento na cama, ela está coberta com o lençol, cabelo desgrenhado, curativo na testa e com semblante de pós sexo lindo de se apreciar. Eu amo essa maldita mulher.

— Eu quis testar se eu seria aceita, Andreah. Você foi a minha primeira mulher. Eu queria não pensar em você, eu queria resistir a não ir atrás de você. Eu não sei te dá uma resposta convincente, por que não tem. Há primeiro momento eu estava com medo do seu amor não ser real, e descrente que você poderia ser tão sincera, eu quis machucar primeiro, antes que você me machucasse, depois eu quis ver se alguém além de você não teria repulsa de mim. Eu sei que é loucura, mas de alguma maneira fazia sentido para mim, hoje não mais.

— Uhum! — Respondo tentando decifra-la, mas muito descrente.

— Eu não te procurei antes porque eu não me sentia no direito, eu já tinha te machucado demais. Mas, a cada dia que passava eu me sentia mais sufocada de saudade de você.

— O que você disse na Runway em relação à maneira como eu sai? — Olhei para ela sem esconder a minha curiosidade.

— Eu não disse nada, eu não dou explicações, An-dre-ah. — Ela revira os olhos. — Você sabe muito bem disso. Apenas ordenei que te desligassem da Runway.

— Os murmurinhos deve ter rolado solto. — Eu sorrio mordendo o lábio inferior.

— Emily sabe... mas, ela jamais verbalizará isso, mas deixou subentendido que sabia, e acredito que seja desde o seu primeiro descontrole... quando eu te ameacei, ela permaneceu guardando isso, e por isso é de minha confiança. Ela contornou as especulações dizendo para as outras pessoas que te ouviram que você teve um surto psicótico. Agora além de ser exigente, severa, abusiva, eu sou conhecida por enlouquecer meus funcionários também. — Ela revira os olhos mais uma vez.

Eu deixo minha boca abrir desacreditada. Eu não acredito que eu me sai como louca. Miranda olha para mim tentando conter um sorriso.

— E você seguiu intacta. — Semicerro meus olhos revoltada.

— Eu sou Miranda Priestly, queria. — Ela fala presunçosa.

— E por isso mesmo vai ter que matar a Elsa se quiser realmente ficar comigo. — Olho séria para ela que visivelmente fica tensa.

— Não precisa chegar ao extremo, meu bem.

— Não, Miranda, ela vai está sempre entre nós. Fala-me quantas vezes ela te ligou só no tempo que você está aqui? Eu vi as ligações dela no seu celular. Ela vai ser sempre um fantasma atormentando você, chantageando e insistindo em ficar ao seu lado em qualquer evento e eu não vou tolerar isso.

— Eu te assumo, eu conto sobre a minha condição para mídia, assim não tem como ela me ameaçar mais, eu estou disposta a isso por você. — Ela me puxa com força, me fazendo ficar perto dela novamente.

— Tudo muito conivente para você. Assim eu não quero, eu só quero que você assuma nosso relacionamento, não precisa assumir sua condição, mas, quero que você a mate, já disse. — Respiro fundo. — É melhor você ir embora.

Eu me levanto novamente, começo a pegar as roupas dela do chão e jogo na cama em sua direção. Miranda pega a roupa e se levanta ficando de costas para mim ela começa a vestir suas roupas. Eu sinto a minha garganta arder, eu sinto meu coração doer. Ela não vai fazer isso por mim, ela nunca faz nada por mim e pelo nosso amor.

— Isso é um crime, Andreah! — Miranda profere se virando para mim enquanto abotoa sua blusa.

— Não se faça de puritana, Miranda. Você saiu na lista de Jeffrey Epstein junto com meio mundo de Hollywood. Sabemos que você não é um poço de bondade.

— Aquela lista é de pessoas que já foram para alguma festa que ele deu na ilha. Não generalize, eu fui porque era bom para a revista e o evento não tinha vínculo nenhum com as acusações sobre ele.

— Eu sei que você não tem envolvimento com as coisas que ele faz lá, mas ainda assim é amiga dele e com certeza vocês trocam favores. Ele pode muito bem dá uma festa e convidar ela, terão muitos atores e atrizes, modelos, alguma coisa pode acontecer com ela e ninguém saberá que foi você.

— Eu vou embora, você esfria a cabeça e a gente volta a conversar, hum? — Ela segura meu rosto e beija meus lábios, eu me deixo ser beijada por ela. Ela acaricia o meu rosto, eu a levo até a porta e novamente ela me dá outro beijo.

— A gente só voltará a conversar um dia, se você fizer o que eu te pedi como prova do seu amor por, Miranda. — Profiro fechando a porta sem dá chances dela falar alguma coisa.


RecônditoOnde histórias criam vida. Descubra agora