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— Pensei que jamais teria um momento como esse. — Uma risada melódica saiu dos lábios da mais velha.

Senti meu coração aquecer com aquela confissão da Miranda, nem de longe imaginava que toda aquela pose de dama de ferro era apenas para esconder o quão frágil e insegura ela era.

— Nunca me imaginei contando para alguém... — Ela continuou enquanto levava a última garfada de comida à boca.

— Fico feliz que você tenha contado para ninguém, e mais feliz ainda em ser desastrada o suficiente para cair em seu colo. — Dei um gole no meu vinho e uma insegurança me assolou. — Agora que você experimentou e sabe o quanto é bom... — Sorri em busca da parede.

— Sua capacidade de ficar envergonhada depois de tantas horas desavergonhadas me impressiona, Andreah. — Lá estava ela, com sua personalidade forte o suficiente para não ter paciência de me deixar fórmular uma frase.

— Provavelmente você vai querer tirar o atraso... com outras garotas que não sejam gordas, e tolas. — Sorri sentindo meus olhos encherem de lágrimas.

Miranda era uma das pessoas mais poderosa de New York, e isso significava que ela era uma das pessoas mais poderosa do mundo, não só por trabalhar e ser a editora chefe da maior revista do mundo da muda, mas por ser dona de ações, e de ter um patrimônio particular capaz de impactar na bolsa de valores. Miranda era Miranda, tinha modelos em volta, pessoas com uma bagagem cultural muito maior da que eu tinha. Aliás, qual bagagem eu tinha?
Sou uma garota idiota que saiu do interior do Ohio, ela com certeza procuraria alguma modelo...
Ela suspirou, tomou um gole do vinho, também olhou para algum lugar que não fosse meus olhos.

— Pretendo manter essa minha condição em sigilo. — Ela murmurou.

— Hum! — Limitei em dizer.

Não era tão tola ao ponto de não entender que caso ela não procurasse outra pessoa era só porque não queria que descobrissem que ela tinha um pênis.

Sorri, o que eu queria? Que ela falasse que eu não era a única mulher para qual ela tinha olhos? Sim, era isso que eu queria, mas eu não estragaria aquele momento com medos e inseguranças.

— Quer assistir alguma coisa? — Ela questionou, levando-se.

Acompanhei ela indo em direção para o quarto, a cama ainda estava completamente bagunçada e o cheiro de sexo perpétuava no quarto.

— Prefiro outra coisa. — Abracei ela por trás. Estava começando a pensar que aquela forma de abraço era minha favorita.

— Acabamos de comer. — Ela girou passando a mão em meu rosto. Me abraçando logo em seguida. — Desculpe te machucar, chamando-a de gorda, de tola. Você é linda, Andrea, entenda que eu quis apenas te ferir para não me ferir.

Apertei ela e deixei as lágrimas cairem. Isso era tão idiota, aquela sensibilidade pós sexo, mas eu não estava sabendo me controlar.

— Senti ciúmes só em cogitar você com outras. — Ela beijou meus lábios, com um beijo casto e sorriu.

— Nem percebi. — Semicerrei os olhos ao ver o semblante bricalhão que ela estava fazendo.

— Não sou passional assim, mas é que... quando se trata de você, bem, de repente sinto vontade de te prender no sótão da casa que eu nem tenho e te manter em cárcere privado, abusando sexualmente de você para todo sempre.

— Devo me preocupar, ou achar essa proposta tentadora? — Ela apertou minha cintura e me beijou com fome de meus beijos.

— Acabamos de comer. — Repeti sua fala ao sentir seu membro duro resvalando em mim.

— Falta a sobremesa. — Ela abriu meu roupão, deixando-me completamente nua.

— O que seria a sobremesa. — Mordi meu lábio inferior ao sentir seus beijos em meu pescoço.

— Você, Andreah, vou comer você todinha. — Ela enfiou a mão entre minhas coxas e apertou meu sexo babado. — Você tem ciúmes de mim, mas eu quem devo está insegura, você tem seu namorado, ele é normal... já eu... — Calei ela com um beijo selvagem.

— Você quem supri meus desejos, Miranda, você quem é completa para mim. — Empurrei ela na cama.

Miranda caiu de costas, me olhava sentar em cima dela com intensidade.

— É por você que eu sou louca. — Movimentei fortemente em cima dela.

— Termina com ele, seja só minha, não deixe ele entrar em você, nunca mais. — Ela segurou minha nuca e me puxou para um beijo.

RecônditoOnde histórias criam vida. Descubra agora