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A luz do luar nos iluminava dentro da piscina na varanda da cabana. Miranda está de olhos fechados e a cabeça para trás apoiada na beira da piscina, enquanto eu ainda sigo com os braços envoltos de seu pescoço e as pernas cruzadas em sua cintura sentindo o pulsar do seu pau dentro de mim. O clima está perfeito, a luz fraca e amarela que vem de dentro da cabana deixa ainda mais perfeito o nosso cenário.

Pego um petisco que está ao nosso lado e levo até a sua boca, lentamente ela abre os olhos sempre tão enigmáticos e aceita o alimento. Ela sorrir para mim e eu retribuo o sorriso.

— Você é maravilhosa. — Profiro me saindo do seu colo.

Arrumo a calcinha do biquíni e me sento na borda da piscina, meu estômago também pede por comida. Miranda segue dentro da água com os braços apoiados em minhas pernas, eu intercalo entre comer, e colocar na boca dela. Eu gosto de como estamos.

— Para onde você foi com as meninas no final de semana passado? — Por fim tento matar a curiosidade de ouvir alguma explicação.

Miranda sai de perto de mim, ela estica os braços e alcança a garrafa de bebida, serve com calma, mas não volta para as minhas pernas.

— Não é porque meus pais morreram que eu não as levo para visita-los no dia que completa ano de sua partida.

— Miranda, me desculpa, eu pensei que...eu, eu sinto muito.

Eu estava sentindo meu rosto esquentar de tanta vergonha, estava me sentindo uma idiota, eu pensava Miranda havia mentido para mim, eu pensei que era só mais uma desculpa dela para não passar algum tempo comigo.

Entro na água novamente e fico de frente para ela, ela não parecia chateada ou algo assim. Ela leva a taça na boca com classe sem tirar os olhos dos meus olhos arrependidos.

— É que eu fico achando que você foge de mim, vamos fazer três meses juntas e sequer eu sei o que temos. — Me calo esperando que ela fale alguma coisa, mas ela não fala, ela apenas fica me observando em total silêncio. — Eu, eu nunca sei o que você pensa sobre nós. Eu sou completamente apaixonada por você, Miranda, eu quero mais que sexo, eu quero participar da sua vida.

— Você já participa querida. — Ela leva sua mão para meu rosto. Repousando em minha bochecha, ela me dá um selinho.

— Não dessa maneira, Miranda.

— Eu sou casada, Andreah, mesmo que seja para a sociedade, ainda assim eu sou casada, eu tenho minhas filhas, elas não sabem da minha condição, e nem tem mentalidade suficiente para entender o que você representaria nas nossas vidas.

— Eu não estou pedindo para você separar, para você mostrar para a sociedade a sua condição e nem para suas filhas que vai para a cama comigo. — Sinto meus olhos encherem-se de lágrimas. — Eu só não queria sentir essa barreira entre a gente, eu só queria fazer mais parte da sua vida pessoal e não apenas profissional, eu queria me sentir pertencente. — Soluço.

— Você disse que aceitava o que eu quisesse querida, e por agora eu não posso te oferecer muito, ainda é cedo, vamos seguir deixando surgir com calma, como acordamos na nossa primeira vez. — Ela segura meu rosto com as duas mãos e busca meus lábios. — Eu quero você, eu desejo você. — Seus beijos caminham para minha orelha e desce pela lateral do meu pescoço.

— Eu não sou boa o bastante, é isso?

— Não é nada disso. — Ela expõe meus seios para fora do biquíni. Tocando com sua boca calma e quente.

— Você deseja a Elsa eu vejo em seus olhos quando está com ela, você foge de todas as perguntas que faço sobre sua vida, você na cama parece tão entregue mas fora dela parece tão distante.

— Ei! — Ela chama minha atenção.

Mas, eu não deixo ela prosseguir, me afasto dela, mergulho em direção a escada e caminho para dentro da cabana. Entro no banheiro passando a chave. Entro debaixo do chuveiro e deixo a água quente cair em meu corpo com lágrimas incessantes deslizando pela minha face.

Eu não queria ter colocado ela contra a parede, eu não queria ter falado que queria algo mais sério, eu só queria entender porque ela não me permite entrar em sua vida, eu só queria entender porque eu não sou suficiente para ela, eu só queria que ela me quisesse além de sexo.

Eu nem sei quanto tempo passei dentro do banheiro, abro a porta enrolada na toalha e lá está ela sentada na cama enrolada no roupão sempre com sua face tranquila e que tem o controle de tudo.

— Desse jeito eu não quero mais, Miranda. — Falo com a voz embargada.

Meu deus eu não vou parar de chorar nunca?

Sinto ela se aproximar de mim, suas mãos me agarram, uma na cintura e a outra na nuca. Abaixo minha cabeça, mas ela faz com que seus lábios toquem os meus.

— Vamos deixar rolar, hum? — Ela me abraça apertado. — Eu quero você.

— Não o suficiente para me deixar entrar em sua vida.

— Mas, você já está em meu coração, só precisamos de tempo para encontrar uma maneira de que dê certo para você assim como está dando para mim.

Eu ainda tentei sair dos seus braços, mas eu não consegui e me deixei ser tomada por ela. Eu a amo e sou louca por ela e ela sabe do poder que tem sobre mim.

RecônditoOnde histórias criam vida. Descubra agora