Capítulo 7

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Hope.

A tarde de liberdade havia sido maravilhosa, e eu aproveitei cada décimo de segundo comendo minha torta de maçã em uma cafeteria que encontramos. Mais gostoso do que bolo de maçã, somente a torta de maçã, ainda mais quando acrescentavam canela. Ficava maravilhoso.

Chegando na casa de Thomas novamente pude notar um clima silencioso, constatei que não havia ninguém presente no ambiente e aproveitei o momento tomar um banho quente. E não, dessa vez eu não dormi durante o banho, apesar do sono, é claro.

Assim que sai do meu momento relaxante e estava decidindo meticulosamente que roupa usar, recebi uma ligação de Thomas naquele celular pequeno que ele havia me fornecido. O que será que ele queria? Afinal, Thomas nunca havia me ligado por aquele celular.

— Oi, senhor Carter. — Eu disse gentilmente. — Posso ajudar?

— Pode. Para de me chamar assim, não precisa de tanta formalidade. — Ele respondeu, sério.

— Fala logo. — Apressei.

— Adora me provocar, né Hope? — Riu. — Quero te apresentar uma pessoa, pode me encontrar na sala de estar para um café daqui trinta minutos?

— Quem? — Eu questionei, curiosa.

— Pode ou não?

— Posso. — Concordei. — Daqui trinta minutos estarei lá.

E assim o telefone desligou. Até pensei em recusar o convite como uma maneira de  provocá-lo, porém, a minha curiosidade era maior, e não aguentaria de jeito nenhum ficar na expectativa de quem seria essa pessoa que ele iria me apresentar.

Coloquei uma saia azul clara de pregas acompanhada de uma blusa branca de gola alta. Eu realmente estava me divertindo com aquele closet. Meus cabelos permaneceram soltos, e como já fazia um certo tempo que não cortava, pude sentir que estava quase ultrapassando a cintura. Gosto dessa forma, porém, cabelos curtos sempre foram muito tentadores, quem sabe um dia.

Descendo as escadas e indo em direção a sala de estar pude ver um rapaz loiro, de olhos tão claros quanto os meus. Meu corpo arrepiou ao encontrá-lo. Vê-lo me causava uma sensação estranha, igual quando encontrei Thomas. Era como se houvesse visto aquele rosto inúmeras vezes durante a minha vida.

O rapaz me olhava paralisado, com Thomas logo atrás dele. Por um momento achei que ele havia visto um fantasma, ou que até mesmo estivesse alcoolizado. Sem que ao menos eu pudesse cumprimentá-lo, o rapaz começou a chorar, fazendo com que eu ficasse sem reação. Ele caminhou em minha direção e meu abraçou, sem ao menos perguntar se poderia fazer aquilo. A sua cabeça estava posicionada em meus ombros, e seus braços em volta do meu corpo. Pude ver Thomas olhando negativamente para a situação, mas logo em seguida deu um sorriso ao ver a cena.

Me distanciei do rapaz e olhei confusa para seu rosto. Seus olhos estavam vermelhos, e pela sua fisionomia, ele aparentava estar surpreso. Thomas finalmente resolveu pronunciar algo, tirando o pobre garoto de seu transe:

— Essa é a maneira que ele cumprimenta as pessoas. — Emitiu um sorriso sem graça. — Ele é bem sentimental às vezes.

— Ah, prazer, sou a Hope. — Estendi a mão, confusa.

— Sou... Joshua Somerset. — Pronunciou, fungando e apertando a mão que eu havia que estendido

— Por que está chorando? — Eu questionei, observando o rapaz que ainda fungava incessantemente.

— Com licença Hope, pode me dar um momento? — Thomas interrompeu, puxando Joshua para outro cômodo.

— Claro... — Respondi confusa.

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