Natasha.
Thomas me olhava de cima abaixo, mas não do jeito que eu gostaria que ele olhasse. Logo ele balançou a cabeça negativamente e se sentou na cama, olhando para uma direção oposta da qual eu estava. Sua revolta era perceptível, e quando achei que era melhor ir embora, ele enfim quebrou o silêncio.
— Desculpa, não deveria ter feito aquilo... Foi impulso. — Abaixou a cabeça e fitou meus olhos. — Não consegui vê-lo tocando em você daquela forma.
— Tudo bem, eu entendo... — Eu sorri gentilmente para ele, mas sua fisionomia ranzinza não suavizou nenhum pouco.
— Queria te proteger, o Josh é um imbecil, ele só quer te usar, vai te magoar. — Respondeu ferozmente, enquanto cerrava os punhos.
— Seus amigos disseram que você é pior que ele. — Soltei uma risada irônica e vi seus punhos, que antes estavam cerrados, serem desfeitos, e sua expressão feroz desaparecer.
— É diferente, você não entenderia. — Caminhou despretensiosamente até a janela, ficando de braços cruzados para a mesma. Ele estava inquieto, e seu comportamento parecia intrigante aos meus olhos. Eu havia vários questionamentos para fazer.
— O que é diferente, Thomas? — Caminhei em sua direção, até ficar centímetros de distância de onde Thomas estava.
— Oras, é que eu... — Respondeu em um sussurro.
— É que você...? — Eu questionei, curiosa.
— É que eu amo você. — Ele suspirou, virou-se em minha direção, caminhou em passos lentos até meu corpo, levando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha. — Não adianta lutar contra isso, e para ser sincero, eu nem quero lutar contra isso. Quando estou você só tenho vontade de me render ao que sinto cada vez mais. Eu amo você, Natasha. Eu fico louco de pensar em você com qualquer outra pessoa.
Coração disparado e estômago revirando. Essas eram as sensações me dominavam no momento. Nunca achei que um dia poderia sentir tudo isso, e ao mesmo tempo representar algo bom, mas representaram. Meu corpo gritava de felicidade e senti uma lágrima involuntária deslizando levemente pelo meu rosto, mas Thomas logo limpou ela com seu polegar.
— Eu também amo você, Thomas. — Afirmei. — Eu não iria fazer nada com Josh, só estava encontrando um jeito de sair dali, mas pelo visto, não precisou.
— De nada? — Thomas sorriu abertamente, ambos estávamos mais leves com a conversa, mas algo ainda me intrigava.
— Quem era aquela mulher loira? — Eu questionei, disfarçando minha fúria.
— Desculpa ter te deixado pensando coisas ao sair às pressas. Ela me entregou esse bilhete. — Ele caminhou até uma cômoda que havia no quarto, abriu a primeira gaveta e retirou um pequeno papel, me entregando o mesmo.
Abri o embrulho amassado que continha uma marca de batom depositado no canto inferior direito e uma letra curvilínea pequena. Li todas as palavras lentamente:
"Sua namorada está ainda mais bonita do que estava no dia do casamento.
Se está preocupado com a segurança dela, me siga.
Tenho informações importantes.Aposto que agora se lembra de mim, não é mesmo?
Beijinhos, Abigail Nichols."
Olhei confusa para Thomas. Lembro dele me contando sobre essa mulher que apareceu no dia do casamento, e que ele acordou em um quarto totalmente embriagado ao lado dela sem consciência do que havia acontecido. O que ainda me intrigava era a presença dela em Portsmouth.
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HOPE
RomanceHope é uma jovem cujo desconhece sua origem, nome e idade. Não se lembra de nenhum fato referente a sua vida desde que foi encontrada na costa oceânica de Brighton, na Inglaterra, extremamente machucada. Depois de um tempo confinada em um convento...