Capítulo 17

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Quianna.

O dia do desaparecimento de Natasha.

Desvio de conduta; é caracterizado por padrões persistentes de conduta socialmente inadequada, agressiva ou desafiante, com violação de normas sociais ou direitos individuais. Se há uma definição perfeita para Elec Brayne, seria essa.

Como eu havia dito, fui atrás de Natasha. Quando vi o estado de Elec, sabia do risco que ela corria, e não poderia deixar que nada acontecesse com ela, pois nunca iria me perdoar por aquilo. Ou melhor, nunca me perdoei por aquilo.

— Natasha! Para de correr! — Gritei, correndo incessantemente atrás da garota ruiva desesperada. Lembro de me perguntar como uma garota tão pequena corria tanto.

— Eu preciso achar... Cadê o Thom? — Parou assustada, colocando as mãos na cabeça em desespero, com a respiração ofegante.

— Esquece o Thom! Ele não vai vim. Ele é um otário. — Retruquei, tentando puxá-la pelo braço.

— Ele precisa saber do nosso filho, pelo menos. — Com brusquidão soltou de minhas mãos e colocou sob sua barriga, com lágrimas brotando em seus olhos. — Por que tudo tem que ser tão difícil assim?

— Nat, seu filho vai crescer bem. Estou com você. Vamos voltar para sua casa, falar com seu pai e acalmar seu noivo. — Cheguei perto do local em que ela estava e depositei um beijo em sua testa. O fato dela ser mais baixa do que eu contribuía.

— Não vou me casar com ele. — Afirmou, destemida.

— Tudo bem, nem tem mais como. Ele destruiu todo casamento, chutou tudo, e esmagou até a último enfeite de flor que tinha no local, não tem mais casamento.— Nós duas rimos baixo do descontrole de Elec. Era uma risada de alívio.

Peguei em sua mão que estava úmida pelo nervosismo, mantive o tempo inteiro entrelaçada à minha. Quando íamos dar o primeiro passo naquele gramado espesso em direção a saída da floresta, a pessoa menos conveniente para o momento apareceu; loiro, de cabelos compridos, rosto inebriado pelo excesso de álcool, camisa social entreaberta e com a feição assustada, como se estivesse nervoso com a situação.

— Tenho que detê-las. — Brad segurava uma arma em mãos apontada para nós, ao mesmo tempo que tremia sem parar. Seu descontrole e inabilidade em usar o revolver era nítido. Como meu ex, posso afirmar, aquele homem sempre havia sido um covarde, mas naquele momento senti medo que realmente fizesse alguma coisa.

— Por que está fazendo isso, Brad? — Gritei. — Está louco?

— Não íamos dar uma lição na princesa? — Riu nervoso. — Por favor, Quianna, essa menina é perversa, olha o que ela fez com Elec. Estou apenas vingando um amigo, e cumprindo com um acordo, já que você não foi capaz e desistiu antes de finalizá-lo.

— Que acordo? — Natasha nos encarou.

— Ah, ela não te contou? Queríamos dar uma lição em você. — Brad riu.

— Isso é verdade, Quinn? — Especulou soltando a minha mão. Ela estava extremamente magoada com a afirmação de Brad.

Sem que ao menos eu pudesse protestar contra seu comentário, ouvi um estrondo, e na direção desse estrondo estava Elec, que havia agilmente golpeado Natasha na cabeça. Havia sido um golpe tão forte que quando ela caiu no chão, me perguntei se ela estava desacordada, ou se ele havia a matado naquele momento mesmo.

— Traz a Quinn. — Gritou Elec, enquanto facilmente carregava Natasha nos ombros.

Brad pegou meus braços e cruzou em minhas costas, enquanto me ameaçava com a arma tremendo em suas mãos, apontada para minha cabeça. Fui obrigada a segui-los. Não fazia a mínima ideia de quais eram seus planos e o que iriam fazer com a gente. Sinceramente, à aquela altura, dificilmente acreditava que eles queriam apenas nos assustar, mas sim, nos eliminar completamente.

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