Capítulo 9

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Hope.

A raiva e adrenalina predominavam em meu corpo. O fato de Thomas querer me impor regras e controlar cada passo que eu dava estava me irritando. Acabei perdendo Joshua de vista em meio ao aglomerado de pessoas que havia no local, em compensação, Thomas e Tereza continuavam me seguindo.

"Que foi? Não cansa desse jogo?"

Enviei a mensagem apressadamente para ele, enquanto observava sua fisionomia assustada ao ler o que eu tinha escrito. Ele deveria estar se sentindo desafiado.

"Não, não canso."

A resposta chegou rápido, informando o que eu já imaginava; ele iria continuar me seguindo, e tentando controlar cada passo que eu dava. Não hesitei em respondê-lo:

"Então se divirta jogando sozinho."

Após ter garantia que a mensagem havia sido entregue com sucesso ao destinatário, desliguei o celular. Não queria mais saber de Thomas, e muito menos dos seus sermões. Eu iria ignorá-lo pelo resto da noite.

Distraída em meio aos mais diversos tipos de pensamentos, meu corpo colidiu com alguma coisa sólida logo à frente, e uma mão envolvendo minha cintura permitiu que eu não caísse. Ao encarar o dono das mãos salvadoras, pude ver que além de mãos ágeis, ele também tinha um sorriso bonito e cabelos dourados. Sua imagem se assemelhava com a de algum surfista, e eu poderia facilmente imaginá-lo com uma prancha embaixo dos braços.

— Obrigada. — Agradeci sorrindo.

— Que isso. Sorte a minha esbarrar com você, eu diria. — Ele disse tirando as mãos que envolviam minha cintura. — Tenho a impressão que já te vi em algum lugar.

— Acho que não. Meu nome é Hope, prazer. — Especulei, lançando um sorriso tímido em sua direção.

— Bom, eu sou o Brad. — Elevou uma das minhas mãos até a sua boca, e depositou um beijo. — Acho que devo ter te visto em meus sonhos mesmo, né?

— Não sei. — Ao dizer isso, senti minha bochecha ferver. Não estava acostumada com aquele tipo de atenção.

— Não precisa ficar vermelha. — Deslizou uma mão em meu rosto. — Quer conversar em um dos quartos do segundo andar?

— Não acho uma boa ideia. — Me afastei dele.

— Vamos apenas conversar. Prometo não tentar nada. — Levantou as mãos em redenção. — Eu quero fumar. Usarei uma das janelas lá de cima. Prometo que sou legal. — Olhei para o seu rosto, tentando analisar se havia algum vestígio maldade no que ele estava falando, mas não encontrei. Brad estava agindo naturalmente, o que me fazia pensar que ele queria só de fato conversar.

— Promete? — Eu questionei. Também queria me livrar da presença de Thomas, por mais que houvesse perdido ele de vista durante esse tempo.

— Prometo que não irei fazer nada que não queira. — Brad sorriu, e segurou em uma das minhas mãos, me direcionando pelas escadas até o andar de cima.

Chegando em um quarto aleatório, que por sinal era muito espaçoso, com paredes brancas e móveis na cor creme, Brad fez o que havia falado que iria fazer, caminhou em direção à janela e tirou um cigarro do bolso, e após acender, começou a tragar profundamente, enquanto observava a paisagem de fora reflexivo. Eu apenas me sentei na cama, e enquanto passeava meus olhos pelo cômodo. Estava nervosa com aquela situação.

— Você não é o tipo de garota que vem para festas, né? — Me olhou de lado.

— Não. Está muito óbvio? — Não contive uma risada.

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