Capítulo 15

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Thomas.

Hope estava me olhando com uma expressão séria e eu não sabia o que fazer. Não fazia ideia como ela iria se comportas ao saber daquilo tudo. Entre todas as opções, optei pela sinceridade. Ela merecia saber a verdade, e somente depois de saber a verdade poderia decidir o que fazer com aquilo tudo.

Logo, seu corpo já não estava mais entrelaçado ao meu. Sentada na beirada da cama, ainda nua, olhando para o vazio, e carregando consigo uma expressão pensativa. Hope pegou minha mão com ternura e gentileza.

— Obrigada pela verdade. Preciso de um tempo para assimilar tudo. — Pronunciou, ainda assustada. Eu somente concordei.

[...]

Deixamos aquela festa movimentada para trás, junto com Joshua. Na verdade, perdemos ele de vista, e até encontrarmos novamente levaria muito tempo. A melhor opção a se cogitar era esperar até que o dia seguinte ele entre em contato.

Seguimos para a minha residência novamente. Hope parecia distante e indiferente diante daquela situação, mas tudo bem. Ela precisava do seu tempo, e eu respeitava aquilo.

Assim que chegamos, não demorou para que Hope se trancasse no quarto. Eu não tinha mais cabeça para ir para a festa de cem anos da minha empresa. Deixei meus sócios cuidando de tudo, e resolvi por fim, tirar um cochilo depois de tantas lembranças que revivi naquele dia. Aquilo me machucava. Eu mesmo me machuquei. Minhas atitudes inconsequentes fizeram com que muitas coisas acontecessem com a única pessoa que eu havia sido capaz de amar na vida. Eu queria ser perdoado, porém, não havia como buscar o perdão dela se nem mesmo eu conseguia me perdoar.

O sono que entrei, depois de todos aqueles momentos revivenciados, havia sido intenso. Acordei da forma mais inesperada possível. Hope alisando seus dedos pelos meus cabelos. Pisquei consecutivas vezes para ter certeza que sua imagem em minha frente não era miragem. Era real. Ela realmente estava ali.

— Hope? — Eu questionei, encarando seu rosto.

— Me chama de Natasha, por favor. — A sua voz era firme.

— Tudo bem, Nat. — Levantei de onde estava deitado, ficando encostado na cabeceira da cama. — O que houve?

— Thom, eu quero ver a Quianna. Acho que ela pode me ajudar a descobrir mais sobre meu passado. — Os seus olhos analisavam minha fisionomia minuciosamente, que com certeza, foi negativa.

— De jeito nenhum. — Balancei a cabeça negativamente, levantando da cama em que estava deitado. Natasha não pensou duas vezes e me acompanhou. Estávamos a centímetros de distância um do outro.

— Por favor, Thom. — Implorou. — Nós éramos amigas, não éramos?

— Você brigaram. Não sei se ainda estavam brigadas no dia do seu casamento, mas mesmo assim... revelar que você está viva é arriscado demais. — Aleguei.

— Ela pode ter informações importantes. — Respondeu, sorrindo.

Realmente, aquele era um fator que eu não poderia negar. Quianna, como melhor amiga de Natasha, deveria saber de várias coisas referente à vida dela, e quem sabe até mesmo poderia saber do segredo que iria me contar no dia em que desapareceu.

— Eu vou falar com ela. Você fica. — Ordenei, e logo pude ver uma expressão carrancuda se formando no rosto dela.

— Quê?! Eu que tive a ideia, eu vou sim! — Retrucou.

— Nat, é perigoso demais, entenda. Vou sozinho. — Especulei, alisando cabes mechas chamativas do cabelo dela, mas logo fui parado pela distância que se fez entre nós quando sutilmente Natasha deu um passo para trás.

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