Capítulo 36

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Natasha.

Ao chegar no hospital, quis imediatamente ver Thomas, porém, fui impedida pela equipe médica. Segundo eles, Thomas estava em um estado grave, e estavam sendo feitos os primeiros atendimentos de emergência, cujo eu não poderia atrapalhar de jeito nenhum.

Minhas mãos suavam frio e eu andava de um lado para o outro no quarto em que me colocaram. Ainda não avisei Joshua e James sobre o ocorrido, falei apenas para Davis, pois solicitei que ele trouxesse algumas roupas de Thomas para o hospital, e inclusive, comunicasse a família dele, já que em breve, inevitavelmente eles iriam saber.

Sobre a minha saúde, está tudo bem. Por um milagre, meus ferimentos foram superficiais, e minha gravidez não foi afetada. Descobri que eu estou de três meses. Exatamente a quantidade de meses quando minha ultima gravidez foi interrompida por aquela tragédia. Gostaria ter ficado feliz ao descobrir de quantos meses eu estava, mas meus sentimentos eram estimulados pela tristeza de não poder compartilhar com única pessoa que importava, esses fatos. Desde que cheguei nesse hospital a única coisa que tenho feito é chorar e implorar pela vida de Thomas. Nunca fui muito de rezar com fervor, minha fé nunca foi inabalável, mas nessas últimas horas, a única coisa que tenho tentando buscar é a esperança. Justamente o significado do nome que haviam me concedido no convento; "Hope". Quanto mais o tempo passava, mais esse nome fazia sentido.

Meu coração beirava ao desespero, mas enquanto minha alma era amargamente consumida por dentro, por fora eu arquitetava um plano. Antes de entrar no quarto que estou agora, solicitei gentilmente para secretária do hospital que se alguém perguntasse por Joshua Somerset, fosse direcionado para esse quarto, já me preparando receber para Abigail Nicols. Nunca achei que iria me arrepender dolorosamente de um dia ter desejado ter uma mãe.

Em meio a aquele momento caótico e aquela agonia da espera, ouvi meu celular vibrar. Meu coração gelou ao encarar a tela e me deparar com um número que não conhecia.

— Quem é? — Desferi o questionamento, aflita.

— Filha? Graças a Deus! — James suspirou do outro lado da linha. — Davis me disse o que aconteceu, está tudo bem?

— Não... — Admiti. — O Thomas está muito mal.

— Eu estou indo para aí! — Pronunciou de imediato.

— Te aguardo, papai. — Especulei. — Acho que temos muito o que conversar.

Desliguei o telefone, e encarei fixamente a porta do quarto que se abria vagarosamente. Pude vislumbrar aquela cabelereira loira e aqueles olhos intensos me encarando confusos. Agora que sabia quem de fato ela era, tinha admitir que Abigail era muito parecida com Joshua fisicamente. Os mesmos cabelos, os mesmos olhos, e até mesmo o formato de seu rosto. Me condenei por nunca ter percebido isso antes.

Já eu, por mais que tivesse traços sutis que se assemelhassem aos dela, negava com todas as minhas forças isso. Me enojava o fato de ser parecida com uma pessoa tão repugnante.

— Natasha? — Ela questionou, ainda com os olhos arregalados, se aproximando de mim. — Aonde está Joshua?"

— Joshua não está aqui. — Respondi, com um sorriso amargo.

— Não entendo o motivo de ter me feito dirigir até aqui.

— O motivo é que você me deve algumas respostas. — Interrompi sua fala, indo direto ao ponto.

— Não te devo nada, garota. — Ela se virou para ir embora, mas logo foi impedida pela minha mão puxando seu braço.

— Como uma mãe pode fazer isso com a própria filha? Você não tem escrupulos nenhum. — Pronunciei, em um tom de voz alto.

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