Capítulo 18

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Natasha.

Estava trancada em meu quarto, com a cabeça afogada em travesseiros, e meu coração audacioso batendo sem parar, igual havia batido quando ouvi Tereza e Thomas no quarto ao lado. Eu não gostava que esse tipo de emoção estivesse alocada dentro do meu coração, mas não poderia evitar tal sentimento sabendo que Thomas, à essa altura, estaria na casa de Quianna engendrando as mais diversas perversidades.

Após um tempo, acabei adormecendo, e igualmente todas as vezes, meu sonho acabou sendo bastante conturbado, com gritos, vozes, mar, dor e balbúrdia por todo lado. Não estranhei, pois no geral, esse era o tipo de pesadelo que estava acostumada a ter. Acordei sucessivamente com batidas na porta.

— Se não for Thomas Carter, pode entrar. — Respondi de imediato.

Era Thomas. O homem viril carregava uma expressão indiferente e uma fisionomia conturbada em seu rosto. Não sabia o que havia acontecido, mas com certeza não foi algo bom.

— Eu disse se não for Thomas Carter... — Protestei, fingindo estar ultrajada.

— Eu ouvi isso. — Respondeu com um tom de voz firme, sem sair da porta do quarto.

— Que cara de quem comeu e não gostou. — Provoquei, mas Thomas manteve a expressão séria, com as mãos no bolso e corpo recostado na lateral da porta.

— Natasha, vamos para a casa da minha família por alguns dias. — Alertou. — Emma vai arrumar suas malas. Partimos hoje à noite, fique pronta.

— Não concordei com isso. — Respondi, levantando da cama e encarando seu rosto.

— Não pedi para concordar. É uma ordem. — Fechou a porta, me deixando falando sozinha.

Me sentia confusa. Thomas estava me tratando como me tratava nos primeiros dias em que comecei a morar com ele, quando eu ainda me conhecia como Hope.

Em minha mente se passavam diversos pensamentos turbulentos, e o que poderia ter ocorrido durante nessa visita que ele havia feito com Quianna para ter mudado daquela forma. Eu não deveria ter sugerido de visitá-la.

Ouvi a porta se abrindo e me assustei. Era Emma, com uma expressão indômita, vociferando palavras inaudíveis.

— Caramba, algum bicho te mordeu? — Brinquei, enquanto observava a mulher abrir a porta do meu closet e retirar uma mala imensa. Em todos esses dias, eu nem se quer havia reparado que havia aquilo lá.

— Bicho, senhorita? Acho que você quis dizer monstro. Eu estava até agora com o cachorrinho do senhor Thomas. Ele decidiu que vai levar ele para viagem de vocês. — Respondeu.

— Ele deve estar louco. Aquele cachorro não sabe conviver em sociedade, é um monstro. — Gritei em pânico. Viajar para a casa da família dele que eu conseguia, mas dividir o mesmo espaço com aquele "dinossauro" só poderia ser algum tipo de brincadeira.

— Fala isso para o senhor Thomas. — Pronunciou, pegando algumas peças de roupa cuidadosamente e dobrando, para em seguida, colocar na mala.

— Só o que me faltava... — Passei as mãos pela testa, limpando o suor de nervosismo que surgiu assim que Emma falou do cachorro.

Segui para o banho, percebendo que não havia outra solução. Eu teria viajar com Thomas e com o dragão dele. Não fazia a mínima ideia do local no qual a família dele morava, mas independente de onde, minha opinião era dispensável. O homem não mudaria de ideia tão facilmente.

[...]

Já no banco do passageiro, seguíamos viagem. Thomas estava concentrado na estrada, e eu ainda não havia entendido o porquê dele ter escolhido ir dirigindo e não com o motorista de sempre. Taz, o cachorrinho do Thom, estava na parte de trás do carro, sem nenhum tipo de proteção, mas minha opinião, precisaria no mínimo de uma jaula para nos manter em segurança.

HOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora