Natasha.
Estava trancada em meu quarto, com a cabeça afogada em travesseiros, e meu coração audacioso batendo sem parar, igual havia batido quando ouvi Tereza e Thomas no quarto ao lado. Eu não gostava que esse tipo de emoção estivesse alocada dentro do meu coração, mas não poderia evitar tal sentimento sabendo que Thomas, à essa altura, estaria na casa de Quianna engendrando as mais diversas perversidades.
Após um tempo, acabei adormecendo, e igualmente todas as vezes, meu sonho acabou sendo bastante conturbado, com gritos, vozes, mar, dor e balbúrdia por todo lado. Não estranhei, pois no geral, esse era o tipo de pesadelo que estava acostumada a ter. Acordei sucessivamente com batidas na porta.
— Se não for Thomas Carter, pode entrar. — Respondi de imediato.
Era Thomas. O homem viril carregava uma expressão indiferente e uma fisionomia conturbada em seu rosto. Não sabia o que havia acontecido, mas com certeza não foi algo bom.
— Eu disse se não for Thomas Carter... — Protestei, fingindo estar ultrajada.
— Eu ouvi isso. — Respondeu com um tom de voz firme, sem sair da porta do quarto.
— Que cara de quem comeu e não gostou. — Provoquei, mas Thomas manteve a expressão séria, com as mãos no bolso e corpo recostado na lateral da porta.
— Natasha, vamos para a casa da minha família por alguns dias. — Alertou. — Emma vai arrumar suas malas. Partimos hoje à noite, fique pronta.
— Não concordei com isso. — Respondi, levantando da cama e encarando seu rosto.
— Não pedi para concordar. É uma ordem. — Fechou a porta, me deixando falando sozinha.
Me sentia confusa. Thomas estava me tratando como me tratava nos primeiros dias em que comecei a morar com ele, quando eu ainda me conhecia como Hope.
Em minha mente se passavam diversos pensamentos turbulentos, e o que poderia ter ocorrido durante nessa visita que ele havia feito com Quianna para ter mudado daquela forma. Eu não deveria ter sugerido de visitá-la.
Ouvi a porta se abrindo e me assustei. Era Emma, com uma expressão indômita, vociferando palavras inaudíveis.
— Caramba, algum bicho te mordeu? — Brinquei, enquanto observava a mulher abrir a porta do meu closet e retirar uma mala imensa. Em todos esses dias, eu nem se quer havia reparado que havia aquilo lá.
— Bicho, senhorita? Acho que você quis dizer monstro. Eu estava até agora com o cachorrinho do senhor Thomas. Ele decidiu que vai levar ele para viagem de vocês. — Respondeu.
— Ele deve estar louco. Aquele cachorro não sabe conviver em sociedade, é um monstro. — Gritei em pânico. Viajar para a casa da família dele que eu conseguia, mas dividir o mesmo espaço com aquele "dinossauro" só poderia ser algum tipo de brincadeira.
— Fala isso para o senhor Thomas. — Pronunciou, pegando algumas peças de roupa cuidadosamente e dobrando, para em seguida, colocar na mala.
— Só o que me faltava... — Passei as mãos pela testa, limpando o suor de nervosismo que surgiu assim que Emma falou do cachorro.
Segui para o banho, percebendo que não havia outra solução. Eu teria viajar com Thomas e com o dragão dele. Não fazia a mínima ideia do local no qual a família dele morava, mas independente de onde, minha opinião era dispensável. O homem não mudaria de ideia tão facilmente.
[...]
Já no banco do passageiro, seguíamos viagem. Thomas estava concentrado na estrada, e eu ainda não havia entendido o porquê dele ter escolhido ir dirigindo e não com o motorista de sempre. Taz, o cachorrinho do Thom, estava na parte de trás do carro, sem nenhum tipo de proteção, mas minha opinião, precisaria no mínimo de uma jaula para nos manter em segurança.
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HOPE
RomansaHope é uma jovem cujo desconhece sua origem, nome e idade. Não se lembra de nenhum fato referente a sua vida desde que foi encontrada na costa oceânica de Brighton, na Inglaterra, extremamente machucada. Depois de um tempo confinada em um convento...