Capítulo 38

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Thomas.

Dois anos depois.

Dois anos se passaram desde que fui acordado por um choro de bebê, naquele quarto cheio de flores, com minha mulher chorando e rindo ao mesmo tempo. Confesso que fiquei confuso com o que estava acontecendo, mas rapidamente entendi que se tratava do momento mais feliz da minha vida.

Após tudo o que enfrentamos, era uma verdadeira conquista contemplar a pessoa que tanto amo, adormecida após um dia cansativo. Finalmente percebo o quão sortudo sou, e que por ela, ou por nossa pequena Hope, eu enfrentaria várias batalhas, pois há pessoas que valem a pena lutar.

Sentei na beirada da cama e dei um selinho na boca da minha amada esposa enquanto ela dormia. Sim, agora ela era minha esposa. Já que depois de tudo, nos casamos quatro meses depois de seu parto, em uma praia perto da casa de minha família, em Portsmouth. Foi uma cerimonia magnífica, mas não tão magnífica quanto Natasha vestida de noiva.

Ainda me lembro de quando a conheci. Lembro do nosso primeiro beijo no seu quarto, depois da briga que tive com seu ex. Lembro de nossas fugas para ficarmos juntos. Lembro de quando a peguei no orfanato, totalmente confusa, perdida, e sempre, muito brava. Se há uma coisa que não mudou em Natasha, antes ou depois da sua perda de memória, foi sua personalidade forte, e isso é algo que admiro. Sua força, coragem e convicção. Me orgulho de ver seu amadurecimento e seu esforço. Ela tem se dedicado muito, não em apenas ser uma ótima mãe, mas também em comandar a famosa empresa do ramo gráfico de seu pai, junto ao seu irmão.

— Oi, amor. — Natasha respondeu, abrindo os olhos vagarosamente e se espreguiçando, enquanto me observava sentado na cama, com os pensamentos distantes.

— Demorou para acordar. — Pronunciei, aos risos.

— Desculpa aí, não fui eu que fiquei dormindo sete meses. — Ela soltou uma gargalhada. — S-e-t-e m-e-s-e-s!

— Engraçadinha. — Pronunciei, ainda aos risos, e em seguida me aproximei de seu rosto, tomando seus lábios em um beijo.

Inicialmente era para ser um beijo comum, mas Natasha sempre me induzia a tentação. Fiquei por cima de seu corpo, enquanto minha língua explorava sua boca, e minhas mãos subiam por suas coxas.

Ah, aquela mulher!

Após todo esse tempo juntos, eu ainda não havia aprendiddo a controlar todo o desejo existente por ela dentro mim. Aquele cheiro de cereja me hipnotizava, aquela boca vermelha no tom natural me chamava, e aquele olhar me seduzia cada vez que eu olhava. Sem hesitar, apertei seus sua coxa por baixo na saia tweed que estava vestindo, suspirei após perceber que já estava totalmente excitado com aquilo, desejando possuí-la ali mesmo. Porém, a porta do quarto foi aberta antes que eu pudesse fazer algo.

— Boa tarde, família! — Como esperado, era Joshua, carregando Hope em suas costas.

— Por que você ainda não aprendeu a bater na porta? — Indaguei irritado, saindo de cima de Natasha.

— Por que você ainda não aprendeu a trancar a porta? — Ele revidou.

Joshua estava com a frente de seus cabelos loiros arrepiados preso por dois lacinhos, e por um momento segurei o riso para continuar demonstrando minha insatisfação com a falta de privacidade. Com certeza esse penteado foi obra de Hope, que com seus dois anos, já era muito esperta.

— Adorei seu penteado novo. — Natasha respondeu, dando risada do irmão.

— Eu fico lindo de qualquer jeito. — Afrontou. — A próxima vítima é o temido Thomas Carter, quero te ver com esse penteado, Thomas. — Estendeu o braço, me entregando Hope e eu a peguei.

HOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora