Capítulo 23

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Natasha.

— Até breve, cunhada. — Dylan me abraçou. Ambos ficaram muito felizes pelo nosso namoro

Depois daquele bilhete decidimos que a melhor opção era voltarmos para Brighton e fazermos algo a respeito dessa situação, antes que ficasse pior. Não sei quais eram os planos de Thomas, mas estava muito ansiosa para saber.

— Até mais, tia. — Oliver e Olivia me abraçaram ao mesmo tempo e eu abaixei meu corpo para corresponder ao demorado abraço de urso que me deram.

— Quero ver vocês de novo. — Pronunciei a eles, que logo sorriram em resposta.

— Tchau boneca, depois passa a fórmula que você usou para mudar o Thomas. — Victor disse, mostrando um sorriso alinhado para mim.

— Vai usar com o Dylan? — Eu questionei, apertando os lábios em uma expressão de riso.

— Não, vou usar comigo mesmo. — Confirmou, e todos caímos na gargalhada.

Seguimos viagem novamente para Brighton, e todas insistências que eu fiz para Thomas deixar o demônio da Tâsmania para trás foram ignoradas, Taz prosseguia a viagem com a gente, com aquele olhar de assassino, pronto para atacar.

— Vamos deixar Taz em casa e vamos para outro lugar. — Afirmou, sem tirar os olhos do volante.

— Para onde? — Eu questionei, curiosa.

Por um momento ele hesitou, me olhando de forma enigmática.

— Em um especialista, vamos ver o que acontece com a sua perda de memória. — Respondeu olhando para o volante.

— Sério? — Respondi, não me preocupando em esconder minha felicidade. Thomas suspirou nervoso com a minha animação.

— É estranho você ter recuperado a memória só de coisas anteriores ao seu casamento. — Estreitou o olhar, encarando minha fisionomia.

— Eu vou me lembrar de tudo? — Eu questionei, curiosa.

— Não é assim que funciona, são inúmeras sessões até conseguirmos resultados concretos. Primeiro iremos fazer uma avaliação do que ocorre, espertinha. — Apressou em dizer.

— Tudo bem.

A viagem era curta, então logo chegamos a casa de Thomas, deixamos Taz com o segurança, e sem ao menos descer do carro, prosseguimos para outro destino. Meu namorado mal-humorado e nada sorridente optou pelo silêncio nesse tempo todo, o que estava me deixando levemente aflita.

A clínica que estacionamos em frente era revestida toda em mármore branco, com vidros brancos contornando suas laterais e árvores longas em sua frente. Logo no canto superior esquerdo, em meio ao gramado, havia um placa informando "Neurologista Dr. Marcos O'Brien". Esse nome era um tanto que trivial. Já ouvi falar dele algumas vezes quando assistia os canais abertos de uma televisão velha que o convento havia adquirido devido à uma doação. Marcos fazia várias sessões de hipnose ao vivo com diversos famosos, e eu sempre caía na gargalhada, achando que era tudo uma farsa.

— Você tem horário marcado?

— Mais ou menos, somente avisei que viria, ele é meu amigo. — Admitiu, enquanto tocava a campainha do local.

— Há quanto tempo planeja me trazer aqui sem eu saber?

— Desde que te peguei no convento. — Afirmou, convicto.

O portão de acesso ao consultório foi destrancado, logo passamos por ele, e atravessamos também a porta de passagem para o recinto. Nos deparamos com uma senhora de cabelos grisalhos embutidos em um coque, e olhos azuis escondidos atrás de um óculos de grau preto. Ela logo sorriu em nossa direção.

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