Capítulo 12

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Thomas.

Dez meses antes do desaparecimento de Natasha.

Sem nenhum tipo de aviso prévio você apareceu em minha vida, tirando o meu chão e fazendo com que eu revelasse meus mais profundos sentimentos.

Os dias que se seguiram nos tornamos próximos. Nós tínhamos uma singela amizade, em que às vezes você me contava como se sentia, e em outras vezes compartilhava seus gostos peculiares, como por exemplo, conversar com as plantas ou roer as unhas quando estava nervosa, e eu admirava cada detalhes dessas manias em você.

Um dos seus assuntos preferidos girava em torno de como Quianna, sua melhor amiga mais velha, era experiente. Podia ver o quanto você se espelhava nela em cada coisa que fazia, e era até engraçado de ver os brilhos nos seus olhos quando falava dela:

— Quin já tinha uma vaga garantida na Universidade de Yale antes de sair do ensino médio, por próprio mérito. Ela é muito inteligente.

— Você também terá sua vaga, Nat. — Respondia, pacientemente.

Quianna era muito inteligente mesmo, e também tinha uma vasta experiência com homens. Sei disso, pois fama de reles enrustida à minha imagem me colocava dentro desse ciclo de fofocas rídiculas. Por sorte, naquela época você não sabia dessa minha fama, e muito menos que, infelizmente, eu já havia saído uma vez com a sua amiga.

Estava mais do que na cara, eu não era e nunca fui o homem certo para você. Se ao menos tivesse parado naquela época, antes de causa estrago demais ao seu coração... mas não parei. Por um lado me arrependo, mas sei que se voltasse no tempo cometeria o mesmo erro por múltiplas vezes seguidas. Eu não resistiria ficar ao seu lado sem te ter.

Ficamos distantes quando, depois de duas semanas hospedado na sua casa, finalmente fui para minha. As visitas que fazia para James Somerset eram frequentes ainda, só mantinha escondido que o motivo dessas visitas frequentes eram, na verdade, para poder ver você.

Em um dia específico, cheguei mais cedo a residência de vocês, aguardava pacientemente na sala de estar seu pai chegar. Estávamos fazendo um redimensionamento de funcionários, sem perder o contrato, então o assunto a ser tratado era muito importante.

Enquanto eu navegava pelas planilhas que eu havia anexado dentro das pastas do computador portátil, verificando todas as pendências que tínhamos, e checando o nome de todos os funcionários que fariam essa transição, um estrondo me tirou a concentração. Era o barulho de algo quebrando, e eu de imediato fui correndo até o local. A casa na qual você residia tinha uma grande dimensão, tanto de altura, como de largura, e igual na minha, seu quarto também era localizado no segundo andar, exatamente da onde eu havia ressoado o barulho.

Escutei gritos masculinos, e sua voz trêmula repercutindo logo ao fundo. Meu coração estava quase saindo do peito e minha respiração estava descontrolada. Aceleradamente subi as escadas, e ao me aproximar do seu quarto, vi que quem estava gritando daquela forma era Elec, com um papel na mão, e olhos furiosos na direção em que você estava encolhida em um canto do quarto, com o rosto vermelho, e os olhos marejados de tanto chorar.

— Natasha, carinha de santa, mas no fundo é uma vadia. Seu pai sabe que está saindo com o melhor amigo dele? — Elec pronunciava, raivoso.

— Eu não estou saindo com ninguém. — A sua voz era chorosa, e eu observava toda situação de longe.

— Como não? — Ele gritou, e em um sobressalto, partiu em sua direção, grudando uma de suas mãos em seus longos cabelos, puxando com raiva, para que você ficasse com o rosto adjacente ao dele. — Olha na minha cara e fala que não.

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