Capítulo 31

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Natasha.

Meu corpo começou a estremecer de frio, foi quando abri os olhos pude observar que só um lençol fino me cobria. Eu estava nua, trajando apenas uma calcinha. Thomas não estava mais ao meu lado fazia tempo, pois seu lugar na cama estava gelado. Levantei cautelosa, envolvi o lençol no meu corpo e me direcionei até o interfone que havia no meu quarto, ao lado da minha cama, cujo eu utilizada pouquissímas vezes. Emma me atendeu.

— Hope? — Emma questionou.

— Emma... — Pronunciei, com voz sonolenta. — Aonde está o Thomas?

— Ele foi para empresa logo cedo. — Respondeu.

— Tudo bem. Obrigada.

Confesso que achei estranha a atitude dele de sair sem nem se quer se despedir, mas provavelmente não queria me acordar, então ignorei a parte que me deixava desconfortável.

Encarei o teste de gravidez que ainda estava na cabeceira da cama e o peguei em mãos. Um sorriso aflito se formou em meus lábios ao lembrar da possibilidade, mas não importa o quão atormentada eu esteja, há uma hora que temos que encarar os fatos.

Busquei meu celular por todo quarto, mas não encontrei em lugar algum. Devo ter perdido ontem no meio de tanta afobação, e com as mensagens ameaçadoras que eu estava recebendo cotidianamente, até fazia questão de não encontra-lo.

Entrei no banho quente, água escaldante percorrendo pelo meu corpo e molhando meus cabelos. Em Brighton, a temperatura é fria, e o verão costuma ser agradável, mas o inverno costuma a ser longo e muito frio. Como estávamos no inverno, meus banhos eram sempre na água fervente.

Ao sair do banho encarei mais uma vez o teste de gravidez, que dessa vez, eu havia deixado em cima da pia. Não confessava, mas na verdade, eu estava com um certo receio de fazer equele teste, pois no fundo já sabia o resultado, mas por fora ainda continuava negando a possibilidade.

Com muita coragem, tirei aquele pequeno objeto de dentro da caixa, me lembrava muito um termomêtro. Apesar de tentar me convencer que o resultado seria negativo, teria que fazer para provar para Thomas e Joshua que suas intuições, na verdade, eram surtos de suas imaginações.

[...]

Positivo. A embalagem dizia que duas listras era positivo. Deu duas listras.

Me encostei na parede do banheiro e meu corpo escorregou até que eu sentasse no chão. Lágrimas saiam de meus olhos, e levei minhas mãos até minha barriga. Eu estava com medo. Com muito medo. Mas ao mesmo tempo estava feliz. Era como se a vida estivesse devolvendo algo que há um tempo eu havia perdido, que havia deixado um imenso buraco no meu coração. Nunca achei que iria me sentir assim ao receber esse resultado. Nunca achei que iria me sentir completa ao descobrir o que tanto me recusava a aceitar.

Levantei do chão, limpei minhas lágrimas e caminhei em direção ao closet, pegando o primeira roupa que encontrei; um vestido curto azul claro, colocando um sobretudo branco por cima para me proteger do frio intenso. Precisava ir até a empresa de Thomas para lhe dar a notícia, independente de qual fosse sua reação, precisava compartilhar com alguém, e nenhuma pessoa melhor do que ele, já que uma parte nós se formava dentro de mim.

Davis, seu segurança particular, ao meu pedido me levou até a enorme empresa de Thomas, aonde tomava conta de um prédio inteiro na cor preta, deveria ter uns vinte andares. Nunca havia visitado ele em seu trabalho, e logo em sua entrada haviam letras prateadas destacando o nome "Carter Technology", e muitas pessoas, dos mais diversos tipos, transitando pelo hall.

HOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora