Capítulo 4

6.4K 571 400
                                    


Hope.

As orbes azuis de Thomas Carter não eram o que eu esperava ver depois daquele sonho tão realista. Acordei com sua voz embargada no choro, pronunciando palavras confusas.

"Não posso te perder de novo, Natasha"

Achei que fizesse parte do sonho turbulento, mas quando abri os olhos ele estava lá, com os cabelos levemente arrepiados, expressão assustada e púpilas que quase tomavam conta de toda sua íris. Thomas estava em pânico. Mas em meio à tudo aquilo, uma pergunta rodeava na minha mente.

— Quem é Natasha? — Pronunciei, olhando para ele confusa.

Seu rosto ficou pálido após a pergunta. Seja lá quem for Natasha, era alguém especial para Thomas. Ele me encarava com tristeza, como se estivesse  navegando em diversos pensamentos. Me senti perdida. Muitos fatores faziam com que eu me sentisse daquele jeito.

Aos poucos Thomas se aproximou do meu rosto, seu hálito já estava me causando arrepios, e seu cheiro invadia meu nariz, me hipnotizando com aquele perfume. Quanto mais perto ele chegava, mais meu desespero para tê-lo aumentava. Foi quando, surpreendentemente, Thomas me beijou. Sua língua envolvia cada canto da minha boca, e eu que nunca havia beijado, sabia perfeitamente o que fazer. Seus lábios transmitiam paixão, amor e malícia. Seus dedos deslizaram pelos meus cabelos molhados, e sua outra mão desceu pelo meu corpo despido, apertando meu seio com carinho.

Thomas estava entre minhas pernas, e pude sentir que Thomas tinha algo rígido e firme dentro da calça dele, e aquilo pressionava na minha íntimidade. Mas antes de dar continuidade, afastei Thomas ao me deparar com o estado em que me encontrava. Descendo o olhar para o meu corpo, pude observar que não estava coberta por uma única peça de roupa, e de imediato, isso fez meu rosto queimar de vergonha. Desesperada, estiquei a mão para pegar um lençol e cobrir minha nudez. Thomas se afastou, ficando de costas, parecendo estar profundamente desconcertado com a situação, mas apenas parecendo, pois pude presenciar um minucioso sorriso malicioso surgindo em seu rosto.

— O que aconteceu entre nós? — Gritei, assutada. Thomas arregalou os olhos ao ver meu desespero.

— Por Deus, Hope! Nada! Não faria nada com você inconsciente. — Respondeu. — Simplesmente ouvi barulho de água, vi seu corpo mergulhado na banheira... Confesso, fiquei preocupado, vim ver como estava, e constatei que se eu chegasse um pouco mais tarde você teria morrido afogada. — Ele suspirou, em total alívio. Aquele beijo ainda me intrigava. Eu havia gostado e me entregado totalmente à aquele gesto. Madre Cecil estaria decepcionada se pudesse ver.

— E o senhor me beija dessa forma? — Conforme questionava, senti minhas bochechas esquentarem cada vez mais. — Jesus desaprovaria sua conduta, senhor Carter.

— Pelo beijo? — Thomas questionou, e eu apenas balancei a cabeça positivamente.

— E por você manter esse... esse... — Apontei para sua calça. — Esse negócio duro.

Pela primeira vez pude ver Thomas Carter perdendo sua postura destemida, e transparecendo em seu semblante vergonha pelas minhas palavras. Me arrependi quase que de imediato de ter tocado naquele assunto, mas Madre Cecil sempre me dizia repetidas vezes que somente poderia deixar meu marido daquela forma, e somente com o objetivo de procriar.

— Perdão. — Thomas disse, impaciente.

— Não é para mim que você tem que pedir. — Apontei para cima.

Thomas gargalhou ao observar meu gesto, se aproximou do meu corpo, e colocou um mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, fazendo com que um arrepio tomasse conta do meu corpo. Repreendi mais uma vez meus sentidos. Eu não poderia estar sentindo desejo naquilo.

HOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora