Parte 80 🍷

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O dia amanheceu e eu continuei sentado naquele banco de hospital , e o segurança ainda me encarava esperando pela próxima pra me expulsar , Cristina dormiu no quarto da Emma , Ramona no carro junto a amiga da Emma e eu continuei ali , até dar sete da manhã e Cristina sair junto a uma enfermeira e me olhar meio séria.

ㅡ Obrigada ㅡ ela diz a enfermeira que logo sai e eu me levanto passando a mão no rosto.

ㅡ Como ela está ? ㅡ pergunto e ela respira fundo.

ㅡ Não posso permitir que entre ㅡ ela diz e eu molho meus lábios encarando o corredor ㅡ isso pode acabar fazendo ela piorar e se sentir pior do que já está.

ㅡ Eu preciso ver ela , dizer que...

ㅡ Não tem oque dizer Evan , entenda. Não há como se desculpar dessa vez...

ㅡ A culpa foi minha , eu sei , e eu quero dizer isso a ela , que... Sou um filho da puta que só fode com a vida dela , mas que eu a amo e que não vou abandonar ela dessa vez ㅡ digo e ela nega.

ㅡ Você a traiu ㅡ ela diz e eu encaro seu rosto ㅡ e ela perdeu o filho que esperava , o neto que eu nem sabia que iria ter.

ㅡ Eu não quis que isso acontecesse ㅡ digo e ela concorda.

ㅡ Eu sempre disse a vocês , não foram feitos um para o outro ㅡ ela diz respirando fundo ㅡ se não a ama , a deixe em paz. Eu como mãe , não vou permitir sua entrada. E como madrasta , te aconselho a ficar no quarto da Megan , mãe da sua filha. Aquela que está tentando viver. Pois a Emma vai se recuperar , e quando ela sair daqui , acredite , ela não vai querer te ver , ainda mas quando souber que...

Sua feição muda e ela coloca a mão no rosto e respira fundo e eu franzo o cenho.

ㅡ Souber do que ? ㅡ pergunto e ela me olha.

ㅡ Não soube ? ㅡ ela pergunta e eu continuo sem entender ㅡ O Eliotte faleceu nessa madrugada. Fico surpreso e molho meus lábios negando.

ㅡ Eu não sabia ㅡ digo rouco e ela concorda.

ㅡ Eu não quis contar , não agora que ela está passando por tudo isso ㅡ ela diz pensativa ㅡ não sei oque pode acontecer se ela souber disso , logo agora que perdeu um filho.

Ouvir isso a cada minuto era como apertar uma faca encravada em meu peito , e a cada som dessa frase , ela entrasse mais. Cristina sai e eu me sento escorando a cabeça na parede sentindo minha cabeça latejar , e nego tenso. O Turco havia morrido , e nem queria imaginar de como a garota que está lá dentro agora sofrendo por causa de um babaca que a colocou onde está agora , reagiria a mas uma perda.

Quando o médico que estava com Cristina sai com ela para outra sala eu me levanto notando que o corredor estava mas vazio que a madrugada , e procuro o segurança com o olhar , não o vendo ali , encaro o corredor e dou passos longo até lá , olhando pelo vidro das portas procurando pela Emma. E na quarta porta a encontro , adormecida sobre a cama embrulhada com um lençol branco , seu rosto tinha apenas alguns arranhados e a faixa em sua cabeça mostrava o curativo grande ao lado esquerdo. Encaro os aparelhos e também os fios em seu braço e sinto meu peito doer quando toco sua mão que estava gelada , e isso me ajudou a desabar , eu fiz isso com ela , eu a coloquei nessa cama , eu causei a perda do nosso filho. E eu não a julgaria por me odiar , dessa vez eu até concordaria com ela.

Eu sou um verdadeiro bosta.

Sinto ela arfar e eu encaro seu rosto notando ela movimentar seus lábios e tentar piscar alguma vezes , engulo seco e me aproximo mas ainda segurando sua mão e quando seus olhos se abrem solto o ar que estava em minha boca , meu olhos queimam com a lágrima que agora caía.

 • Condenados pelo amor || PARTE 02Onde histórias criam vida. Descubra agora