Os números não mentem

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AHUSHUASHUAHUS

Não mesmo.

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Mesmo enfurnada dentro da melhor roupa do seu armário, Marinette não se sentia nem um pouco confortável e muito menos feliz por estar naquele prédio gigantesco.

De fato, o edifício imponente no centro comercial de Paris condizia aos interesses dos seus donos. Alto, frio e cheio de gente para lá e para cá só produzindo mais dinheiro, mais riqueza para o bolso dos Agrestes.

Enquanto caminhava passando pelos corredores depois de conseguir uma identificação na portaria, olhava com atenção ao redor, medindo os funcionários, todos muito bem vestidos e com semblante de pessoas que dominavam bem o que estavam fazendo.

Cada homem ali, cada mulher, cada computador... não conseguia evitar em pensar que todos estavam na verdade se apossando das casas das pessoas que não tinham como pagar as contas, destruindo sonhos, pequenas empresas, devorando os concorrentes como se fossem pequenos peixes em um aquário enfestado de tubarões.

Era exatamente assim que Marinette se sentia naquele meio - um pequeno peixe num mar grande.

Mas ela não seria devorada com tanta facilidade, mesmo que suas pernas algumas vezes vacilassem e sua cabeça não lhe desse tão bem o dissernimento do que iria falar com o tal responsável da imobiliária.

Por sorte, Adrien Agreste aceitou recebê-la de um dia para outro. Talvez, no realidade, ele não fosse de tão mal assim e só estivesse esperando para que pudessem conversar sobre sua divida.

Iria lhe dizer tudo, já estava pronta, iria falar que iria honrar com os seus compromissos mas que precisava de tempo, só mais um pouco, e não importaria como, iria lhe pagar cada centavo.

Sendo assim, a pedido de uma bela e jovem secretária aguardou para ser chamada em uma das cadeiras que ficavam próximas a sala dele.

Mantinha a bolsa presa em suas duas mãos, assim como o semblante rígido, pensando em mil coisas ao mesmo tempo, na forma que a reunião de logo mais iria se desenrolar, em como iria pagar as horas que ficaria devendo para a pizzaria depois, as contas, as dívidas, tudo!

Já estava sufocando, prestes a se levantar para beber uma água quando ouviu seu nome ser chamado.

Respirou fundo, recompondo-se ao se levantar e agradecer à secretária que abriu a porta para que entrasse. Ao colocar o primeiro pé dentro da sala o outro veio em seguida ficando parada depois que a porta foi fechada atrás de si.

Na sua frente, não muito distante, havia um homem vestido em um elegante terno preto sentado atrás de uma mesa com uma janela gigantesca atrás de si. A sala era grande também, bonita, mas com poucos detalhes, bem minimalista.

O homem loiro com feições jovens que demonstrava ter quase 30, não a cumprimentou fazendo apenas menção para que sentasse na cadeira à sua frente. Foi o que Marinette fez decidida ao olha-lo bem nos olhos.

Ajeitou a bolsa em suas pernas, segurou firme cada lateral e disparou sem ao menos, que ele mesmo pudesse falar.

- Bom dia senhor. Não pretendo tomar o seu tempo pois sei que esta atarefado, por tanto, irei ser clara. O meu nome como deve saber é Marinette eu sou filha do Tom e da Sabine Dupain Cheng que compraram a casa onde moramos a um tempo atrás com a sua imobiliária.

Atento, com as duas mãos segurando os braços da cadeira, ele a ouvia dizer palavras por palavra das informações que já estava cansado de ter conhecimento.

Tudo bem, deixaria que aquela mocinha que lhe parecia um tanto nervosa e desesperada, terminasse com seu discurso comovente.

- Em primeiro lugar, não tiro a razão dos senhores quererem reaver a casa mas, não acho justo senhor, não acho!! Nós pagamos cada centavo com muito suor até um tempo atrás, só que agora, não sei se o senhor sabe, o meu pai faleceu e por causa disso, não temos mais condição de honrar parcelas vigentes e as que acumularam, não agora!! Então tudo o que eu peço, é mais tempo!

Dance para mim!Onde histórias criam vida. Descubra agora