sixteen

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Marie Anne estava crescendo a cada dia mais. Seus cabelos dourados estavam formando leves cachos. Seus olhos estavam um pouco mais escuros, mas ainda sim bem verdes. Ela era perfeita. E era incrível. Cada momento com ela era incrível.

O pensamento de ser mãe passava longe. Sempre passou, quero dizer, desde a minha mãe. Minha mãe me teve com trinta e oito anos, o que era considerado um pouco tarde na época, e mesmo pequena eu também achava tarde. Porque no fim, eu iria perdê-la mais cedo. E foi isso que aconteceu. Por isso o pensamento de ter filhos, passava longe. Eu não queria submeter ninguém a sentir a dor que eu senti. Eu achava isso egoísta da parte das pessoas, ter filhos para depois eles não terem pais. É o ciclo natural da vida, eu entendia isso. O certo é enterrarmos nossos pais. E bom, isso é uma droga. Mas eu sabia de algo, a minha mãe, ela era o amor da minha vida. Eu pensei que não fosse possível amar alguém tanto como eu amava ela, mesmo que fosse amores diferentes. Até ele.

O que eu não contava é que eu fosse amar tanto alguém, como eu amo Harry. Poderia jurar que o amava antes mesmo de saber da existência dele quando vi a revista da banda anos atrás. Destino, certo?

E acho que quando se ama tanto alguém, tão intensamente é impossível não pensar em criar algo desse amor. E eu, que jurei para mim mesma que nunca teria esse pensamento, estava tendo. Um dia qualquer em que estávamos na cama, eu pensei. E não me amaldiçoei por isso, eu gostei da ideia. Ter filhos, uma casa grande, um almoço de domingo agitado. Isso parecia incrível, ainda mais com Harry na cena.

- Hoje ela estava teimosa. - ele sorriu deitando ao meu lado. - Está cansada?

- Não. - murmurei e ele me puxou para o seu peito.

- Está com fome? - perguntou passando as pontas dos dedos pelo meu braço nu.

- Um pouco. E você? - olhei para ele.

- Um pouco. - repetiu minha fala. - Como ficou seu artigo?

- Ainda não decidi. - seu corpo vibrou em uma leve risada. - Não ri, alguns meses e já perdi a pratica e a inspiração. - gemi. - Acho que vou refazê-lo.

- Não sem me deixar ler antes, huh? Você escreve muito, só é dura com você mesma.

- Olha quem falando. - levantei a cabeça olhando para ele e ele sorriu. - Eu amo seu sorriso. - ele sorriu novamente. - E esse furinho. - afundei meu dedo na sua covinha.

- Eu amo seus olhos grandes. Grandes bolas castanhas. - ele fez uma careta quando percebeu como soou e nós gargalhamos.

- O que você sente vontade de comer? - perguntei quando a risada cessou. - Pensei em preparar algo.

- Você quer assumir meu posto na cozinha?

- Você que roubou minha cozinha!

- Sim, eu cozinho melhor que você. - deu ombros.

- O que? Isso é tão não verdade. - levantei sentando na cama e ele ergueu as sobrancelhas.

- Ah, é sim. - me puxou fazendo cair eu cair em cima dele. - Mas que tal pedirmos algo?

- Hmm, melhor. - sorri apoiando minha cabeça nas minhas mão sem seu peito. - Caramba.

- O que?

- Você tem noção de quantas garotas gostariam de estar no meu lugar agora? - ele riu. - É sério!

- Você nunca falou sobre essas coisas, fãs e tal.

- Eu sei, mas eu penso muito nisso. Eu acompanho seus fãs, eles são intensos. São incríveis.

THE BABY - H.S PTOnde histórias criam vida. Descubra agora