- LOUIS!
Gritei chamando sua atenção quando Harry caiu para trás com a mão na boca. Louis me olhou confuso, como se não tivesse entendido o próprio ato. Harry se levantou e cuspiu sangue indo em direção ao Louis.
- Parem! - me coloquei na frente de Harry e Louis mantendo a minha mão no peito dos dois. - O que diabos vocês estão fazendo? - alternei meu olhar entre os dois que ficaram quietos. Uma linha de sangue corria do lábio de Harry até seu pescoço e meu coração se apertou. - Você está bem? - fiquei na sua frente e segurei seu rosto. Ele balançou a cabeça concordando ainda olhando furioso para Louis. - Vá checar Marie, tudo bem? - passei a mão no seu cabelo. - Eu resolvo isso. - ele continuou parado ofegante ignorando meu olhar. - Amor. - quando o chamei carinhosamente seu olhar caiu em mim. - Vá checar Marie.
Ele apenas balançou a cabeça e virou as costas saindo. Suspirei e virei para o outro homem ali. Louis exalava cheiro de uisque. Seus olhos estavam vermelhos, não pude identificar se pela bebida ou se havia chorado.
- O que você está pensando? - fiquei na frente dele.
- Eu... - sua voz sumiu.
- Eu estou aqui, Louis.
- Eu só... eu precisava ver você. - ele tocou meu rosto. - Eu preciso de você.
- Lou... - peguei sua mão e a tirei do meu rosto. - Você não pode fazer isso. Aparecer esse horário, bêbado e ainda por cima bater no Harry.
- Ele estava no meu caminho. - resmungou cambaleando para trás.
- Vá para casa. Você está de carro? - olhei atrás dele e não havia nada.
- Você quer que eu vá? - perguntou chateado. - Liza... eu
- Por favor, - o cortei. - Você já fez o bastante por hoje.
Ele suspirou e seus olhos encheram de lágrimas. E vendo aquela cena, percebendo que eu havia causado isso, fez os meus se encherem também.
- Eu levo ele. - Harry apareceu atrás de mim. - Marie está dormindo. - ele disse calmo passando a mão pelos meus braços como se me esquentasse.
- Não quero nada de você. - Louis cuspiu para ele.
- É só uma carona. Você não tem condições de ir sozinho. - ele me olhou. - Vá com Harry.
Ele ficou em silêncio e cruzou os braços. Eu suspirei cansada. Porque ele estava fazendo isso? Ele estava agindo como se de alguma forma Harry fosse o vilão da história. Como se não o conhecesse. Como se nunca tivessem sido amigos. E o olhar de Harry me dizia que ele pensava o mesmo. Não reconhecíamos o homem com a cara emburrada na nossa frente.
- Eu chamo um táxi então, pode ser? - Harry tentou de novo e Louis deu ombros.
- Eu literalmente te dei um soco, e você quer me ajudar. - Harry bufou do meu lado e passou as mãos no cabelo totalmente frustrado.
- Caralho, Louis! - esbravejou. - Qual o seu problema, cara?
Peguei sua mão e balancei a cabeça em negativo tentado o acalmar. Ele apertou minha mão e suspirou novamente. Seu braço passou por cima do meu ombro e eu o abracei de lado.
- Vocês se merecem. - ele nos olhou com repulsa. - Espero que sejam muito felizes nesse casamento. - sorriu sarcástico. - Mas não esquece, Elizabeth. - ele chegou perto de mim e apontou para Harry. - A próxima vez eu não vou catar seus caquinhos, e acredite, - ele olhou para Harry. - Alguém vai precisar.
Apertei mais Harry para ele não fazer nada e então Louis deu as costas para nós dois e saiu andando.
Soltei um soluço que não percebi que estava na minha garganta e Harry me abraçou totalmente.
- Sinto muito. - ele beijou o topo da minha cabeça.
- Eu não entendo. - murmurei enquanto voltávamos para dentro. - O que está acontecendo com ele, Harry?
- Coração partido, babe. - ele sorriu fraco. - Eu o entendo. Entendo como é perder você. - ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e sentamos no sofá. - Dê um tempo para ele.
- Eu queria poder fazer algo. - me aconcheguei no seu pescoço. - Eu odeio isso. Odeio vê-lo dessa forma. Odeio sentir que o perdi.
- Você não o perdeu, Liza.
- Eu acho que perdi.
Ficamos em silêncio e meus pensamentos estavam a milhão enquanto sentia os dedos longos de Harry passarem no meu braço.
- Vou mostrar algo para você. - ele se desfez do abraço e pegou o caderno marrom que estava na mesa de centro. - Talvez você o entenda também. Ele abriu em uma página e voltou a me abraçar me dando o caderno de couro.
Falling
What if I'm someone I don't want around?
What if I'm someone you won't talk about?
And it kills me 'cause I know we've run out of things we can say
And I get the feelin' that you'll never need me again
As quatro palavras se destacaram nas estrofes. Ler aquilo me doeu. Saber que Harry se sentia daquela maneira doeu, porque eu sabia como ele se sentia, eu me sentia assim sobre ele. E no fim, imaginar que agora Louis poderia estar se sentindo dessa maneira, doeu ainda mais.
Ele passou a mão no meu rosto secando as lágrimas e encostou suavemente os seus lábios nos meus.
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THE BABY - H.S PT
FanfictionParte dois de THE CAR - H.S PT Certifique-se de ler a primeira parte disponível em meu perfil.