thirty seven

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H A R R Y S T Y L E S

Eu deveria imaginar. Nada, simplesmente nada que é bom dura na minha vida. A única constante da minha vida está deitada em uma cama fazendo todos os tipos de exames enquanto está sedada. Enquanto tudo passava em câmera lenta na minha frente, a culpa me atingia da mesma forma, lenta e dolorosamente.

- Sr. Styles? - Uma moça jovem de cabelos loiros me despertou tocando no meu ombro. Seu uniforme verde por baixo do jaleco extremamente branco a indicava que deveria ser uma residente. - Sou a dra. Evans, estou acompanhando o caso da sua mulher. - ela segurava a prancheta em mãos forte, como se estivesse nervosa. - O dr. Robbins está liderando o caso da Sra. Styles e me pediu para passar algumas informações para você. - ela sentou do meu lado. 

- Ela... - respirei fundo fechando os olhos. - É grave?

- Os exames dela saíram inconclusivos. - ela ajeitou seu óculos preto no rosto. - Estamos a preparando para uma nova bateria em algumas horas. Ela continua sedada, como já informamos, ela chegou em um quadro de desidratação e exaustão, iremos manter ela assim pelo menos até amanhã. 

- Então vocês não sabem o que há de errado com ela? - passei a mão no cabelo não acreditando. Estávamos há quase vinte e quatro horas no hospital, e eles simplesmente não sabiam o que estava acontecendo?

- Sinto muito. - ela murmurou. - Vamos lhe manter informado pelas próximas horas. Se o senhor quiser ir comer algo ou ir para casa... - ela hesitou quando a olhei. 

- Eu não posso vê-la? 

- A sra. Styles está totalmente sedada, e ainda estamos fazendo alguns testes, quando terminarmos o senhor poderá ficar com ela. - ela levantou. - Vamos lhe manter informado.

- Certo. - balancei a cabeça. - Obrigado. 

O meu celular continuava a vibrar no meu bolso. E eu simplesmente não conseguia pegá-lo. Cada célula do meu corpo dizia que algo estava errado com Elizabeth, que não era algo simples. Eu deveria ter percebido, eu sabia que ela não estava bem, ela não estava dormindo direito, não comia e estava irritada com tudo ultimamente. Merda. Eu deveria ter percebido. 

Passei a mão no rosto tentando me manter acordado, os olhares dos funcionários já me irritavam a esse ponto. Eles se alternavam entre pena e surpresa por ser eu ali. As notícias já voavam nesse momento, a cena de Elizabeth desmaiando no hall do prédio foi presenciada por pelo menos trinta fotógrafos até eu chegar até ela e a trazer para cá. Eu não tinha coragem de pegar meu celular e ver as notícias, de vê-la vulnerável diante o mundo inteiro. Não quando eu mesmo não percebi o que estava acontecendo debaixo dos meus próprios olhos. 

- Por que diabos, você não atende a PORRA do seu celular? - abri os olhos me desencostando da parede atrás da poltrona em que eu sentava e vi a loira com a mão na cintura e olheiras tão profundas quanto as minhas.

- O que está fazendo aqui? 

- Você não atendia o celular, o hospital não podia passar nenhuma informação, eu tive que vir. - Perrie sentou do meu lado. - Louis está a caminho também.

- Deus! - resmunguei apoiando meu rosto nas mãos. 

- Harry... - senti a mão da loira nas minhas costas. - O que está acontecendo?

- Eu não sei. - olhei para ela. - Estão fazendo exames desde ontem, há pouco uma das médicas veio falar comigo, todos os exames deram inconclusivos. Eu sinto que... - respirei fundo sentindo as lágrimas que estava segurando por vinte horas brotarem nos meus olhos. - Algo está errado, Pezz. - ela passou o braço pelo meu pescoço em um abraço desengonçado. Segurei seu braço com força, como se precisasse disso para não desabar.

THE BABY - H.S PTOnde histórias criam vida. Descubra agora