-E precisa rebolar a bunda desse jeito, Sheila Carvalho? - perguntei ao observar Lucas ensaiando alguma coreografia de axé na frente do espelho.
- Você sabe que eu amo dançar, estou treinando uns passos para ajudar na academia...
- Está péssimo, isso aí! Parece mais uma lombriga com ataque epilético, completamente afeminado… - mentira. Lucas dançava sexy pra caralho, mas eu detestava quando ele ficava se exibindo na frente das outras pessoas, por isso, eu o esculhambava só para desanimá-lo mesmo. Lucas sabia que eu fazia essas coisas propositalmente e mesmo assim, sempre caía.
- Aff, Carlinhos… - bufou, chateado. Ele desligou o som e se sentou na cama, ao meu lado. - Você é um péssimo namorado, sabia?
- Sabia, sim. - afirmei tranquilamente enquanto ajustava a câmera fotográfica na minha mão. Aquela belezura era a minha mais nova aquisição. - Ei, eu estava tendo umas ideias doidas aqui e pensei em tentarmos a vida de modelo, o que acha?
- Modelo, preto?
- É, ué! De que adianta a gente malhar tanto naquela academia e não mostrar essa beleza pra sociedade? - depois do ocorrido com Lucas meses atrás, resolvi me matricular com ele na academia. Passamos a treinar juntos todos os dias. Foi a forma que encontrei de dar uma melhorada no meu físico e me manter sempre por perto caso outro filho duma rapariga tentasse se aproximar dele. Não era ciúme, era só cuidado mesmo.
_- Falta muito ainda pra eu chegar no corpo que eu quero… - falou exibindo seu braço e abdômen. - Estou muito magro... _- Pois pra mim seu corpo está ótimo assim, cada dia melhor… - mandei-lhe uma piscadinha e ele sorriu.
- Achei que eu estava parecendo uma lombriga com ataque epilético… - disse num tom provocativo.
- Dançando parece mesmo… - desviei os olhos, disfarçando minha mentira.
- Pois eu acho que isso é puro ciúmes do seu pretinho…
- Maricagem, Lucas! - respondi um pouco sem graça.
- É ciúmes sim, de acompanhar esse corpinho gostoso rebolando pra todo mundo ver… - Lucas se levantou da cama e sorrindo, começou a dançar sensualmente na minha frente. Ele rebolava lentamente, enquanto deslizava a mão por seu peito, abdômen e fazia movimentos obscenos com o quadril. - Ainda acha que eu pareço uma lombriga, amor? - perguntou cheio de malícia.
- Ahãm… - minha boca disse isso, mas meu amigão lá embaixo estava dizendo totalmente o contrário. Lucas não parou de me provocar semicerrando os olhos na minha direção e fazendo um bico sexy com a boca. Ele sabia que aquela boca carnuda era o meu ponto fraco. Tentei não dar moral para o meu namorado convencido, mas fui derrotado nos primeiros cinco minutos de sedução quando larguei minha câmera fotográfica na cama e o puxei pelo elástico da bermuda ao meu encontro. - Tá soltinho, né? - falo, agarrando-o pela bunda. Aquela bunda durinha e perfeitamente arredondada era a causa da cobiça e inveja de muitos homens e mulheres, mas era só minha. Toda minha. Não de sua forma completa ainda, mas só eu tinha acesso para apertá-la e beijá-la o quanto eu quisesse. E eu apertei. Com vontade.
- Ai Carlinhos, doeu. - reclamou, colocando as mãos nas nádegas. Eu estava sentado na cama e Lucas em pé de frente pra mim. O meu rosto na direção perfeita para o que eu queria fazer.
- Deixa eu dar um beijinho que sara… - virei Lucas de costas e comecei a distribuir beijos em sua bunda por cima da bermuda. - Passou?
- É porque o tecido estava atrapalhando… - ao dizer isso, comecei a massageá-lo com a mão e com a boca, eu percorri minha língua por toda sua bunda dando leves mordiscadas seguidas de beijos. Lucas ficou todo arrepiado. - E agora, sarou?
- Está sarando… - disse com a voz baixa. Sorrindo, continuei os movimentos em torno dele com uma mão e com a outra fui deslizando o dedo por sua bunda até o seu ponto mais sensível. Eu nunca tinha chegado tão longe com Lucas, mas no calor do desejo e da emoção, não resisti e acabei ultrapassando mais essa fronteira. Lucas imediatamente se retraiu e virou pra mim. - O que você está fazendo? - em seu rosto pude ver o misto de vergonha e desespero. Acho que fui longe demais dessa vez.
- Eu… Desculpa. - eu também fiquei envergonhado. - Me empolguei. Foi ruim? Doeu? - Lucas subiu a cueca, a bermuda e sentou do meu lado na cama sem olhar pra mim.
- Foi estranho. Não de todo ruim, mas foi bem estranho. - eu não queria contar que eu sabia como era, então fiquei calado. - Eu acho que nunca vou conseguir fazer isso Carlinhos… - disse por fim.
- Preto, você confia em mim?
- Depois de dois anos e meio juntos, você ainda tem coragem de me perguntar isso?
- Não estou me referindo a traição, Lucas.
- Eu confio em você, mas eu simplesmente não consigo deixar isso acontecer… - Lucas me encarou chateado. - Olha, não é justo te manter preso a mim dessa forma, nós podemos terminar e aí você pode…
- Lucas não termina essa frase, por favor…
- É sério!
- Eu também estou falando sério. - sentei de frente pra ele e encarei os seus olhos. - Eu não estou com você por causa disso… - afirmei com toda a convicção que eu tinha. - Pra mim tem muita coisa nova também e eu acabo me perdendo, mas como eu sempre disse a você, nós estamos nessa juntos! - Lucas soltou um suspiro triste e eu resolvi descontrair. - Será que existem mais gays no mundo que não conseguem ser viados ou é só com a gente que isso acontece mesmo? - Lucas riu e eu me senti melhor.
- Não sei…
- Cara e se a gente procurasse uma ajuda profissional nisso? - Lucas olhou pra mim de cenho franzido. - É preto, alguém entendido do assunto que pudesse nos ajudar a entender algumas coisas…
- Está sugerindo uma terapia de casal? - seu tom foi zombador, mas eu sabia que ele estava cogitando a idéia.
- Mais ou menos isso…
- Tá e com quem a gente vai ter coragem de falar essas coisas?
- Precisa ser alguém da nossa confiança, séria e de preferência que não seja de Penedo…
- Alguém que a gente não conheça?
- Acho que eu tive uma ideia! - falei me levantando da cama e vesti minha camiseta. - Vamos…
- Pra onde?
- No caminho te conto.
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Para Todo Sempre Carlu
FanfictionPara Todo Sempre é uma Fanfic inspirada no romance de Carlinhos Maia e Lucas Guimarães. Porém, apesar de ter me baseado em alguns fatos reais para elaborar a história, é importante frisar que nada aqui é realmente real. Tudo é ficção e obra da minha...