Um dia de cada vez

661 41 8
                                    

Ponto de Vista - Carlinhos

- Ei Lucas, quem é Robson hein? - pergunto me lembrando de um recado nada inocente que o tal cara havia deixado no Facebook do meu namorado.
- Ele é um maluco lá da academia, por quê? - Lucas questiona ajeitando o cabelo na frente do espelho do meu guarda roupa.
- Por acaso ele sabe que você é comprometido?
- Não sei, amor.... - Lucas vira o rosto de lado e olha pra mim. - Na real, ele nunca me perguntou nada e eu também nunca toquei no assunto, a gente não é de trocar muita idéia... - ele caminha ao meu encontro e se senta na cama do meu lado. - Nós combinamos de manter o nosso namoro em “off” na cidade por enquanto, esqueceu?
- Eu não quero mais você falando com esse cara.
- Oxi e por que não?
- Porque ele nitidamente é afim de você. - Lucas ri. Ri não. Lucas gargalha.
- O Robson, Carlinhos? - meu namorado balança a cabeça negativamente e ainda rindo, sobe em cima do meu colo. - De qual Robson você está falando? Porque o único Robson que eu conheço é um brutamonte praticamente casado. O cara usa aliança de compromisso e tudo mais.
- Com mulher? - pergunto, desconfiado.
- Claro, Carlinhos! E ele também é daqueles caras todo metido a machão, sabe? - diz estufando o peitoral. - Amor, eu acho lindo esse cuidado todo que você tem comigo, mas enfia na sua cabeça de uma vez por todas, que nem todo mundo no planeta é afim de mim. Existe trilhões de seres humanos na terra pra você pensar que todas as pessoas do universo desejam somente um único ser. Não pira… - Lucas joga os braços envolta do meu pescoço e me beija.
Eu ainda não estava completamente convencido, mas por hora, resolvi deixar esse assunto pra lá. Lucas sempre foi muito ingênuo, não via maldade em nada. Mas, por que o cara curtiu quase todas as suas fotos do Facebook e ainda deixou um recado elogiando o excelente resultado daquele dia de treino?
- Você vai dormir aqui hoje?
- Eu já dormi aqui ontem Carlinhos, não tenho nem desculpa pra dar em casa mais que justifique outro dia dormindo fora…
- Fala que vai dormir na Lili…
- De novo? Eu já usei essa desculpa três vezes só nesse mês. - encaro meu namorado com uma cara de cão sem dono.
- Por favor, gato? Você não vai abandonar seu pretinho aqui, sozinho e largado as traças, né?
- Você é tão dramático, Carlinhos... - fala rindo. - Sua mãe daqui a pouco vai começar a achar que eu estou morando na sua casa...
- Você sabe que mamãe não tá nem aí pra isso. O máximo que pode acontecer é ela te pedir dinheiro por estar te sustentando… - Lucas, gargalha.
- Dona Maria é uma figura!
- E aí? - empurrei seu corpo na cama, ficando por cima de Lucas. - Vai ficar comigo hoje? - prendi as mãos dele acima da cabeça e comecei a distribuir beijos pelo seu pescoço. - Diz que sim... - desci a língua por seu peito nú, dando leves mordidas naquela área sensível. Lucas soltou um gemido baixo e eu sorri. Eu adorava vê-lo tão entregue a mim.
- Isso é golpe baixo, Preto…
- Isso que é golpe baixo… - falei descendo minha língua por seu abdômen definido, percorrendo todo o caminho da felicidade até alcançar o cós de sua calça. Lucas agarrou o lençol com força, quando liberei suas mãos para abrir seu zíper. Aos poucos nós estávamos nos soltando em nossa intimidade, mas ainda tínhamos muitas barreiras à quebrar. Desde o dia na casa da Gracy que masturbei Lucas por cima da cueca, que eu vinha tentando ao máximo deixá-lo mais confortável aos meus toques. Lucas ainda tinha muito medo e por isso, nós vivíamos um dia de cada vez. Eu não forçava nada, sempre deixando Lucas se libertar dentro do seu próprio tempo.
Enfiei minha mão dentro de sua cueca, sentindo seu membro rapidamente se enrijecer com a minha pegada. Eu ficava louco sempre que sentia Lucas excitado por mim. - Hm… Tá animadinho, né?
- Você sabe que… - eu não deixei Lucas terminar de falar e calei a sua boca com um beijo. Lucas ofegou quando comecei a massageá-lo por dentro da cueca. - Carlinhos... - meu nome saiu da sua boca quase que num sussurro. - Nós não devíamos fazer isso...
- Relaxa Amor, não é como se nós nunca tivéssemos feito isso antes...
- Um no outro desse jeito, nós nunca fizemos mesmo... - Lucas acariciava minhas costas delimitando seus toques até a minha bunda.
- Eu não vou achar ruim se você quiser fazer o mesmo por mim.
- Carlinhos... - sua voz envergonhada me fez sorrir.
- Relaxa, amor. Só relaxa... - mesmo parecendo nervoso, Lucas fechou os olhos e não me impediu de acariciá-lo, até o seu corpo começar a se contorcer na cama e eu sentir o seu gozo quente escorrer entre meus dedos. - Viu, como é bom relaxar? - brinco, limpando minha mão na sua cueca. Ameaço me levantar, mas Lucas impede me apertando em um abraço.
- Obrigado. - ele diz, afundando o rosto no meu peito.
- Pela punheta? - Lucas ri, me dando um tapa no ombro.
- Não, idiota. Quer dizer, essa parte foi legal também mas, eu estou te agradecendo por sua paciência com os meus bloqueios e por me fazer um cara tão feliz nesse um ano e meio que estamos juntos. Afasto o meu rosto do seu peito para encará-lo e Lucas abre um sorriso que quase me deixa sem ar.
Acho que eu nunca seria capaz de me acostumar com toda a beleza desse homem.

Para Todo Sempre CarluOnde histórias criam vida. Descubra agora