A saga da chupada (Parte 1)

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Nós estávamos nos beijando normalmente na cama de Carlinhos, quando o clima entre nós começou a esquentar e, de repente, aquela pegada calma e tranquila logo se transformou em uma mais forte e intensa. Ultimamente as coisas aconteciam sempre assim com a gente. A cada dia os nossos corpos pareciam estar mais em sintonia um com o outro. Era Carlinhos encostar em mim, que eu já sentia uma descarga elétrica atravessar a minha espinha e meu membro se enrijecer dentro da cueca. Eu nunca havia me sentido tão excitado por alguém assim antes, nenhuma garota que eu já fiquei, foi capaz de causar em mim nem um porcento da mistura de sentimentos que eu sentia na presença de Carlinhos. Tudo com a gente era cada dia mais intenso. Meu namorado me virou de bruços na cama e subiu por cima de mim. Sua língua traçou uma trilha por toda a minha nuca, atrás da orelha e foi descendo pelas minhas costas com beijos, mordidas e chupadas. Aquilo era gostoso demais! Carlinhos já sabia dos meus pontos fracos e adorava me provocar na tentativa de me fazer perder a linha. Eu queria seguir adiante e experimentar mais coisas com ele, mas eu ainda tinha muito medo de me entregar completamente.
-Carlinhos, acho melhor pararmos por aí… - eu falo sentindo sua ereção firme roçar na minha bunda. Carlinhos continua com a boca nas minhas costas e quando eu digo isso, sinto o puxão de uma chupada na minha pele. - Aí! - eu reclamo, fazendo meu namorado se levantar e ficar sentado na minha bunda.
- Relaxa gato, eu já falei mais de mil vezes que eu não vou fazer nada que você não queira... - ele diz, massageando minhas costas. - Você é gostoso demais cara, eu ainda nem acredito que você é meu. 
- Depois de um ano e meio de namoro, você ainda tem dúvidas? - Carlinhos se abaixa, dá um beijo no meu ombro e me vira de lado, abraçando-me de conchinha.
- Tenho. Ainda mais com tanta gente querendo tirar você de mim nesta cidade...
- Carlinhos você é muito paranóico, pára com isso.
- Ei, por acaso você já sentiu vontade de ficar com alguém além de mim? - ele pergunta casualmente, me fazendo virar de frente pra ele para encará-lo.
- Você só pode estar de brincadeira com a minha cara, né?
- É sério, cara.
- Não vou nem te responder…
- Se não quer me responder é porque já sentiu. - afirma ele com convicção. Fico puto. Eu odiava quando Carlinhos duvidava da minha índole. Irritado, me levanto da sua cama e pego a minha camiseta que estava no jogada no chão. - Onde você vai?
- Vou pra casa. - respondo sem nem olhar pra cara dele, enquanto jogo as minhas coisas de qualquer jeito dentro da mochila.
- Achei que você fosse dormir aqui hoje.
- Não estou mais afim.
- De mim? - questiona com a voz baixa.
- É Carlinhos, de você. - afirmo com acidez. Carlinhos se levanta da cama e cruza os braços no peito parando de frente pra mim.
- Quem é?
- Quem é o quê, velho? 
- A pessoa que você já sentiu vontade de ficar além de mim?
Ah, não. Não era possível uma coisa dessas.
-Cara, você precisa se tratar, é sério.
- Fala, Lucas!
- Carlinhos, eu juro por tudo que é mais sagrado que se você não calar a boca, eu vou dar um murro na sua cara.
- Por que você está tão nervoso? - Carlinhos tinha o dom de tirar qualquer pessoa do sério.
- Vai se foder! - eu estava atravessando a porta do seu quarto, quando sinto sua mão firme segurar-me pelo braço. Tentei ignorar o arrepio que o seu toque me causou e olhei pra cara dele. - O que é?
- Fica. 
- Eu não vou ficar com alguém que não confia em mim, Carlinhos. - ele me abraça por trás e dá um beijo nas minhas costas.
- Eu confio em você Pretinho, eu só… Que marca vermelha é essa nas suas costas, Lucas? - seu tom de voz carinhoso mudou em menos de um segundo, para um mais irritado. - Quem foi que te deu esse chupão aí nas suas costas? Não vem me falar que isso não é a marca de uma chupada, porque eu conheço muito bem a marca de uma chupada. - diz ele, batendo os dedos nas minhas costas.
- Você está de gozação com a minha cara? Você só pode estar de gozação com a minha cara hoje, não é possível! 
- Não muda de assunto não, Lucas! Responda logo de uma vez, quem foi o filho da puta que te deu esse chupão aí? 
- O filho da puta foi VOCÊ, IDIOTA! - eu esbravejo, elevando o meu tom de voz. Juro que eu até era um cara paciente, mas ao namorar alguém com a personalidade do Carlinhos, se tornava praticamente impossível de manter o status quo das minhas emoções.
- SAÍ DAQUI, LUCAS! SAÍ DAQUI AGORA, NÃO FUI EU QUE TE DEI ESSE CHUPÃO, NÃO! SAFADEZA RAPAZ, QUE DOIDIÇA FOI ESSA? DEIXOU ALGUÉM DAR UMA CHUPADA EM VOCÊ? SAÍA! - Carlinhos berrou, apontando a porta do quarto. Sem falar mais nada, coloquei a minha mochila nas costas, empurrei a porta com força e saí da casa de Carlinhos batendo o pé, enfurecido. Eu estava com tanta raiva que eu queria chorar. Eu nunca dei motivos pra ele desconfiar tanto assim de mim, eu sempre fui fiel e não conseguia entender o motivo de tanta paranóia.
Cheguei em casa e fui direto pro meu quarto. Assim que me joguei na cama, meu celular começou a apitar com o sinal de uma mensagem. Eu não queria abrir porque eu sabia que ia me estressar, mas a minha curiosidade falou mais alto.
"Preto, desculpa. Eu me lembrei que quem te deu essa chupada fui eu. Me desculpa…" - eu li aquela mensagem tão na força do ódio que nem respondi, de tão indignado que eu fiquei.
Eu não podia acreditar na cara de pau do meu namorado. Qualquer dia desses, eu ainda ia inventar uns mentira bem cabeluda pra Carlinhos só pra deixá-lo pirando, igual ele fazia comigo. Eu queria ver se ele iria continuar com essas palhaçadas se tivesse a sensação que pudesse me perder a qualquer momento.

Para Todo Sempre CarluOnde histórias criam vida. Descubra agora