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CAP. 10 - LIGAÇÃO DE NATAL

25 DE DEZEMBRO DE 2019 –

08h30 DA MANHÃ

Então é assim que acontece o natal? Todo mundo feliz pulando para tu que é lado? Tento me mexer mas sinto um peso em cima do meu corpo, resmungo e olho direito. Julia? Como que ela veio parar aqui no meu quarto? Oxe, não é meu quarto, é a sala da casa de Julia.

– Afe Maria, sai de cima. – Resmunguei a empurrando para o lado.

Me sentei e olhei melhor ao redor. Acho que ninguém foi pra casa, todo mundo deitou no chão e ali permaneceu até agora. Levantei com cuidado para não tropeçar em nenhum dos corpos ali.

– Se alguém levantar fazendo barulhos estranhos, juro que volto para o Brasil correndo. – Falei me referindo a zumbis. Sim, eu tenho pânico de zumbis.

Pisava com cuidado entre as pessoas e escapei com sucesso do labirinto de corpos jogados no carpete da sala. Não julgo, o carpete é fofinho e nem eu resisti. Vi Dylan deitado sobre as cadeiras da cozinha e ri da cena. Garoto, deitasse pelo menos no chão que é mais confortável. Bebi um pouco de água e fui para o quarto. Tomei um banho um pouco demorado para tirar o cansaço da festa, vesti uma roupa mais confortável que eu havia levado. Desci de novo para a cozinha e Dylan ainda estava dormindo.

Decidi fazer um café da manhã para aquele montaréu de gente que estava ali. Se tem uma coisa que eu sou maravilhosa é na cozinha, herdei o dom do meu pai. Terminei de preparar tudo e tive uma pequena ajuda de uma das empregadas mais antigas da casa.Peguei uma panela e uma colher, saí fazendo barulho pela casa acordando todos com um susto. Dylan apareceu do nada ao meu lado e eu soltei um grito.

– Não te ensinaram que não deve acordar pessoas de ressaca com essa barulheira toda? – Ele tira a panela da minha mão e faz careta.

– Imaginei que acordariam assim, fiz café da manhã e chá de hibisco para ajudar na ressaca de vocês. – Voltei a cozinha e a mesa já estava pronta com tudo em cima.

– Você fez tudo isso? – Perguntou Tyler Posey. Ele chegou que horas que eu não tinha visto essa beldade antes?

– E comigo aqui? – Dylan também perguntou.

– Sim e sim, tu estava num sono tão pesado que nem acordou comigo mexendo nas coisas. – Ri. Todos se serviram e ninguém estava com coragem de beber aquele chá.

– Isso não tem o cheiro muito bom não. – Julia resmungou.

– Eu sei, mas é isso ou vocês ficarão com ressaca para o resto da vida. – Segurei sua mão e guiei o copo até sua boca. – Bebe tudo sem choro e nem drama!

(...)

15h45 DA TARDE

Todos já haviam ido embora e na casa só estava nós 3, eu, Dylan e Julia, Tia Lisa e Tio Patrick haviam saído para passar o dia de natal com seus amigos em uma chácara.

– O que a gente vai fazer hoje? – Julia perguntou.

– Eu apoio ficarmos de bobeira por aqui e pedir algumas pizzas. – Sugeri

– Eu apoio essa ideia. – Dylan concordou.

– Tá, então vou chamar umas amigas. – Se levantou do sofá e foi para o andar de cima.

Meu celular começou a vibrar e era uma chamada de vídeo de Sthefany. Sorri e atendi.

– FALA TU CARA DE TATU!! – Já gritou.

– Oii cara de concha, feliz natal.

– Feliz natal para você também, como vai as coisas por aí? Sua mãe chorou lendo a carta de natal que você enviou, não vou mentir mas eu chorei também. – Me fez rir.

– Estou com saudades de vocês, muitas saudades. – Falei e percebi que Dylan me olhava confuso, segurei a risada.

– Tá olhando pra quem? Tá segurando a risada por que? E por que o sofá da tua casa é tão chique? Tá tão rica assim? – Se agitou.

– Credo menina, se acalma. – Ri. – Não estou em casa, passei o natal com uma amiga.

– Amiga é? Sei... – Me olhou desconfiada e Dylan se aproximou mais e praticamente colou o rosto dele no meu. Os olhos de Sthe quase saltaram para fora. – AH MEU COOL! – gritou.

– Quem é ela? – Dylan perguntou rindo da reação dela.

– Minha namorada. – Brinquei e ele me olhou assustado. – Tô brincando, idiota!

– LETÍCIA DO CÉU LETÍCIA, VOCÊ ESTÁ AO LADO DELE, LETÍCIA LETÍCIAAAAA – Ficou histérica.

– Tá vendo Dyl? Você deixou a menina doida da cabeça. – Reclamei com ele e ele pegou o celular da minha mão.

– Oi amiga da anã Letícia. – Falou em inglês.

– Letícia, o que ele disse? Letícia!

– Ele disse que te ama. – Falei e escutei seu grito.

– Também te amo!

– O que ela disse? – Dylan me olhou.

– Ela disse que você é feio. – Segurei a risada.

(...)