CAP. 27 - OMITINDO FATOS

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22 DE JANEIRO DE 2020

Assim que acordei, demorei um pouco para raciocinar o lugar onde eu estava. Olhei para o lado e vi que Dylan estava deitado ao meu lado. Que horas que ele chegou ali? Me levantei e fui até a lavanderia para pegar as minhas roupas. Fui até o banheiro, tomei um banho e vesti as minhas roupas. Voltei ao quarto para pegar meu celular e Ele continuava dormindo feito um anjinho. Desci até a cozinha e decidi fazer apenas um café.

– Por que acordou tão cedo? – Dylan apareceu sonolento.

– Porque eu tenho que trabalhar. – Coloquei o café na xícara. – Quer café? – Ele confirmou e eu coloquei para ele.

– Pensei que não trabalharia hoje. – Se sentou.

– E por que eu não trabalharia hoje?

– Porque você tem que cuidar de mim. – Fingiu uma tosse falsa. – Estou doente.

– Ôh que dó, contratarei uma babá para você. – Ri.

– Não, eu quero você.

– Querer não é poder, querido. – Olhei o horário no meu celular. 06h30. – Preciso ir ou eu vou me atrasar.

– Me espera, eu levo você. – Se levantou e correu para o andar de cima.

Fiquei sem entender mas o esperei sentada no sofá. Não demorou muito para que ele descesse devidamente arrumado.

– Uau, parece até gente. – Me levantei.

Saímos de casa e Dylan dirigiu até o meu apartamento.

– O que está fazendo? – Perguntei quando vi Dylan descer do carro também.

– O que? Esperar no carro é muito chato. – Falou já entrando no prédio.

Fiquei alguns segundos parada raciocinando aquilo tudo mas logo fui atrás dele e ele já havia chamado o elevador. Entramos e ele apertou o botão do andar onde moro.

– Como sabe? – Perguntei.

– Oxe, eu já estive aqui não lembra?

– Mas você está bêbado...

– Mas eu lembro de certas coisas, assim como lembro também que eu quase bati em Daniel se não fosse pela Julia. – As portas se abriram e demos de cara com Daniel. – Fala sério. – Dylan resmungou baixo.

– O que você está fazendo aqui? – O olhei.

– Espero que a resposta seja ótima. – Dylan o olhava sério.

– Eu só vim perguntar a ela se ela iria querer uma carona até o trabalho. – Daniel nos olhava. – Mas vejo que ela já tem uma carona. – Parou seu olhar em Dylan.

– Sim, ela já tem, não precisa de você. – Dylan deu um passo à frente e eu me pus entre os dois.

– Gente, calma, já deu. – Os afastei. – O que aconteceu entre vocês para agirem assim um com o outro?

– Então ela sabe... – Daniel olhou sério para Dylan. Ok, agora eu estou com medo.

– Não, ela não sabe, Daniel.

– Ok, o quê que eu não sei? – Olhei para os dois. – Já estou cansada de todo mundo me esconder as coisas, agora até você Daniel. – Fiquei de frente a ele. – Você pode me contar ou vai ficar calado também?

Os dois ficaram calados apenas se fuzilando com os olhares.

– Tá bem, chega.

Puxei Dylan, tirei a chave do apartamento de dentro da minha bolsa e abri a minha porta. Dylan entrou e eu em seguida, tranquei a porta e fui para o meu quarto. Como eu já havia tomado um banho na casa de Dylan, apenas troquei de roupa mas dessa vez eu vou ir trabalhar de cabelo solto. Voltei para a sala e Dylan estava sentado, passei por ele e fui até a cozinha para comer alguma coisa, só o café não me sustentaria até a hora do almoço.

– Você não vai falar nada? – Entrou na cozinha.

– O que você quer que eu fale? Minha cara de desgosto não é o suficiente?

– Deixa disso...

– Não se preocupe Dylan, se você não quer me contar, eu mesma irei descobrir. – O olhei.

– Você não vai descobrir muita coisa.

– Nunca duvide do lado FBI de uma mulher, Dylan. Nunca. – Terminei de comer e lavei o que tinha sujado.

– Deveria trabalhar para o FBI, se você descobrir o que eu estou omitindo, eu prometo que vou lhe indicar. – Ri. Como esse ser consegue me fazer rir até quando estou com raiva? Letícia, não ria. Você está com raiva. Raiva.

– Vá para casa, eu vou de táxi. – Saí da cozinha levando em mãos duas maçãs para comer no trabalho. Peguei a minha bolsa e abri a porta, Dylan continuava parado no mesmo lugar. – Vai sair ou quer que eu te deixe trancado aqui?

Ele saiu e eu tranquei o apartamento. O caminho até o térreo foi um silêncio intenso e quando as portas dos elevadores se abriram eu saí primeiro que Dylan mas quando cheguei na frente do prédio, havia uma multidão de repórteres na frente.

– Ah não, mais essa agora? – Respirei fundo. Péssimo dia.

Dylan parou ao meu lado e saiu me puxando para o carro, entrei e ele entrou logo depois.

– Como sabiam? – O olhei.

– Não me surpreende mais. – Fez sinal para que eu olhasse para um canto.

Olhei na direção indicada e vi Daniel parado observando tudo atentamente. Dylan começou a dirigir e eu fiquei com aquela imagem de Daniel em minha mente. Por que diabos ele contou para a imprensa que Dylan estava ali? A imprensa tinha nos deixado em paz por um período de tempo mas agora com certeza terá uma matéria nova.

– Você já cogitou sair de seu trabalho? – Perguntou.

– O que?! Claro que não! Por que eu sairia? – O olhei assustada. – Deu um maior trabalhão conseguir esse emprego, por que essa pergunta de repente?

– Ah, sei lá. Seu chefe não me parece uma boa pessoa. – Falou sem me olhar.

– Qualquer homem que está perto de mim é uma péssima pessoa para você. Vai encrencar com meu chefe agora?

– Só quero te proteger.

– Mentindo para mim?! – Chegamos em frente ao escritório.

– Não estou mentindo, estou omitindo fatos.

– Fatos importantes sobre a minha segurança, se é que eu corro algum perigo. – Tirei o cinto de segurança.

– Vou te buscar quando sair...

– Não precisa. – Abri a porta do carro e desci.

– Você não irá de táxi!

– Eu sei, não vou mesmo. Não precisa vir.

Fechei a porta do carro e entrei no escritório. Cumprimentei a secretária e já havia alguns clientes esperando, mas não eram meus.

– Primeira vez que vejo a senhorita chegar atrasada. – Comentou a secretária.

– Nem me fale, aconteceu uns imprevistos no caminho até aqui.

No caminho até a minha sala, não esbarrei com ninguém, nem mesmo com Hillary. Entrei em minha sala e comecei o meu trabalho, aguardando se chegaria algum cliente para mim.

(...) 

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