CAP. 28 - POR UM TRIZ

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24 DE JANEIRO DE 2020.

Fim de expediente galera, arrumei minhas coisas e saí da minha sala. Hillary faltou ao trabalho para poder levar o filho ao médico, então eu saí sozinha do até a porta de entrada mas fui barrada pela azeda, mais conhecida como Audrey Carter.

– Você não contou para ninguém sobre aquele dia, contou? – Perguntou.

– Talvez sim, talvez não, quem sabe. – Sorri. – Quem iria se importar? Por que está tão preocupada com isso?

– Sabe que eu não sei, mas se eu fosse você, Baixinha, eu sairia desse emprego. – Dito isso voltou para dentro do escritório e eu fiquei igual uma batata parada no mesmo lugar sem entender nada.

Voltei a realidade rapidamente e fui até o meu carro. Sim, meu carro. Eu consegui comprar um carro para mim e estou feliz demais. Entrei no carro e sorri.

– Ai que felicidade. Mãe, eu gostaria que você estivesse ao meu lado para acompanhar tudo de pertinho...

Liguei o carro e antes de dar a partida no carro, mandei uma mensagem para Holland avisando que em poucos minutos eu estaria em sua casa para a buscar. Dei partida no carro e em questão de 15 minutos eu já havia chegado em sua casa, hoje o trânsito estava tranquilo. Buzinei e mandei uma mensagem avisando que eu já estava a esperando em frente. Ela saiu e ficou parada encarando o carro até que eu resolvi abaixar o vidro.

– Não vai entrar?

– De quem é o carro que você sequestrou? – Perguntou assim que entrou.

– Fere o meu ego ouvir você dizer isso. – Ri. – É meu, eu finalmente consegui.

– Você é bem determinada mesmo né. – Sorriu. – Só me causa orgulho, você deveria ter entrado em nossas vidas há muito tempo atrás, baixinha.

– Holl, eu sou do seu tamanho, não me chame de baixinha. – Revirei os olhos e comecei a dirigir.

– Desculpa, é o costume de ouvir todo mundo te chamar assim.

– Deveriam te chamar assim também, assim eu não seria a única.

– Não leve para o lado pessoal, os meninos só estão sendo carinhosos já que você é a mais nova das meninas. – Tirou o celular de dentro da sua bolsa e começou a me gravar. – Esse vai para o Story do Instagram.

– Vamos aprender um pouco sobre artes modernas hoje.

(...)

Estávamos no Museum of Modern Art (Museu de Arte Moderna), acho que agora eu vou começar a ser uma amante da arte porque é cada uma mais linda que a outra. Mas hoje eu estava sendo a fotógrafa particular de Holland, em cada obra ela queria tirar uma foto e eu sou uma ótima amiga, não recusei o seu pedido.

– Letty, você tem talento para fotografia, onde aprendeu? – Ela olhava as fotos no celular.

– Meus pais são fotógrafos, aprendi algumas coisinhas com eles.

– O que mais você sabe fazer?

– Cantar. – Sorri.

– Sério?! – Se animou.

– Não. – Rimos.

Sabe aquela sensação de que tem alguém te observando? Então, estou sentindo essa sensação agora mesmo. Mas todo mundo está olhando para a gente, não necessariamente para mim mas para Holland, afinal, é a Holland Roden. Mas eu observava todos porque eu sinto esse olhar em mim, achei uma pessoa que me olhava fixamente mas assim que ela percebeu que eu a vi, saiu andando e eu como sou curiosa, quero ir atrás mas eu assisto filmes de terror e nunca acaba bem quando se vai atrás de alguém misterioso. Ok, a curiosidade é maior que o medo.

– Não vá atrás. – Holland segurou em meu braço.

– Você está sentindo também. – A olhei assustada. – Eu preciso saber quem é.

– Não, não precisa. – Me puxou para fora do museu. – Estou com fome, vamos para algum restaurante.

Continuou me puxando até o carro e novamente aquela sensação retornou, olhei para o outro lado da rua e havia uma pessoa ali.

– Letícia, entra já no carro. – Holland falou antes de entrar e eu demorei alguns segundos mas entrei.

– Por que não me deixou ir atrás?

– Tá doida, doida. Vá que seja um estuprador, serial killer. Tu não assiste filme de terror? – Ela parecia mais assustada que eu.

– Faz sentido, obrigada.

– Me agradeça mesmo, acabei de salvar a sua vida.

Chegamos ao restaurante e enquanto esperava por nossos pedidos, olhei fixamente para Holland e ela respirou fundo.

– Vai, pergunta.

– O que você sabe sobre o Daniel? Ou o porquê de Dylan e Daniel não se bicarem, ou o porquê de Daniel ter ido para o Brasil e de repente voltou para cá.... Me conte tudo.

– O que quer dizer com tudo?

– Tudo mesmo Holland, tudo!

– Ok, bem... – Se ajeitou e me olhou. – O que eu sei é que Dylan e Daniel estudavam juntos no ensino fundamental, mas Daniel começou a apresentar um comportamento estranho e perverso, daí Dylan foi um dia na casa dele porque fazia 2 semanas que Daniel não aparecia na escola e nem atendia as ligações. Só que quando Dylan chegou lá, foi recebido a gritos pelo pai de Daniel, ele disse que a mãe e o filho tinham ido embora para o país natal da mãe, que só agora Dylan veio saber que era o Brasil. E então Dylan percebeu que o comportamento estranho de Daniel era reflexo do pai, por isso a mãe foi embora para longe.

– Você sabe qual é o nome do pai? – Ela negou.

– Dylan guarda esse segredo a sete chaves, só ele sabe. – Nossos pedidos chegaram. Ela se preparou para comer.

– Você sabe ao menos o nome da mãe?

– Judith – Desviou o seu olhar da comida e me encarou. – Judith Lorraine Lynch

(...)

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