(Narrado em 3ª pessoa)
01 DE MARÇO DE 2020.
Se tem uma coisa que Letícia tem aprendido nesses últimos dias em que passou dentro desse lugar, é que temos que deixar a pessoa livre para ela escolher o que quer, laço quando aperta, vira nó. Olha o nó onde a garota se meteu. Um nó cego. Letícia se encontrava cansada, mas um cansaço diferente. Um cansaço de não querer reclamar, não pedir mais por compaixão, de lutar com unhas e dentes para evitar tudo aquilo. Agora simplesmente desistiria de tudo e deixaria as coisas acontecerem. Sem contestação.
Hoje, 1º de março de 2020, completos 30 dias ali naquele lugar. 1 mês sem ver ninguém além de Daniel e Audrey, essa que Letícia ainda não havia descoberto o motivo de estar ajudando Daniel. Aquela sala já não estava tão escura quanto chegou ali, pois implorou para que Daniel colocasse mais luzes ali, pedido atendido sem muito questionamento. Letícia poderia ter desistido de lutar contra os desejos absurdos de Daniel, mas não desistiu de sua liberdade. Estava sempre pensando em como sairia dali e voltaria para casa, pensando nos prós e contras de sair dali.
Prós: Ela sairia dali e voltaria para o conforto de seu apartamento, voltaria para seus amigos e o mais importante, voltaria para os braços do homem que ama. Mas tem os contras: Ela não sabe onde está, e se estivesse no meio do nada? Uma fazenda? Ou sabe Deus onde mais, se ela se perdesse tentando fugir? Ou pior, se fugisse e fosse pega de novo e sofresse uma punição maior do que aquela que já estava sofrendo. Tudo era pensado e cuidadosamente calculado por Letícia.
Ela havia perdido a noção do tempo que está ali, não sabe ao certo quantos dias se passaram, mas de uma coisa ela sabia, cada minuto ali pareciam ser 1 ano no inferno, cara a cara com o diabo.
– Olá querida. – Falar em diabo, Daniel entrou na sala. – Trouxe uns presentinhos para você... – Falou deixando duas bolsas de pano sobre a mesa.
Letícia continuava sem se mexer em cima da cama, deitada olhando para o teto. Catatônica seria a palavra certa para definir se estado no momento.
– Vamos, sabe como gosto de te ver linda. – Daniel se aproximou da garota e a segurou pelos braços, a fazendo se sentar na cama. – Céus, você parece um zumbi.
Soltou uma risada baixa e voltou até a mesa. Retirou de dentro uns objetos de maquiagem, batons, rímel, blush e dentre outros.
– Irei te deixar ainda mais maravilhosa do já és. – Daniel falou se aproximando novamente de Letícia.
O rapaz começa a maquiar Letícia, que já acostumada com aquilo tudo, simplesmente continuou parada encarando o rosto de seu opressor, pensando como era possível alguém tão bonito e encantador poderia ter uma alma tão podre e vazia.
– Não me olhe assim, estou cuidando tão bem de você. – Falou sorrindo terminando de fazer a maquiagem. – Agora o toque final.
Pegou um batom vermelho e passou lentamente na boca de Letícia, apreciando cada detalhe e ao terminar, aproximou seu rosto ao dela pronto para a beijar mas Letícia recuou.
– Bonecas não se mexem, Letícia. – Seu tom de voz era autoritário. A moça conhecia bem esse tom, portanto quando ele se aproximou de novo, não se mexeu fazendo assim os seus lábios se tocarem. – Boa garota.
Se levantou, ajeitou as maquiagens em cima da mesa e da outra bolsa retirou vestidos extremamente extravagantes e sensuais, saltos enormes que com absoluta certeza, se Letícia os calçasse, ficaria na altura de Daniel.
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| Como Nos Filmes |
FanficVocê acredita em um mundo paralelo ao que vivemos? Acredita que possa existir um mundo como nos filmes? Imagine que, por obra do destino, sua família tens de voltar ao país natal (Brasil), abandonando assim tudo e todos em Nova Iorque, incluindo o s...