(Narrado em 3ª pessoa)
– Letícia, esse não é o caminho para casa. – Holland avisou.
– Eu sei. – Falou óbvia. – Não vamos para casa, vamos visitar a tal mulher sábia das montanhas.
– Tá, mas se a gente for agora, vamos voltar amanhã para casa.
– Não importa, eu quero logo descobrir tudo, quero logo acabar com esses desgraçados.
– Quero só ver o que a gente vai fazer se a gasolina acabar.
Holland encostou a cabeça no vidro e ficou olhando para as pessoas, que foram dando lugar a árvores e mato. Nem percebera que já haviam se passado duas horas desde que saíram daquele sanatório.
– Vamos ter que ir andando. – Letícia parou o carro quando percebeu que a trilha só seguia apenas para pedestres.
As duas desceram do carro e Letícia entregou a caixinha para Holland, foi até o porta malas e procurou por alguma lanterna, ainda era de dia mas sabe-se lá que horas sairiam da casa daquela mulher. Por sorte, ela achou uma. Começaram a seguir a enorme trilha, mas nem sinal de alguma casa.
– Isso é loucura, ele deve ter se confundido. – Holland já perdia as esperanças.
– As montanhas de Castkill são as únicas em Nova York, tem que estar por aqui em algum lugar. – Letícia olhava ao redor. Parou o olhar em uma pequena fumaça que saía por cima das árvores. – Achei. – Apontou.
– Eu só espero que essa senhora tenha comida, eu estou faminta.
Caminharam até chegar em uma casa de dois andares, porém era pequena comparada com os tamanhos das árvores ao redor. Letícia deu leves batidas na porta e não demorou muito para que fossem recebidas por uma senhora baixinha, com cabelos grisalhos presos em um coque.
– No que eu posso ajudar? – Perguntou simpática. – Se perderam na floresta? Não é muito comum visitantes por aqui, ainda mais tão longe da trilha.
– Não estamos perdidas. – Letícia pegou a caixinha das mãos de Holland. – Viemos por isso. – Abriu e a Senhora a olhou um pouco assustada, mas ao mesmo tempo feliz.
– Entrem. – Deu passagem. – Gostariam de algo? Biscoitos? Água? – Ofereceu.
– Eu aceito os dois. – Holland falou e Letícia riu, indo no embalo da amiga.
– Você poderia me explicar o que está acontecendo comigo? Por que eu estou vendo coisas e essas coisas se cumprem no mesmo instante, nem sequer tive tempo de fazer algo. – Letícia olhou para a senhora enquanto a mesma colocava mais alguns biscoitos para assar.
– Jacob lhe falou sobre a mitologia inuite, certo? – Perguntou e Letícia assentiu. – Não há mais muita coisa para se descobrir sobre os Tuurngait.
– São espíritos malignos que podem nascer de um humano ou possuir um deles. – Holland falou.
– Isso, no entanto essa história tem uma mistura incrível de mitologias, chega a ser divertido explicar. – Respirou fundo. – Você. – Apontou para Holland. – Uma banshee, a mensageira da morte, prevê o futuro e a morte de alguém, faz parte da mitologia céltica.
– Como você... – Holland se assustou. – Como você sabe que eu sou uma banshee?
– Eu me chamo Oneida, sou uma Tootega, uma deusa anciã sábia. – Sorriu. – E eu sei também que você não é apenas uma banshee.
VOCÊ ESTÁ LENDO
| Como Nos Filmes |
FanfictionVocê acredita em um mundo paralelo ao que vivemos? Acredita que possa existir um mundo como nos filmes? Imagine que, por obra do destino, sua família tens de voltar ao país natal (Brasil), abandonando assim tudo e todos em Nova Iorque, incluindo o s...