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CAP. 34 - NÃO DIGA ASNEIRAS!

(LETÍCIA narrando)

– Eu desperto o pior em você?! – Perguntei e ele confirmou. – Por que eu? Por que não Audrey, eu ouvi muito bem ela te chamar de amor.

– Aiai Letícia, és tão inocente que dá até pena. – Riu e se afastou, ficando de costas para mim.

– Não sou inocente, só me faço de sonsa para enganar os outros. – Falei sarcástica. – E outra, quem tem pena é galinha, não porcos.

– Eu amo seu sarcasmo, mas sarcasmo demais me irrita! – Se virou novamente para mim. Senti outro impacto contra meu rosto só que dessa vez foi mais forte. Grunhi baixinho e olhei para seu rosto enquanto massageava minha bochecha. – Audrey pode até ser bonita e tudo mais, mas ela serve apenas para satisfazer minha vontade sexual. É realmente uma puta. – Revirou os olhos. – Mas você... – Me olhou de cima abaixo. – Tão quieta, culta, inteligente, fofa.... Você é tão linda que desperta a minha vontade de fazer coisas absurdas contigo. – Agora eu tremi na base.

– Se você tocar em mim, eu espero que me mate.... Porque se eu sair viva daqui eu juro por tudo nesse mundo que eu te coloco atrás das grades para o resto da sua vida! – Falei e ele abaixou a cabeça com um sorriso no rosto.

– Seu desejo é uma ordem, querida! – Dito isso ele levantou a cabeça e me encarou. Eu tremi na base de novo, mas não movi um músculo se quer. – Mas não será hoje, terás tempo para raciocinar tudo isso. – Se virou para ir embora.

– Por que está fazendo isso, Daniel? – Perguntei fazendo ele parar.

– Ainda não é óbvio? – Virou novamente para mim. – Eu estou apaixonado por ti! Eu te amo sua idiota! – Aumentou o tom de voz.

– Me ama? Me sequestra, me bate, deseja tocar meu corpo contra a minha vontade, isso é amor Daniel? – Ele ficou calado. – Responde Daniel! Isso é amor?!

– Eu não tive escolha tá legal?! Eu não tive escolha! – Gritou.

– Todo início e todo fim são baseados em escolhas, Daniel. Se você ama alguém fale a verdade, mesmo se estiver com medo de não ser a coisa certa, mesmo se você estiver com medo de que tudo desmorone, apenas diga, e diga alto! – Falei e senti meus olhos marejarem. – Você tinha escolhas sim Daniel, mas escolheu a pior de todas.

– Mesmo se eu falasse você iria preferir ele. – Se referiu a Dylan. – Porque ele é rico, famoso e pode te dar tudo o que quiser!

– Daniel olha as asneiras que você está dizendo! – Não controlei as lágrimas. – Eu nunca quis dinheiro, eu nunca quis presentes, eu nunca quis saber de condições financeiras porque o luxo que eu quiser eu mesma vou atrás, eu sou apegada na simplicidade.... Eu só quero amor, consideração, lealdade e acima de tudo, respeito. – Olhei para o seu rosto e ele estava chorando também. – Eu te dei uma chance, eu fui a sua amiga, eu saí com você, eu te defendi para todos e o que eu ganho em troca? Eu ganho arrependimento por ter confiado em você e desconfiado de Dylan, ele sim estava certo desde o início.

– Letícia... – Se aproximou de mim.

– Não diga nada, só sai daqui. – Ele continuou se aproximando e senti sua mão em meu ombro. – Saí daqui! – Falei ríspida e me sentei na cama com o rosto entre as mãos.

– Só para te avisar, seus amigos nunca a acharão aqui embaixo.

– Embaixo? – Levantei meu rosto para o olhar. Ele havia limpado suas lágrimas e voltado com aquela expressão vazia e sombria no rosto.

– Sim, estamos em um bunker. – Sorriu.

– Um bunker? Quem é que tem um bunker? Quem é você Daniel?

– Eu sou uma pessoa que tem um bunker.

Falou isso e antes que eu falasse mais alguma coisa, saiu me deixando sozinha novamente. Respirei fundo e olhei para a janela no alto da parede, onde eu tinha uma visão da lua.

– Socorro...

Falei e deixei as lágrimas saírem descontroladas.

(DYLAN O'BRIEN narrando)

Ansiedade. É como ter uma poça d'água à frente, mas com a sua mente te dizendo que é um mar. Ansiedade e nervosismo acompanhados de preocupação não é uma boa combinação. Letícia deve estar sofrendo tanto na mão daquele idiota, meu coração chora tanto que não cabe dentro de mim, transborda pelos olhos. Fraco não é quem chora por um amor. Fraco é aquele que nunca teve coragem para amar.

A verdadeira distância entre duas pessoas não se calcula em metros, em km, em linhas de um mapa. Porque sentimento não se calcula pela distância, sentimento se calcula pela conexão. Você pode estar longe e ser presente, e você pode estar perto e ser ausente.

– Por que eu só vim cair na real quando você não está aqui? Por que eu demorei tanto?

A proximidade se faz no sentimento e a saudade demonstra o quanto duas pessoas são verdadeiramente conectadas. Agora eu percebo o quanto ela é importante para mim, não por ela ser uma amiga de infância, mas por eu a amar. Sim, eu a amo.

– A saudade não traz ninguém de volta, mas eu prometo que eu vou te achar e te trazer.

Falei olhando para a lua, espantando todos os pensamentos ruins que insistiam em me atormentar a todo segundo. Saí da sacada e voltei para dentro de casa, Sprayberry dormia no carpete junto com Sharman, Cody na poltrona no canto da sala, Shelley estava junto com Tyler no andar de cima e Holland estava deitada em um dos sofás. Sim, estávamos todos juntos na casa de Tyler. Me deitei no outro sofá e senti meus olhos pesarem. Peguei no sono.

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OBS: • Um búnquer(Bunker) é uma estrutura ou reduto fortificado, parcialmente ou totalmente construído embaixo da terra (subterrâneo), feito para resistir a projéteis de guerra.Alguns tipos de búnqueres podem ser considerados sinônimos de casamata. Por extensão, a palavra búnquer também passou a ser usada com o sentido genérico de abrigo muito protegido. A palavra búnquer ganhou o sentido de "abrigo protegido debaixo da terra" na língua alemã, durante a Primeira Guerra Mundial. Na Segunda Guerra Mundial, o sentido de "abrigo subterrâneo" de búnquer globalizou-se, entrando também para as línguas inglesa, francesa, espanhola e portuguesa.

• Em arquitetura militar, uma casamata é uma instalação fortificada fechada e abobadada, independente ou integrada numa fortificação maior, à prova dos projéteis inimigos. O termo é utilizado de um modo bastante genérico, podendo designar instalações de vários tipos e tamanhos, normalmente construídas em betão (concreto).