25 DE DEZEMBRO DE 2019
17h10
– Juh, eu preciso ir para casa.
– Mas já? As meninas daqui a pouco vão chegar – Ficou triste.
– Eu tô cansada, moça – Peguei a minha bolsa e ela me acompanhou até a porta. – Talvez eu volte, mas se eu não der notícia é porque peguei num sono pesado.
– Pelo menos avisa quando chegar em casa. – Sorriu e eu me despedi dela com um abraço. Vi Dylan ao fundo e acenei para ele.
Fui até o portão da casa e me assustei quando um carro preto parou na minha frente. Sim, é bem fácil me assustar. Um homem desceu e abriu a porta para mim.
– Senhor O'brien pediu que lhe acompanhasse até sua casa. – Falou e eu olhei para trás, Dylan nos observava pela janela do segundo andar.
– Esses dois não tem jeito! – Murmurei e entrei no carro. – Assim eu vou ficar mal-acostumada. – Falei quando o motorista entrou no carro, ele riu de leve. Fechei os olhos.
– Senhorita? Senhorita? – Me assustei. – Chegamos. – Falou o motorista e percebi que já havíamos chegado no prédio onde moro.
– Meu Deus. – Peguei minhas coisas e desci. Respirei fundo e olhei meu relógio de pulso. 17h25.
Caminhei lentamente até o elevador e esperei o mesmo vir. Eu ainda estou cansada da noite passada e meus pés estão muito doloridos por causa dos sapatos. O elevador chega e eu aperto o botão do meu andar, estava alienada e só queria logo chegar no apartamento e se jogar na minha cama. Vejo uma silhueta em minha frente e simplesmente desvio dela.
– Uau, vejo que a noite foi boa. – Escutei a voz e levantei minha cabeça para olha-lo. Daniel.
– Nem me fale, eu tô só o caco. – Sorri sem graça. – Também mora nesse andar?
– Ah não, eu moro no andar de cima, só vim visitar uma amiga.
– Visitar, aham, sei. – Riu. – Olha só, depois a gente conversa, eu realmente preciso de uma cama.
(...)
26 DE DEZEMBRO/ 01h28 DA MANHÃ
Levantei da cama e olhei o horário no celular e percebo alguns milhares de ligações. Meu Deus, eu realmente entrei em coma. Fui até a cozinha para preparar algo para comer e escuto meu celular tocar. Número desconhecido.
– Alô? – Atendi.
– Santa Mãe de Deus, finalmente garota. – Demorei para reconhecer a voz. Escutei vários gritos femininos.
– Dyl, sabe que horas são? 01h30 da manhã, vá dormir!
– Não dá, Julia convidou umas amigas para cá e tá uma gritaria doida aqui, fiquei preocupado contigo. – Não pude evitar sorri quando escutei aquilo.
– Julia não te falou que se eu sumisse era porque eu havia entrado em coma?
– Coma? Como assim coma?
– Que eu entrei em um sono profundo. – Revirei os olhos.
– Ah tá, que susto. – Os gritos pararam, acho que ele foi para um local mais quieto da casa. – Acabaste de acordar?
(...)
Acordei de novo. Férias é para isso né gente, para dormir. Mas dessa vez eu acordei com o barulho da campainha que não parava de tocar. Fui até a porta e olhei pelo olho mágico, havia um homem todo de preto com óculos e boné pretos também. Corri para a cozinha e peguei uma frigideira, que é? Aprendi com o desenho Enrolados. Voltei para a porta, a abri e a pessoa entrou praticamente correndo.
– Uau, que isso? – Se afastou assustado quando me viu pronta para o bater com a frigideira. – Sou eu, sou eu. – Falou tirando os óculos e o boné.
– Dyl pelo amor de Deus, eu quase te bati agora! – Abaixei a frigideira.
– Acho que a ideia de me bater com um gato morto é menos dolorida.
– O que você está fazendo aqui? – Voltei para a cozinha e deixei a frigideira em seu devido lugar.
– Você não atende as ligações, vim ver se estava bem. – Respondeu ainda da sala.
– A gente passou a madrugada conversando, acho muito pouco provável algo acontecer no intervalo de 3h. – Falei começando a fazer Nescau. – Quer Nescau?
– Nescau?
– Sim, não sou fã de café.
– Quero. – Respondeu. – Aliás, muita coisa pode acontecer em 3h, muita mesmo.
– Eu sei me cuidar Dyl. – Ri
– É, percebi, sua arma é uma frigideira. – Revirou os olhos.
– Pelo menos no desenho dá certo. – Fiz bico.
E assim se passou o dia, eu e ele conversando sobre coisas aleatórias, dessa vez contamos com calma o que aconteceu conosco no decorrer desses anos longe um do outro. Meu coraçãozinho tem que se segurar, ou eu vou acabar me apaixonando pelo meu amigo de infância, cujo eu acho que me vê apenas como uma irmã mais nova. É a realidade, não estamos em um filme Letícia, se controla.

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| Como Nos Filmes |
FanfictionVocê acredita em um mundo paralelo ao que vivemos? Acredita que possa existir um mundo como nos filmes? Imagine que, por obra do destino, sua família tens de voltar ao país natal (Brasil), abandonando assim tudo e todos em Nova Iorque, incluindo o s...