Capítulo 20

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P.O.V. Melissa:

Cheguei em casa e, no meu quarto, desabo em choro. Deito na cama enquanto minha mãe me consola. Após alguns minutos, ela sai. Já estou cansada de chorar, porque não tinha parado um só segundo, desde a notícia. Vou fazer uma coisa que o Kenny adorava ver quando vinha aqui. Vou escrever uma música.

(...)

P.O.V. Chris:

Estou com a Melissa há muito tempo. Não a deixo nem um minuto, só voltar para casa. Estou sentado em um banco do jardim com ela deitada no mesmo e a cabeça na minha perna.

- Você sabe o porquê do apelido "Kenny"?

- Não. Acho que só vocês dois sabiam.

- É porque havia um homem que vendia salgados na rua dele. Seu nome é Kenny. E o Ivan era idêntico a ele… - Ela dá uma risada, mas rapidamente já acaba.

- É sério isso? - Steve aparece junto com seus amigos, de repente, na nossa frente.

-"É sério" o quê?

- Você e Melissa! Você sabe que não pode ficar com os esquisitos! - Exclama Mike.

- Saia daí, Chris ou você vai se arrepender de não ter saído. - Luke.

O Isaac fica em silêncio. Acho que ele concorda comigo. Saio devagar de perto da Melissa e ela se senta no banco. 

- Minha vida não é da sua conta.

- Ela é, desde o momento que você entrou pro meu grupo. - Retruca Steve.

- Você não cansa?! Você tem noção de como ela está?! Tem sabe como é perder alguém?!

- Isso não é da nossa conta, Chris. Você fica com ela ou fica com a gente! Ele chega mais perto de mim. Sinceramente: não o entendo.

- Você não tem coração? - Não é possível que ele seja tão cruel.

- Não com esquisitos que não o merecem. - Não consigo acreditar no que acabei de ouvir. Isso é maldade demais.

- O esquisito por não ter coração é você!

- Chega! - Isaac nos interfere, ficando entre nós.

Steve não se importa com a atitude de seu amigo, e empurra-o para o lado, liberando a passagem para chegar a mim.

- Você não me chame assim!

- E você vai fazer o quê?

Ele me empurra no chão. Às vezes, me questionou do porquê realmente entrei nesse grupo. Mas a resposta e as consequências vêm logo.

- Então é isso?! Você vai sair do grupo? Eu pensei que você era nosso amigo, Chris...

- Um grupo que não se importa se os outros perderam uma pessoa? Eu sinto muito, mas não é pra mim.

- Você vai se arrepender por fazer isso, pode ter certeza! - Eles se viram e andam para longe.

- Eu não me importo, porque eu tenho coração! - Falo, mesmo ele me ignorando.

Me viro para trás. Vejo a Melissa sentada no banco com as mãos no rosto. Me levanto e vou até ela.

- Tem certeza? - Ela pergunta, tirando suas mãos do rosto.

- Eu não sou um monstro, Melissa. Já chega para mim.

                                             
(...)

Estou mexendo no meu armário, quando colocam um panfleto na parede. Vejo um monte de pessoas se aglomerando em volta dele. Falta uma semana para acabar novembro... será que tem algo no final do ano e eu não sei?

Olho para o lado, vendo a Melissa sentada na escada, que dá para o andar de cima, olhando para o panfleto, com um caderno sobre suas pernas e mordendo um lápis, que segura com sua mão.

Chego perto dela, mas a mesma fecha o caderno rapidamente. 

- Fechou por quê?

- Não tem nada demais aqui. Eu só fechei, porque acabei de usar. - Responde um pouco nervosa. - Sei que ela está mentindo, mas é algo privado. Se não quiser me contar, é direito dela.

- Hm. O que é aquele panfleto? Não dá para ver nada com esse tanto de gente na frente. - Digo apontando para o mesmo.

- Um show de talentos. Tem todo ano em novembro e é horrível, ninguém consegue fazer nada de interessante. Só, às vezes, quando acontece um milagre.

- Você vai participar?

- Eu não. Meu único talento é dormir.

- Mentira, tenho certeza de que você tem algo de especial.

- Não tenho tanta certeza assim. E você?

- Eu? "Eu", o quê?

- Lerdo. Você vai participar?

- Sério? Meu talento é zoar os outros. Você acha válido? - Digo e ela solta um sorriso. Que ódio que eu tenho de ficar encarando esse sorriso e não conseguir desviar.

- O que foi? - Ela pergunta tentando ficar séria.

- Você sorriu. É a primeira vez que te vejo sorrir depois de... Você sabe.

- Hm. - Sua feição de torna triste novamente.

- Mas não se preocupe, seu sorriso é bonito. 

Desço da escada e viro o corredor, mas a ouço rir. Solto um sorriso e encontro com o quem eu menos queria no caminho.

- Vai aonde tão feliz assim? - Steve.

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The Girl He Made Fun Of [CONCLUÍDA - EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora