•P.O.V. Chris:
Eu tenho que contar para minha mãe sobre o celular, mas eu não tenho coragem.
Acordei e ainda eram cinco e dez da manhã. Tentei voltar a dormir, mas não funcionou. Desativei o despertador para não tocar quando for sete horas.
Desço as escadas e ligo a televisão num volume bem baixo. Vou ver uma série. Depois de uns quinze minutos recebo uma mensagem da Melissa.
-Mensagem on-
- Está acordado?
Oi, estou sim.-
- Estou sem sono. Você está fazendo o quê?
Vendo série. Estou sem sono também. Acordei e nem sei o porquê.-
- Eu estava parada, olhando para o teto. Então pensei em falar com você.
Acho que estou ansioso demais para os jogos de dezembro.-
- Fica tranquilo. Você tem treinado muito, tenho certeza que vai se sair bem.
Valeu. Você vai para escola hoje?-
- Vou, infelizmente.
Hoje é sexta e bateu uma preguiça. Eu não vou. -
- Vai matar aula? Já está na última semana de novembro e daqui a pouco começam as provas. Quero só ver você na hora de fazer elas.
Um dia não faz mal. Você vai faltar também? -
- Agora me deu vontade de não ir também. Você é mal elemento, sabia?
Você quer sair? Não sei, para qualquer lugar?-
- Vamos anda na rua à toa. Não tem nada de bom para fazer na rua no outono.
Pode ser duas horas? Eu passo na sua casa.-
- Pode ser.
-Mensagem off-
Fiquei fazendo nada o dia todo até que deu a hora de me arrumar. Está frio, pois estamos no outono, então coloquei uma roupa quente.
Termino de me arrumar e vou até a porta da Melissa. Chamo-a. Ela abre a porta e solta um sorriso. Eu sempre me esqueço de tudo quando ela faz isso.
•P.O.V. Melissa:
Acordo sem sono nenhum e ainda é cedo demais. Mando uma mensagem para o Chris e combinamos de andar à toa na rua. Deu o horário, me arrumei e ouvi ele chamando. Abro a porta e a expressão dele ao me ver é engraçada.
- Viu um fantasma? - pergunto
Digo e fecho a porta quando ao passar por ela.
- Seu sorriso é lindo, sabia?
- Eu sei.
Jogo o cabelo para trás e ele ri. Vamos para a calçada e andamos sem rumo. Chegamos próximos à um lago.
- Já andou nele quando fica congelado? - ele pergunta
- Não. Você já?
- Várias vezes.
- Você é maluco. O gelo pode quebrar.
- Não quebra, ele sempre congela muito.
Ouvimos uma música tocando de longe, como se estivesse acontecendo uma festa.
- Está ouvindo isso? - pergunto
- Estou. É uma festa, com certeza.
- Será? A música é calma demais pra ser uma festa.
- Quer ir ver? - ele sugere
Eu concordo com a cabeça e nós seguimos o som. Chegamos em frente a uma casa que está com umas luzes coloridas e uns balões.
- Eu disse. É uma festa. - Chris
Há um banco ali perto e eu me sento.
- Cansei. - digo
- Já? Mal andamos.
- Calma, é só um pouco.
Eu tenho asma e esqueci de inalar minha bombinha hoje. Então é melhor eu não fazer muito esforço para dar tempo de chegar em casa.
O Chris disse que ia espiar a festa. Eu só concordei e ri. Fico sentada no banco, cantando a música que tocava no local e mexendo no celular.
Depois de alguns minutos, vejo ele parado na minha frente em pé, um pouco atônito, digamos assim.
- O que foi? - pergunto
Ele apenas permanece parado.
- Você vai babar.
- Você canta muito bem, Melissa.
- Pare de palhaçada.
Ele senta ao meu lado no banco.
- Não, é sério! Não é palhaçada. Você canta muito bem! Por que não canta na escola com sua letra? Vai ganhar com certeza.
- Eu não me importo com aquele show idiota.
- Agora eu entendo que o Ivan gostava de te ver cantar.
Não menciona esse nome, por favor. Pela primeira vez em vários dias eu não estava pensando nele a todo momento.
- Precisava mesmo que falar dele? - pergunto
- Desculpa, mas ele tinha razão.
- E?
- Acho que deveria fazer isso por ele.
Eu respiro fundo e fico pensando por um tempo, até que concordo.
Ficamos sentados de frente para aquela casa que havia uma festa e Chris começou a cantar também.
- Depois você fala de mim. - digo
- O quê? - nem um pouco desatento
- Você também canta bem.
- Hm.
- É sério.
Ele ri.
- Está fazendo isso para eu não me sentir rebaixado perto da sua voz, não é? Que você tem talentos e eu não.
- Não, eu estou falando a verdade. Já sabe, não é?
- O quê?
- Você vai cantar comigo no show de talentos.
- Eu? Não! De jeito nenhum. Vou estragar sua apresentação.
- Se você não cantar, eu não canto. Já disse que tenho vergonha.
- Mas você não disse que cantaria sozinha?
- Pelo Kenny, mas agora eu não preciso mais fazer isso sozinha.
- Ah, não Melissa.
- Vamos, por favor. - insisto
- Desculpa, eu não posso.
Ele se levanta.
- Por quê? - pergunto
- Só... não posso, está bem?
Ele acaba indo embora. Não sei o que deu nele. Se ele tem uma voz bonita, qual o problema? Enfim, preciso da minha bombinha e vou voltar pra casa.
(...)
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The Girl He Made Fun Of [CONCLUÍDA - EM REVISÃO]
FanfictionChristopher acaba de se mudar para uma nova cidade. Estava tudo indo bem, até que seu próprio primo o coage a ser um babaca na escola. Com medo de zoarem dele por tirar notas boas e ser novo no local, acaba aceitando.Também..., para descontar sua ra...