Capítulo 31

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•P.O.V. Melissa:

Eu estou bem triste ultimamente. O Chris consegue me fazer rir, mas a tristeza toma conta de novo. Durante todo o tempo da aula, eu fiquei de cabeça baixa. Tinha vontade de chorar, mas não tinha mais forças. Eu odeio essa escola.  O que eu fiz à eles? 

Saio da sala e ando pela rua de bicicleta. Eu não quero ir pra casa agora.

Estou sem rumo algum, somente indo em direção reta. Me pergunto o tempo todo o que eu fiz. Porquês tomam conta do meu pensamento.

Sinto tudo a minha volta ficar meio lento. As pessoas seguem normalmente suas vidas, lavando seus jardins, passeando com seus cachorros, chegando com compras em casa. 

Paro minha bicicleta e a deixo jogada no chão. Tem um prédio abandonado aqui. 

Vou até o terraço e ponho as mãos no muro enquanto admiro a cidade.

Me sento no chão e encosto no muro. Ponho as mãos na cabeça e reflito sobre… tudo.

(...)

Fico andando de um lado a outro ainda no chão. O que eu fiz para eles? Por que eles me odeiam? O que eu fiz de errado?  

Tenho tantos pontos de interrogação que parecem não ter respostas. 

Eu olho para olho para o colar  que o Chris me deu. Seguro o pingente e uma lágrima cai do meu olho.

Ele pode se culpar. Sei que gosta de mim, será que ele ficaria triste? Desabo no chão em choro. Só queria dar um basta em tudo isso, mas não consigo. Não faria diferença. Ia até melhorar a vida de todos e eu não precisaria mais sofrer. O problema é o Chris.

Decido voltar para a escola. Ele deve estar lá ainda. Pego minha bicicleta e volto, às pressas.

(...)

Chego na porta da escola e o vejo sentado na calçada e mexendo no celular. 

Ele, de alguma forma, me vê e solta o celular, pois percebe meu rosto vermelho de choro.

Ele se levanta e eu vou correndo até ele. O abraço.

- Obrigada.

- Por quê? O que aconteceu? 

-Você meio que acaba de me salvar.

- Salvei?

Eu concordo com a cabeça encostada em seu peito. Ele desfaz o abraço e olha em meus olhos.

- Melissa, o que aconteceu?

Respiro fundo e nós nos sentamos na calçada com os pés na rua.

- Eu tava enlouquecendo.

(...)

- Você... o quê?!

Encolho os ombros.

- Melissa, por favor, não faça isso. Eu ia me culpar pro resto da vida por isso.

- É, eu pensei nisso.

Ele fica alguns segundos em silêncio.

- Já sei. Quer sair hoje? - Acho que ele não quer me deixar sozinha hoje. Só por precaução.

- Para onde?

- Nunca andou sem rumo?

- Já, mas não do nada.

- Não é "do nada", afinal, eu nem conheço a região direito. Desde que cheguei fui só à escola e ao estúdio.

- Está bem, eu te mostro o que tem aqui, mas não vai esperando muito dessa cidade.

The Girl He Made Fun Of [CONCLUÍDA - EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora