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you ;;

Lá vamos nós para mais um dia exaustivo de aula. Ainda bem que hora era sexta-feira e tudo ia acabar o mais rápido possível. Tirando o fato deu não conseguir achar uma posição boa para me sentar na cadeira, meu pai tinha me batido muito e meu corpo todo estava doendo. 

― Você pode parar de se mexer tanto? Pelo amor de Deus! Há formigas na sua bunda?

Miles exclama ao segurar em meus ombros e me fazer ficar parada na cadeira. Ele apertava meus ombros e sua voz estava tão grossa.

― Pode me soltar? ― pergunto ao encarar seus olhos castanhos. Mas eles pareciam estar pretos. O que é assustador.  E assim, ele me soltou. ― Obrigada viu?

Pergunto na ironia.

― Você está diferente hoje. Quer dizer, não que eu ande reparando em você. Deus me livre! Mas suas olheiras estão maiores que o normal.

Engoli em seco. Por que ele ficaria me analisando?

― Ham, eu fiquei estudando até tarde. Mas espera, eu não lhe devo explicações.

Digo ao encarar seu rosto pálido novamente.

― Credo grossa. Eu só perguntei, Cruzes.

Ele se mexeu de forma desconfortável na cadeira. O que me fez fazer o mesmo e sentir minhas pernas doerem como nunca e eu suspirar baixo. Mas aposto que ele reparou os meus olhos cheio de água.

― Está bem mesmo?

― Na verdade não. ― sussurrei. ― Como se você realmente se importasse. Você só liga para si mesmo ou talvez nem isso.

Deixo escapar as palavras rapidamente. Me xinguei mentalmente por isso. Com todos os boatos sobre ele, confesso que eu fico meio insegura com ele ou seus atos.

― Eu realmente não ligo para a vida alheia (s.n). Mas as coisas que ele faz com você é um absurdo. Eu sou um monstro, mas eu to ciente das coisas.

― Hum, legal.

Digo sem importância.

― Vamos matar aula. Isso é uma ordem. Anda!

Ele disse ao se levantar da cadeira e pegar sua mochila. Ele ficou parado do meu lado e esticou seu braço para mim.

― Você está louco? Não posso fazer isso.

― Senta no seu lugar, Miles. As aulas estão longe de acabar.

A professora de literatura disse de forma seria. O que me fez olhar para ele de forma assustada.

― Vai se foder senhorita Adams. ― Miles disse de forma calma e sorriu no final.

Ele pegou em minha mão e me puxou para fora da sala. Ele gargalhava ao ouvir os xingamentos da senhorita Adams e eu por fim, fiz o mesmo e começamos a correr pelos corredores a procura de uma saída rapidamente.

[…]

Paramos de correr para respirarmos melhor. Estavamos no bosque novamente. Tudo quieto e calmo.

― Então... Acha que vai estar encrencada com isso?

Miles perguntou ao enfiar suas mãos no bolso da calça. Ele continuou a andar lentamente e olhava a forma como ele esmagava as folhas ao pisar nelas.

― Com toda certeza sim. ― digo ao seguir ele. ― Mas sabe, eu vou ligar o meu botão do foda-se agora.

― Essa eu pago para ver. ― ele debochou. ― Eu saquei a sua. Você gosta de pagar uma de loucona, a garota foda. Mas na hora que acontece as coisas, você simplesmente se rende e chora feito um bebê medroso. Ai apanha.

Ele disse de forma simples ao me olhar e rir de minha cara. Eu apenas o olhei de forma inesperada e confesso que isso me magoou. Não sabia que eu deixava isso nítido para todos.

― Por que você gosta de pagar o "garoto sem importância?" Acha que isso combina com você?

Perguntei ao cruzar meus braços e esperava ansiosamente sua resposta. Mas ele apenas revirou seus olhos e continuou a andar

― Quanto menos importância na sua vida, melhor ela fica. Vai por mim.

― Os boatos sobre você são verdadeiros? ― perguntei ao finamente tomar coragem.

Ele sorriu e alisou seus lábios com a sua língua. Assim, os deixando úmidos e tento não olhar seus lábios pequenos e carnudos.

― Tem medo de mim (s.n)?  ― ele perguntou e menti ao negar. ― Bom, alguns deles são. A parte que eu transei com as garotas foi verdade.

― E sobre os abusos que eles dizem?

Ele ficou quieto.

― Acha que eu sou igual ao seu pai? Claro que não fiz isso sem o consentimento delas. Por Deus.

Ele revirou seus olhos.

― Me fala, qual foi o verdadeiro motivo para você bater a cabeça do Wyatt no chão? Eu sei que não foi por causa que ele não parava de falar.

― Você é muito curiosa (s.n). ― ele disse ao me olhar. ― Mas a verdade é que ele rasgou umas fotos que eram importantes para mim.

Engoli em seco. Imagina se fosse por um motivo pior? Ele mataria o Wyatt?

― Tem coragem de matar alguém?

Pergunto ao engolir em seco com a sua resposta. Mas ele apenas sorriu e alisou seus cachos, assim, deixando seu belo rosto mais exposto.

― Claro que tenho. ― ele disse simples e me afastei dele. ― Tem medo de mim, não é mesmo? Que bom que tem.

Ele disse rude ao sair andando e me deixando sozinha para trás. Mas eu pisei firme no chão e o segui.

― Eu gosto de falar sobre morte. Eu penso muito nela esses últimos dias.

Ele me olhou surpreso.

― Bom, pela primeira vez, achamos algo em comum.

― Você acredita no amor? Eu sei que é uma pergunta besta.

― Eu não acredito nessa merda. Amor é para os fracos que gostam de se iludir. No fim, sempre perdemos a pessoa.

Ele disse ao dar de ombros. É era verdade. Mas eu discordo em partes.

― Bom, eu tenho que ir para casa. Já deu o horário da saída e se eu chegar atrasada...

― Você apanha. Eu sei.

Ele me interrompe. 

― Mas você não vai apanhar hoje.

― Como assim?

― Vou ficar na sua casa com você.

Ele sorriu e voltou a andar.





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Espero que gostem.

Se gostar, cliquem na estrelinha e ajudem a tia Juh.

Love you guys.

daddy issues | MILES FAIRCHILD  Onde histórias criam vida. Descubra agora