twenty six

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you ;;

Fiquei no carro da falecida esperando Miles retornar. Mas ele demorava demais, respirei fundo e me retirei de dentro do carro. Era estranho ver as pessoas levando suas vidas normais, enquanto eu tinha matado uma moça e o corpo dela estava jogado no carro agora mesmo. Minha mão estava suja de sangue, limpei ela com a minha camiseta do lado de dentro dela. Eu preciso de roupas novas depois dessa.

Mas olhei a pista a minha frente. Eu poderia sair correndo agora mesmo, eu não preciso fazer parte dessas coisas e dessa viagem de adrenalina com o Miles. Mas eu não sei aonde estamos e com certeza estamos longe da casa de Miles. Não sei nada desse lugar e fugir sozinha séria burrice.

― Está fazendo o que? Temos uma coisa um tanto invalida aqui dentro deste carro, não pode dar mole por aí.

Miles exclama ao abrir o carro e colocar as sacolas das comprar sobre o banco. Ele havia comprado muita coisa e estava com seus curativos em mãos. Ele andou até mim e entregou tudo na minha mão.

― Acha que dá conta dessa obra de arte que eu mesmo fiz?

Ele debochou ao erguer sua camiseta e me mostrar seu corte. Ele era fundo e o sangue já estava um tanto seco. Reparei que havia uma agulha e linha na minha mão. Ele está louco, só pode.

― Está achando que isso é a mesma coisa de costurar uma camiseta? Um urso de pelúcia? ― exclamei. ― Por que você mesmo não faz isso? Você já enfiou uma faca em si mesmo, acho que dá conta disso.

― Eu preciso da sua ajuda. Eu estou um pouco fraco e preciso me sentar. Ai você faz sua mágica nesse machucado e eu vou aprender a dirigir aquela belezinha ali.

Ele sorriu ao apontar seu dedo indicador para o carro. Eu respirei fundo e tentei não gritar de medo, meu ataque de pânico estava querendo atacar, já que Miles será o motorista dessa viagem. Acho que morrer na estrada é melhor que morrer nas mãos dele.

Miles se sentou no banco enfrente a um posto de gasolina. Me sentei ao seu lado e ajudei ele a retirar a camiseta sobre seu machucado, a mesma já estava grudando na carne dele. Respiro fundo ao não vomitar ao ver essa cena, em seguida, peguei o algodão e coloquei o líquido de álcool sobre o mesmo e fui passando de forma devagar sobre seu corte. E observei o cacheado, mas ele estava firme olhando em seu celular e não parecia estar sentido dor. O que me deixa mais frustada ainda.

Em seguida, consegui colocar a linha dentro da agulha. ― depois de muito sofrimento. E depois, tentei ser positiva comigo e comecei a enfiar a agulha sobre sua pele e a costurar. Era nojento, o sangue queria escorrer para fora e ao juntar suas peles, eu ouvia um barulho estranho vindo do ferimento.

Mas finalmente acabei e eu vomitei atrás do banco.

― Falta estômago dentro de você. (s.n), você não vomitou ao matar alguém, mas vomita ao costurar a pele de alguém? Você é estranha!

Ele debochou ao observar o resultado da minha pequena cirurgia nele. Ele sorriu e parecia orgulhoso de mim.

― Miles, por favor, eu quero voltar para casa. Eu quero ficar com a minha mãe e pegar ela e irmos embora.

Implorei ao segurar minhas lágrimas. Eu queria poder conversar com ela sobre tudo o que aconteceu em relação ao meu pai, queria ter mais momentos de mãe e filha. Coisa que não tinhamos muito.

― (s.n) não podemos. Você sabe que o Hopper pode estar na nossa cola. Assinamos nossa busca por assassinato assim que fugimos.

― Eu sei. Mas podemos dizer que fomos curtir em uma festa, cinema, fogueira com amigos, qualquer porra. Você é bom em mentir, não pode me ajudar com isso? Você me deve, eu te costurei!

Não fui criada para fugir. Fui forte ao conseguir vencer e a superar meu pai e seus maus-tratos. E agora em relação a isso, não pode ser diferente.

― Ah pronto! Agora vamos começar com as chantagens? Você me deve muito, eu matei o inútil do seu pai e isso foi o maior favor que você poderia receber. Apenas... Só não me deixa sozinho nessa.

Sua voz ficou falhada no final. O que me deixou confusa.

― Por favor, Miles. ― me aproximei dele e segurei na sua mão. Ele me olhou fixamente e eu fiz o mesmo, senti uma ligação que nunca tinha sentido antes. ― Eu não pediria se não fosse importante para mim. Podemos despistar o Hopper e será outra coisa superada nas nossas vidas.

Miles me olhou e respirou fundo. Ele ficou pensativo por uns minutos e eu alisei sua mão com o meu polegar, okay, estou flertando com ele só para me levar de volta para casa. É errado.

― Podemos apenas descansar um pouco já que está escurecendo. Ai amanhã eu te levo e te deixo em paz e sigo em frente fugindo.

Senti um alívio, um peso sair das minhas costas.

― Obrigada.

Sorriu da forma mais simpática e sincera que pude.

― Eu reparei que um pouco antes de chegarmos nesse posto, tinha um hotel lá atrás, quer ir lá ou prefere dormir no carro com um cadáver?

Ele sorriu ao perceber um clima.

― Hotel. Sem duvidas, mas aposto que não temos grana.

― Errada. Temos!

Ele sorriu novamente ao me mostrar o dinheiro em sua mão. Apenas neguei com a cabeça e o segui até o carro.

Miles me fez gritar de medo várias vezes com suas tentativas de motorista. Porém para ele estava divertido, quase batemos em um outro carro. Mas depende de prática e com um tempinho, ele até que estava se saindo bem.

E quando estavamos no meio da pista, ao lado dela tinha um matagal enorme e dava um caminho para uma floresta, Miles e eu conseguimos retirar o corpo da moça e jogamos ela sobre o matagal e seguimos nossa viagem em frente.

Agora sim, posso dormir em paz.











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Hey babys.

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amo vocês.

daddy issues | MILES FAIRCHILD  Onde histórias criam vida. Descubra agora