thirteen

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miles ;;

A madrugada passava devagar para mim. Eu rodava várias vezes nesta cama fria e vazia. Enquanto ouvia os ventos batendo sobre os galhos das árvores e eles batendo em minha janela.

Eu apenas me retirei da cama e andei até a janela. Xinguei os galhos de um monte de nomes e fiquei paralisado ao observar (s.n). Ela dormia de forma tranquila, ela segurava um travesseiro enquanto se mantinha em um sonho profundo. Sua respiração estava lenta e devo admitir que ela era bonita. Me aproximo de seu corpo e me abaixe até ela. Alisei seu rosto calmamente e lentamente. Eu poderia a observar por horas.

Mas me afastei ao lembrar do quarto no andar de baixo. Me retiro de meu quarto e coloco a minha touca do moletom sobre minha cabeça, andei lentamente até o andar de baixo e me tranquei no quarto. Ele era frio e bem escuro, mas puxei a cordinha e a luz se acende. Nada tão claro, ela era velha.

― Oi minhas amiguinhas.

Sussurrei ao me aproximar da cama velha e me abaixar. Retiro lá de baixo uma caixa velha. Retiro a poeira sobre a mesma e abri ela com a chave. Eu guardava essas coisas com total cuidado. Ninguém pode ver as minhas obras de arte.

Retirei da caixa as minhas polaroids. As mesmas eram registos dos meus momentos de prazer, as fotos com os animais mortos ou os corpos de pessoas mortas. Devo dizer que me diverti com cada ato registrado nestas fotos. E as boas lembranças penetram a minha mente me fazendo sorrir de forma nasal e prazerosa.

Eu apenas machuco pessoas más. Eu as retiro do mundo e me sinto bem fazendo isso, estou livrando o mundo desses lixos de pessoas. Eu adoro ouvir eles chorarem e gritar pela vida deles, ouvir eu rasgando suas gargantas lentamente é a melhor sensação do mundo. Ouvir elas pedindo ajuda de Deus em aflito era prazeroso demais para mim. E o bosque era o meu local favorito para isso. Mas agora eu dei um tempo, os policiais já estavam entrando a fundo neste caso.

Eu não construí o sistema e nem foi eu que fodi com ele. Eu só castigo quem faz o mau. E eu vou queimar no inferno por isso.

[...]

Me acordo as dez da manhã para ir ao meu psicólogo. Doutor Willian ainda insiste em encher a minha cabeça de lorota e perturbação, sendo que para mim, eu estou normal e não preciso dizer minhas coisas para um pessoa que não liga. Ele só liga para o dinheiro que a minha mãe dá a ele, só isso.

― Miles, o doutor Willian virá em casa hoje. ― mamãe disse. ― Vou com a (s.n) até a escola e a mãe dela pode chegar mais cedo do trabalho hoje, seja educado e gentil com o doutor Willian, ouviu?

Ela disse ao pegar a chave do carro e levar (s.n) até a porta.

― Claro. Fica tranquila. Você sabe que eu amo o doutor Willian.

Sorriu forçado e quando ela saiu de casa, eu fechei o meu sorriso rapidamente. Eu odiava isso toda semana, odiava ouvir a voz desse velho e o jeito como ele fala as palavras de forma calma e paciente. A minha vontade é de surtar, gritar com ele ou de dar vários socos naquela cara branca dele. Ver o sangue sair sobre seu nariz e sujar seus dentes.

Ao pensar na cena dele todo sujo de sangue. Ouço batidas na porta e presumo que já seja ele. Sempre pontual e irritante logo cedo. Revirei meus olhos e abri a porta, soltando um sorriso forçado e liberando a passagem dele para entrar.

― Como vai Miles? Passou bem essa semana?

Ele perguntou ao deixar sua maleta em cima do sofá. Ele se sentou no mesmo e eu fiz a mesma coisa, me sentei no sofá em frente para ele e encarei seus olhos pretos.

daddy issues | MILES FAIRCHILD  Onde histórias criam vida. Descubra agora