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As aulas tinham finalmente acabado. Levantei da carteira com dificuldade. Minhas pernas ainda estavam doendo. Mas eu iria conseguir passar por isso, sempre consegui.

O que me deixou curiosa era o fato do Miles não ter vindo em nenhuma aula. Eu não sei o que aconteceu e nem me importa, mas não nego que eu estava curiosa com alguma coisa. Ele é curioso e poderia estar fazendo alguma coisa ruim com alguém ou com ele mesmo.

― Você veio aparecer agora, Miles?

Jack perguntou ao sair comigo pela porta e observar Miles entre as pessoas. Ele estava com a sua forma neutra e com suas mãos enfiadas no bolso como o de costume.

― Eu estava ocupado, eu disse que eu estava passando mal. Mas depois, o diretor não me deixou entrar na escola. Que se foda também.

Ele deu de ombros como se fosse algo sem importância. Ele me olhou e sorriu, o que me deixou sem jeito, confesso.

― Vou te acompanhar até a sua casa, vamos.

Ele disse ao me fazer um sinal com a sua cabeça. Eu automaticamente o segui.

― Você não estava passando mal não é mesmo? O que aconteceu?

Perguntei. Eu sei que não é da minha conta e que ele poderia me manda ir a merda. Mas quem sabe eu não poderia ajudar? Caso fosse algo de urgência.

― Eu já disse. Eu passei mal. ― ele disse sem me olhar. ― Seu pai parou com aquelas merdas?

Engoli em seco.

― Meu pai... Ele ainda continua. Mas sabe? Eu vou dizer hoje a minha mãe tudo o que ele me faz. Vou esperar ela chegar do trabalho pela madrugada.

Digo ao seguir ele pelo bosque. Passar por aqui virou uma rotina nossa. Apesar deu ter medo desse local, tem vários noticiários sobre assassinatos por aqui. Mas nunca, ninguém achou o verdadeiro culpado, só os corpos podres.

― Espero que tudo de certo, de verdade.

Ele disse ao me olhar e me lançar um olhar de pena. Eu odeio esse tipo de olhar sobre mim. Me torna fraca, como se eu não fosse, mas eu odeio vindo de outras pessoas.

Mas como ele ouve meus choros e gritos, acho que ele deve imaginar a minha triste vida. Não o julgo, eu olharia para ele da mesma forma.

[…]

Chegando em casa. Miles não saiu de meu lado. Ele me parecia ansioso para entrar em casa. Coisa que ele não fazia há dias atrás quando veio nas duas vezes.

Ao abrir a minha porta, um cheiro podre penetrou meu nariz. Eu olhei atentamente cada canto, até que meu olhar foi parar na sala. Observei o corpo de meu pai estirado sobre o sofá e o sangue por toda parte. A garganta dele estava cortada e havia muitos buracos em seu estômago. Eram facadas e havia sangue por toda parte, eu estava chorando. Eu tanto aliviada e triste. Apesar de tudo era meu pai, certo? Não sei ao certo o que sentir.

― Puta merda!

Exclamei ao correr até o corpo de meu pai e analisar seus ferimentos. Miles ficou apenas parado em minha frente, era impressionante a forma como ele não se importa e olhava tudo como se fosse algo simples. Ele não tinha sentimentos e hoje eu aprovei isso.

― Caralho, meu deus! ― deixo as lágrimas caírem. ― Quem poderia ter feito isso? Meu Deus! Meu Deus!

― É. ― ele concordou com a sua voz grossa. ― Quem poderia ter feito algo tão cruel assim? Não entendo também.

Ele disse simples. Mas tinha um tom de deboche em sua parte. O que me fez o olhar forma incrédula e desconfiada. Não poderia ter sido ele. Não mesmo. Esquece isso (s.n).

― O que vamos fazer com o corpo? Queimar?

Ele perguntou e eu não tinha reação alguma. Eu estava um caos, era uma mistura de sentimentos e eu não sei os explicar.

― Você está louco? Assim eu mesma vou aparentar ser culpada. ― me exalto. ― Eu vou esperar a minha mãe chegar, ou eu ligo para a polícia agora mesmo!

Digo decidida ao pegar meu celular e o desbloquear. Minhas mãos tremiam e a euforia penetrava meu corpo a cada instante.

― Não. Sem polícia! ― ele se exalta ao pegar o celular da minha mão. ― Vamos queimar o corpo, depois vamos inventar uma desculpa melhor. Eu garanto, vai acabar tudo bem, (s.n). Eu estou aqui com você.

Ele disse ao alisar meu ombro e depois apertar o mesmo. Apenas Fechei meus olhos e sinto as lágrimas caírem. Mas sinto depois os dedos de Miles as secando. Ele ergueu meu queixo e eu abri meus olhos, assim, pude olhar em seus olhos. Até que eles eram bonitos.

Mas não posso pensar nisso agora. Eu tenho um corpo podre na minha casa.

― Quer queimar ele aonde? Não podemos queimar ele em qualquer lugar.

Perguntei ao me levantar do sofá e andar em círculos pela sala.

― Primeiramente, se acalma, okay? ― ele perguntou ao segurar em meus ombros. ― Vamos botar fogo na sua casa. Eu lamento, mas é o único lugar aonde ninguém vai ver ele morto.

―Não, Miles. Ficou doido? Eu vou morar aonde? Eu tenho a minha mãe! Não dá. ― limpo minhas lágrimas. ― Vamos ligar para a policia!

― Polícia é o caralho, (s.n)! ― ele revira seus olhos. ― Vamos botar fogo na casa e depois vamos pensar em algo, confia em mim, okay?

Confiar nele não estava nos meus planos. Mas eu não tinha outra opção a não ser seder ao seu comando. Eu apenas concordei e coloquei um pano velho em cima do corpo de meu pai. Em seguida, vejo Miles jogar gasolina que ele achou em baixo de minha pia, depois, ele a jogou por toda a sala e no corpo de meu pai.

― Agora fica interessante! ― ele sorriu, ao jogar o fósforo com fogo no corpo de meu pai.

― Por que você está sorrindo? Você tem problemas mentais sérios.

― Eu estou rindo por que eu não sinto dor. E que ele queime no INFERNO!

Ele gritou a última palavra e sorriu novamente ao ver o fogo queimar cada pele de meu pai. O cheiro era horrível. Eu apenas tampo meu nariz e chorava ao ver a minha casa indo embora.

Saímos de minha casa e ficamos no gramado em frente a casa de Miles. As pessoas estavam se aproximando e fofocando sobre o caso. Eu e Miles ficamos apenas olhando o fogo queimar e destruir tudo. Minha vida tinha sido apagada com a casa.

― E agora?

Perguntei ao olhar para o cacheado.

― Agora? ― ele sorriu de forma nasal. ― Bom, agora fugimos!

Ele sorriu e pegou em minha mão.










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Hey meus amores.
Me desculpe se tiver erros, escrevi rapidinho para vocês.

Espero que gostem e cliquem na estrelinha, ajude a tia Juh!

amo vocês.

daddy issues | MILES FAIRCHILD  Onde histórias criam vida. Descubra agora