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Eu entrei em choque ao observar Miles nos analisando. Ele estava com suas mãos enfiadas no bolso da calça jeans e parecia calmo. Mas eu estava morrendo de medo por dentro, sinto meu pai segurar meu braço mais forte.

― Quem é você?

Meu pai perguntou ao se afastar de mim e ficar cara a cara com Miles. E o cacheado, ficou apenas imóvel e tinha um sorriso sacana nos lábios, ele olhou meu pai de cima e em baixo e negou com a cabeça, soltando em seguida um longo suspiro.

― Eu sou Miles. Sou um colega da (s.n). Não era assim que eu esperava nosso primeiro encontro. Mas acho que agora eu estou grato por ter sido assim.

― Como é que é? ― meu pai perguntou friamente e me olhou. ― Já disse que eu não quero você tendo amizades masculinas. Você sabe, eles só pensam em uma coisa.

Meu pai olhou torto para Miles e sinto meu coração acelerar novamente.

― Oh! ― Miles sorriu largamente. ― Nada que eu já não tenha visto, não é mesmo senhor Lockwood?

Ele disse ainda com seu sorriso sacana e ele molhou seus lábios com sua língua, ele me olhou e sorriu para mim. Mas eu só consigo olhar para a cara feia de meu pai, posso sentir seu ódio daqui.

Mas a pergunta é, por que Miles está me ajudando se nós brigamos hoje? E nem somos colegas como ele disse. Eu não o suporto.

― Como é que é garoto? Você tem alguma coisa com a minha filha?

Meu pai se aproximou mais um pouco de Miles. O que me deixou com medo. Miles é bruto, mas ele iria apanhar de meu pai. Provavelmente mais uma merda na minha lista.

― Sabe, esses dias eu estava parado na minha janela e estava olhando a rua. Mas eu vi uma coisa feia de sua parte. Eu não vou dizer essas coisas, mas você vai se foder.

Ele sorriu novamente.

― Anda (s.n)! Vamos dar o fora daqui.

Miles me chamou ao fazer um sinal com a sua cabeça. Eu por fim, ajeito minha mochila sobre meus ombros e me afastei do carro, mas ao dar três passos, sinto as mãos de meu pai me puxar pela mochila e eu tropeçar em meus pés e ficar novamente sobre seus braços.

― Ela fica! Vai cuidar da sua vida Miles. Por que da (s.n) cuido eu.

― Anda (s.n)! ― Miles pediu novamente ignorando meu pai. ― Ela só vai andar comigo, não precisa ser um cuzão! Se o seu medo é de alguém fazer mal a ela, por que não se olha no espelho? Eu cuido dela.

Ele disse ao me puxar e eu me afastar de meu pai.

Meu pai não disse mais nada. Ele apenas se adentrou no carro e deu sua partida. Me fazendo respirar de forma aliviada e limpar minhas lágrimas, eu não queria chorar perto de Miles. Não quero que ele ria da minha cara ou me achar fraca.

― Você está bem? ― ele perguntou e eu assenti com a cabeça. ― Seu braço está ficando com hematomas.

Eu não disse nada.

― Por que me ajudou? Não que eu não tenha gostado, mas a gente nem é amigos.

Tento não parecer ingrata.

― Eu sei do que você tem medo (s.n), eu sei o que acontece na sua casa. Ouço seu choro todas as noites.

― É melhor mantermos distancia. Será melhor para mim, meu pai me odeia com amigos e principalmente se eles forem meninos.

Comecei a andar e atravessei a rua. Assim, me adentrando dentro de um bosque. Ele era um bom atalho até a minha casa. Pelo menos assim, posso me distrair. Mas chegando em casa, tudo volta ao normal.

― Espera!

Ouço o grito de Miles atrás de mim. O que me fez revirar meus olhos e cruzar meus braços ao ver ele se aproximando.

― Vou pegar esse atalho. Eu gosto dos sons das árvores e dos galhos quebrando quando pisamos neles. Ou ouvir algum animal morrendo. É tentador.

Ele sorriu de forma sacana e foi andando na minha frente. Eu apenas o olhei de forma incrédula, ele é tão perturbado ao ponto de gostar de ouvir animais sofrendo? Por que eu estou surpresa? Ele bateu a cabeça do garoto no chão tantas vezes que hoje ele está lutando para sobreviver no hospital.

Não posso deixar meu ódio por ele, se transformar em medo.

― Você parece um psicopata.

Digo sem pensar. Que droga.

Ele parou de andar e ficou imóvel. Vejo ele se virar para me olhar. E seu olhar, era de fazer as pernas ficarem trémulas. Mas ele sorriu por fim.

― Todos somos psicopatas. A diferença, é que alguns precisam de máscaras sociais e outros não.

Ele disse simples e deu de ombros. Eu fiquei surpresa com a sua resposta. Então ele seria mesmo um psicopata? Todos aqueles boatos poderiam ser verdades? Credo, que horror.

― Anda, vai escurecer. ― ele disse por fim. ― Não vai querer ficar em um bosque de noite com um psicopata, vai?

Ele debochou ao voltar a andar.

Eu apenas engoli em seco e o segui.









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Hey babys.
espero que gostem.

Cliquem na estrelinha e ajude a tia Juh!

Love you guys.

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