twelve

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you ;;

Como eu não tinha muita opção. Me adentrei na casa de Miles e o cacheado estava logo atrás de mim, como sempre, seu cheiro de nicotina penetrava o ar e ele com as suas mãos enfiadas no bolso do moletom.

Eu tentei não olhar cada canto da casa, mas devo dizer que ela era enorme. Tanto for fora como por dentro. Nunca iria imaginar que Miles era bem de vida em questões financeiras. Ele é sempre tão simples e estranho e curioso.

Amélia e a minha mãe já estavam conversando na cozinha enquanto tomavam seus cafés. Minha mãe como sempre, chorava ao falar sobre seu falecido marido. O que me deixa aliviada, mas uma hora eu terei que dizer a verdade a ela. Sou péssimas com mentiras e eu sempre apanhava do meu pai por isso.

― (S.n)? ― Miles me chamou ao me tirar do transe. Eu me virei para o lado e o vi me observando. ― Você tá legal?

― É uma pergunta meio estúpida de se fazer quando se queima o corpo de seu pai e a sua casa, ainda mais passando uns dias na casa de um estranho.

― Eu não sou mais um estranho para você. Qual é, eu matei o seu pai. ― ele disse rindo. Mas depois, ele fechou o seu sorriso e coçou sua nuca. ― Eu ajudei a queimar o corpo dele, isso que eu quis dizer.

― Eu não sei se te agradeço ou acho essa situação estranha. Você ficou muito calmo com tudo isso, você não sente nada.

― Só se sinta livre. Você não terá mais seu corpo sendo invadido ou estragado por um velho estúpido.

Ele disse ao andar até suas escadas e me deixar para trás. Mas logo em seguida, ele me olhou e fez um sinal com a sua cabeça, deduzi que era para eu o seguir e assim fiz. Subo as escadas o seguindo e fomos parar em um enorme corredor branco. As paredes tinha vários portas retratos e só tinha fotos do Miles bebê. Nada muito recente.

― Esse é o seu pai? Por que ele não está aqui?

Perguntei a ele e vi o rosto de Miles ficar sem expressão. Ele me olhava de forma assustadora, parece que eu toquei em alguma ferida dele. O que me fez engolir em seco.

― Desculpa, eu só....

― Não esquenta. ― ele disse seco. ― O traficante do meu pai pagou pelos atos dele. Que ele queime no inferno, assim como o seu pai e como a mim.

Ele sorriu de forma leve e abriu uma porta branca. Eu fiquei sem palavras com o que eu tinha ouvido, eu apenas o segui e entrei em seu quarto. Era tudo enorme e as paredes eram azuis claros. Ele tinha vários posters de bandas de rock e uma bateria enorme e um violão em cima da cama.

― Ramones. ― digo ao analisar o poster. ― Eles são legais.

Sorriu.

― Uau. Nunca ia imaginar que você gostava de rock, você tem cara de quem ouve backstreet boys ou ABBA.

― Eu sou uma caixinha de surpresa, Miles.

― Enfim, você vai dormir neste colchão.

Ele disse ao retirar um colchão de solteiro de baixo de sua enorme cama de casal. Ele pegou uma aranha pequena em sua mão e brincava com ela como se fosse absolutamente nada. Eu me segurei para não gritar de medo.

― Sua mãe disse que tem um quarto vago para mim no andar de baixo, acho melhor eu não invadir a sua privacidade.

― Você já invade a minha privacidade só de pisar na minha casa, (s.n). ― ele disse e botou a aranha em um pote de vidro. ― E jamais pise naquele quarto me ouviu? Há coisas pessoais minha dentro dele e eu vou odiar se você entrar lá, me entendeu?

Ele disse de forma medonha e eu assenti com a cabeça com medo. Ele era bipolar demais e eu não sei se iria aguentar isso. Era em partes o sentimento de estar com ele. Uma hora ele te trata como uma pessoa especial, mas na outra, ele te trata como se fosse te machucar ou te matar.

― Acha que os policias vão encher o saco da minha mãe pelo o meu pai?

― O que você acha? Eles são sempre insuportáveis com o trabalho deles. ― ele disse ao se sentar na cama e pegar o violão. ― Temos que pensar em algo, na verdade, não levaremos alguma culpa, afinal, estavamos na escola. Não é mesmo?

― Sim. Mas as pessoas viram a gente saindo de casa quando pegou fogo.

Sussurrei ao me aproximar de sua cama e me sentar na mesma. Não queria que me minha mãe soubesse disso. Não agora, pelo menos.

― Eles não vão achar que dois adolescentes mataram um velho tarado. Apenas relaxa, você não me conhece, eu sempre dou um jeito e ganho!

Ele me olhou de forma penetrante e eu fiquei paralisada. Nossos olhos se encontraram e rolou um clima estranho, vejo ele molhar seus lábios finos com a sua língua e ele olhar fixamente para os meus lábios.

Mas eu olhei para o seu violão e tentei evitar esse clima entre nós.

― Você já foi beijada?

Ele me perguntou e sinto seu olhar em mim. Eu continuei a olhar seu violão, mas sinto ele me olhando e esperando a minha resposta.

― Eu.... Não. ― digo por fim. ― Eu nunca beijei, nunca namorei alguém. Meu pai era possessivo comigo. Só ele podia...... Podia....

― Transar com você. ― ele finalizou e eu segurei o choro. ― Que porra.

Ele exclama ao parar de me olhar.

― E você? Já namorou sério? ― perguntei.

― Não. É como eu te disse, amor é para os fracos. Eu só transo com elas e depois caiu fora. Não me apego a ninguém e nem quero.

― Talvez um dia você mude de idéia. Nunca sabemos o dia de amanhã.

― (S.n) você realmente não me conhece. Eu não sinto nada, eu só sinto prazer e meus prazeres são estranhos e ninguém entende eles e eu não vou mudar. Eu sou louco e gosto disso.

Fiquei sem reação.

Mas a minha salvação desse momento estranho, foi os gritos de minha mãe lá em baixo.











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Hey babys.

Espero que gostem e cliquem na estrelinha e ajude a tia Juh.

Amo vocês.

daddy issues | MILES FAIRCHILD  Onde histórias criam vida. Descubra agora