Uma Caixa De Amor [CONCLUÍDO]

DOIS

- Você não pode perder essa, irmão. - Max gritou do outro lado da linha telefônica.

- Eu já disse que vou. - bufei - Não perderia essa festa.

Max era o meu melhor amigo, mas morava em São Paulo e estava, no momento, hospedado em um hotel perto do centro da cidade.

- Acho bom mesmo. Fiquei sabendo que vai ser bombástica!

- Bombástica? Que porra de palavra, Max! - falei gargalhando.

- Querido, venha jantar! - minha mãe chamou aparecendo na porta do quarto.

- Beleza. - falei a ela que saiu logo - Te ligo depois! - me dirigi a Max.

- Valeu!

Desliguei o celular e saí do meu quarto, descendo as escadas até a sala de jantar. Minha mãe e meu pai estavam já sentados a mesa grande e eu me juntei aos dois.

- Estava falando com o Max? - meu pai perguntou.

- Sim. Vai rolar uma festa no hotel que ele está no sábado... estão comentando muito, dizendo que vai ser A festa.

Minha mãe soltou uma risadinha.

- Esses jovens... Mas você sabe que é para tomar cuidado.

Minha mãe tinha o costume de achar que eu era uma criança. No auge dos meus vinte e três anos ela ainda gostava de me desencorajar a ir em festas e lugares em que eles não estariam.

- Mãe, vai ser uma festa em um hotel e não uma rave.

- Eu sei, querido. Eu me preocupo... tem muita gente que não presta por aí.

Suspirei. Era sempre a desculpa dela. Eu não gostava de discutir com a mesma, e por esse motivo, apenas fiquei quieto.

No dia seguinte, fui para a faculdade bem cedo. Eu fazia engenharia civil devido à empresa do meu pai que um dia eu teria que assumir. Durante o ensino médio fiz vários técnicos em administração e ainda alguns cursos aprofundados, por isso, na faculdade preferi fazer algo que não me deixasse leigo no assunto que minha futura empresa trabalha. Eu estava no penúltimo período, já que entrei com dezenove - pois fiquei um ano me especializando em administração - e a faculdade em que eu estava demorava cinco anos.

- ...foi muito louco! - ouvi um de meus amigos dizendo assim que me aproximei.

- A festa? - perguntei e os quatro se viraram para mim.

Manuel, Diego, Sandro e Júlio.

- Mano, você não tem noção. - Júlio falou - Tinha cada mina gata... Eu nem sei de onde Rodrigo conhece tantas.

- Até parece que você não sabe como são festas de faculdade. - revirei os olhos.

A pessoa não precisava conhecer o mundo, bastava chamar dois e logo todo o campus estaria na sua casa.