TRINTA E TRÊS

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Foi uma surpresa ve-la bem na praça onde eu estava tomando sorvete com Sabrina

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Foi uma surpresa ve-la bem na praça onde eu estava tomando sorvete com Sabrina. A vida era uma merda, para que fazer aquilo? Tentei ignorar e foquei o maximo possivel na loira a minha frente. Sabrina discursava sobre algo que naquele momento eu nao conseguia entender.

Mal conseguia descrever a sensação que me tomou quando a vi correr e ouvi uma buzina forte. Alessandra. Quando olhei novamente, vi o trânsito parado e algumas batidas e o pior, a loira maluca não estava mais em meu campo de visão.

Mas que merda.

Levantei rápido e saí correndo em direção a muvuca que se formava do outro lado da calçada. Ouvi Sabrina me chamar mas a aflição e preocupação me impediram de dar alguma satisfação a ela. Preocupação com Alessandra. Eu estava em um quase encontro com uma mulher responsável e minha cabeça e coração estavam mais focados na loira que não tinha um pingo de juízo. É, talvez eu tivesse mesmo o dedo podre.

Abri caminho entre as pessoas para poder ve-la e parei de respirar ao ve-la jogada no chão. Meu coração palpitou forte e a única coisa que me passou pela cabeça foi ver se ela estava bem.
Odiei sua teimosia em ir para um hospital, era o mais sensato, mas me parecia bem e, apenas por isso, concordei em apenas deixá-la em casa. Sua perna estava debilitada e a peguei no colo para ajudar. Estava pronto para sair dali naquele momento com ela, mas vi Sabrina do outro lado da rua quando coloquei Alessandra no banco. Peguei Estrela com a moça simpática que a carregou e deixei no colo de Alessandra, avisando que iria falar com Sabrina. Percebi que ela não gostou muito, mas não havia o que fazer.

Sabrina tinha uma expressão neutra, era madura o suficiente para não fazer um escândalo, eu sabia. Mas devia estar chateada, não deve ser nada agradável estar em um encontro e ver o cara correndo para outra.

- Olha, me desculpa - falei assim que me aproximei.

- Quem é ela? - perguntou duramente.

- Alessandra. Ela é... - dei uma espiada para trás e vi a loira nos olhando - é uma amiga.

- Amiga, Ian? Não precisa mentir para mim, não temos nada.

Os olhos castanhos me observavam avaliativos e eu suspirei.

- É minha ex namorada. Mas não temos nada, ela está machucada e vou levá-la para casa.

- Iria embora sem falar comigo - afirmou.

Sim, afirmou. Não teve nem o mínimo tom de pergunta. Ela sabia o que eu iria fazer.

- Desculpa, estava tão preocupado que não pensei.

Sabrina olhou em direção ao carro e eu senti que as duas estavam se encarando. Não me virei para ter certeza se Alessandra estava retribuindo o olhar de Sabrina, mas sabia que sim. A de olhos castanhos se demorou um pouco com o olhar para atrás de mim e me encarou de novo.

- Tudo bem. Me liga!

Fiquei surpreso com sua resposta e mais surpreso ainda quando sua mão foi ao meu pescoço e seu rosto se inclinou, selando meus lábios com os seus. Foi apenas um toque, um selinho. Não me senti muito confortável com aquilo sabendo que Alessandra mantinha os olhos fixos em nós e, por isso, não deixei que passasse de um encostar de lábios. Me despedi de Sabrina e voltei ao carro, entrando logo.

Uma Caixa De Amor [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora